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Significado de Deuteronômio 8:11-16

Moisés exorta Israel a não se esquecer de que sua riqueza em Canaã é provisão de Deus, assim como o maná do deserto. Ele os exorta a permanecerem gratos e não caírem no orgulho.

Tendo descrito a prosperidade de Canaã e exortado Israel a desfrutar de sua prosperidade material, dando graças a Deus, Moisés agora adverte Israel contra tomar sua prosperidade como garantida e se esquecer do SENHOR, seu Deus Susserano. Moisés adverte Israel a tomar cuidado para que não se esqueçam do SENHOR, seu Deus, não guardando Seus mandamentos, Suas ordenanças e Seus estatutos. Esquecer o SENHOR significava ignorar ou desobedecer aos Seus mandamentos, ordenanças e estatutos. É fácil começarmos a pensar "não preciso de Deus porque tenho toda essa prosperidade", ao invés de sermos gratos pela provisão de Deus.

A palavra mandamentos refere-se às leis e regras, ou seja, todo o corpo jurídico. O termo traduzido como ordenanças (("mišpāṭîm,") aqui se refere a procedimentos legais, como as decisões emitidas por um juiz. É traduzido em 6:1 como "julgamentos". A palavra estatutos (("ḥuqqîm" em hebraico) refere-se a algo prescrito. Portanto, o uso dessas três palavras (mandamentos, ordenanças e estatutos) refere-se a todas as estipulações do pacto.

Era imperativo que Moisés advertisse os israelitas a não se esquecerem do SENHOR, porque as riquezas ou a prosperidade muitas vezes resultam em esquecimento e orgulho. Uma vez que os israelitas podiam facilmente se esquecer do seu Deus Susserano ao prosperarem em Canaã, Moisés lhes dá uma advertência. Ele os adverte de que estariam propensos a se orgulhar e esquecer o Senhor por causa do conforto material. Quando Israel estivesse de barriga cheia, após comer e estar satisfeito, e tivesse construído boas casas e morado nelas, e quando seus rebanhos se multiplicassem, e sua prata e ouro se multiplicassem, e tudo o que eles tinham se multiplicasse, então seu coração se tornaria orgulhoso e eles se esqueceriam do SENHOR, seu Deus.

Nas Escrituras, o orgulho é o oposto da fé. O orgulho é a confiança em si mesmo. Habacuque 2:4 é citado em parte por Paulo como um versículo-chave em Romanos, Gálatas e Hebreus. Diz na íntegra:

“Eis que, quanto ao orgulhoso, sua alma não está bem dentro dele; mas, o justo viverá pela sua fé.”

Quando não vivemos pela fé, vivemos pelo orgulho. Moisés adverte a Israel de que o conforto material os levaria a se orgulhar e se esquecer de Deus, caso não fossem diligentes. Os bens materiais e o conforto físico podem facilmente levar à autocongratulação, o que, por sua vez, leva ao orgulho e ao esquecimento do Senhor. Esquecer o SENHOR equivale a esquecer de Sua aliança, bem como de Suas poderosas obras. Tais atos incluíam os atos redenção de Seu povo da escravidão no Egito. É por isso que Moisés diz ao povo para não esquecer do SENHOR, seu Deus, que os havia tirado da terra do Egito, da casa da escravidão.

Israel foi escravizado e oprimido por aproximadamente 400 anos sob o Faraó e os egípcios (Gênesis 15:13;  Êxodo 12:40-41). Porém, Deus foi seu libertador. Ele os livrou de seu cativeiro no Egito e os redimiu "com braço estendido" (Êxodo 3:13-15; Êxodo: 6:6-7). Uma vez que havia sido o SENHOR quem redimiu aos israelitas da escravidão do Faraó, era importante que eles se lembrassem de Seus atos poderosos, louvando-O. Isso ajudaria a evitar que se tornassem orgulhosos.

Mesmo depois de redimir aos israelitas da escravidão no Egito, o Deus Susserano não os deixou sozinhos. Ele agiu como seu líder. Ele os conduziu através do grande e terrível deserto, com suas serpentes e escorpiões ardentes e terra sedenta onde não havia água.  E mesmo quando não havia água, Deus a providenciou. Ele trouxe água da rocha. Deus havia feito tudo isso. Além de ser o libertador e líder de Israel, Deus era seu provedor. Deus alimentou a Israel no deserto com um alimento especial chamado maná, que seus pais não conheciam. Este alimento foi fornecido milagrosamente e era algo completamente desconhecido para os antepassados de Israel.

A palavra “maná” deriva de um jogo de palavras com a frase hebraica “man hu” que  significa "o que é isso?" (Êxodo 16:15). Esta foi a pergunta que os israelitas fizeram a Moisés quando viram pela primeira vez o alimento que Deus lhes forneceu. O maná era  como uma semente de coentro em tamanho, mas era de cor branca (Números 11:7). Era "uma coisa fina como flocos, fina como a geada no chão" (Êxodo 16:14). Deus lhes dava o suficiente apenas para aquele dia, ou para dois dias no dia anterior ao sábado. O Deus Susserano (Governante) permitiu que Seu povo experimentasse a dependência  Dele, para que pudesse humilhá-los, testá-los e fazer o bem a eles. Suas lições foram concebidas para ensinar Israel a depender de Deus em todas as suas necessidades.

Há uma aplicação em tudo isso para todos os crentes em Jesus. A prioridade de Deus para nós não é nosso conforto material, mas nosso bem-estar espiritual. Para termos um bem-estar espiritual, precisamos aprender a depender de Deus. Ele é o único Deus  confiável. Não devemos confiar em nós mesmos. Esta é a base para o nosso bem-estar. Sabemos que Deus leva aqueles a quem ama através de desertos, onde tudo em que podem confiar é removido. Lá, Deus os leva a aprender a depender Dele, que é a chave para a verdadeira prosperidade.

O mesmo Deus que tomou a iniciativa de redimir aos israelitas do Egito foi o mesmo que os conduziu através do grande e terrível deserto. Ele foi Aquele que os sustentou diariamente durante o tempo de necessidade. Deus fez tudo isso por Seu povo do pacto, a fim de fazer o bem a eles no final. O propósito de Deus em cada uma de Suas provações era o de trazer bênçãos a Seu povo. Assim como um pai disciplina a seu filho, para o seu próprio bem, Deus faz por Seus filhos.

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