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Significado de Deuteronômio 4:25-31

Quando os israelitas finalmente entrarem em Canaã, eles e seus filhos cairão na idolatria. Consequentemente, serão removidos da terra e adorarão a deuses enganadores. No entanto, quando se arrependerem genuinamente, Deus os restaurará por causa de Sua compaixão.

Moisés começa esta seção com a conjunção "quando" (“ki”, em hebraico) para olhar para um futuro distante. Ele diz: "Quando vos tornardes pai de filhos e filhos e tiverdes permanecido muito tempo na terra, e agirdes corruptamente, e fizerdes ídolos na forma de qualquer coisa, e fizerdes o que é mau aos olhos do Senhor, teu Deus, de modo a provocá-lo à ira".

Esta advertência contra a produção de imagens para representar a Deus era relevante não apenas para os contemporâneos de Moisés, mas também para as gerações futuras. O motivo é a aliança incondicional do SENHOR com Abraão, na qual Ele lhe havia prometido uma grande nação e uma terra frutífera (Gênesis 12:1-3;  Êxodo 3:17). Em outras palavras, o SENHOR escolheu a nação Israel, não uma única geração de israelitas. Esta verdade será enfatizada repetidamente nos livros históricos, bem como nos livros proféticos da Bíblia hebraica. Como Paulo enfatiza em Romanos, Deus nunca removeu e nunca removerá nenhuma de Suas promessas a Israel (Romanos 11:28-32).

Embora a terra tenha sido dada a Israel como uma dádiva preciosa e incondicional, a obediência a Deus era necessária para viverem nela e desfrutarem de todos os seus privilégios como vassalos leais. Isso explica por que Moisés repetidamente ordena aos israelitas que "ensinassem" as leis de Deus "diligentemente" a seus filhos para que também experimentassem as bênçãos (Deuteronômio 4:9-10; 6:7; 11:19). Agora, sabendo que o conforto de Canaã poderia levar o povo à idolatria, Moisés chama "o céu e a terra para testemunhar" contra eles, que eles certamente pereceriam rapidamente da terra onde estavam passando sobre o Jordão para possuí-la.

Era uma prática comum nas antigas sociedades do Oriente Próximo chamar o céu e a terra, juntamente com os deuses como autoridades supremas, para punir aqueles que violassem as estipulações de um pacto. Em Deuteronômio, no entanto, Moisés invoca o céu e a terra como testemunhas em favor de Deus quando Ele infligisse Sua justa disciplina ao Seu povo desobediente (Deuteronômio 31:28; 32:1).

A disciplina de Deus é clara nos versículos 26-28. Uma vez que a terra de Canaã era um presente precioso para os israelitas, sua desobediência os impediria de desfrutá-la. Moisés prevê que alguns dos israelitas pereceriam rapidamente da terra, enquanto outros seriam removidos dela. Moisés diz: "Não viverás muito tempo sobre ela, mas serás totalmente destruído". Além disso, Israel seria espalhado entre os povos e seriam deixados entre as nações para onde o Senhor os estava conduzindo. Eles perderiam o privilégio de adorar ao verdadeiro Deus. Em vez disso, adorariam deuses insignificantes, isto é, ídolos que dependem dos humanos para sua existência ou sua sobrevivência. Como indica Moisés, esses deuses são obra das mãos do homem, madeira e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem comem, nem cheiram.

No entanto, é experimentando o desconforto da disciplina que os israelitas voltarão para Javé. Moisés declara: "Mas de lá buscareis o Senhor, vosso Deus, e O encontrareis se O procurardes de todo o vosso coração e de toda a vossa alma". A palavra "coração" descreve a sede do sentimento e do intelecto. A palavra "alma" refere-se à parte invisível do homem e é a sede dos desejos e paixões. A expulsão de Israel da Terra Prometida em angústia faria com que eles buscassem ao SENHOR da aliança com um coração genuíno. Nos últimos dias, quando os israelitas (no exílio) perceberem que seus deuses pagãos não podem fazer nada por eles, eles retornarão ao SENHOR, seu Deus, e ouvirão Sua voz. Moisés nos dá a razão pela qual Deus vai perdoar o Seu povo e aceitá-lo: "Porque o Senhor, o seu Deus, é um Deus compassivo; Ele não vos faltará, nem vos destruirá, nem esquecerá a aliança com os vossos pais, que lhes jurou."

A palavra traduzida como "compassivo" refere-se a um amor profundo (geralmente de um superior por um inferior) enraizado em algum vínculo natural. Por exemplo, em Isaías 49:15, a palavra é usada para o amor de uma mãe para com o bebê a quem amamenta: "Pode uma mulher esquecer seu filho que amamenta e não ter compaixão do filho de seu ventre?" A idéia é de que uma mãe que dá à luz um filho demonstre amor e cuidado por ele, independentemente do que aconteça. Da mesma forma, Deus genuinamente se preocupa com os israelitas e mantém uma atitude bondosa para com eles, porque eles são Seus filhos. É por isso que Moisés pode dizer que Deus nunca abandonaria a Seu povo, uma garantia que ocorre frequentemente nas Escrituras (Deuteronômio 31:6Isaías 41:10; Hb. 13:5 etc.).

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