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Significado de Deuteronômio 9:25-29

Ao retomar a história do bezerro, Moisés lembra aos israelitas de sua oração intercessória em favor deles para que o SENHOR não os destruísse. Eles evitaram por pouco a destruição, uma lição importante sobre as consequências da desobediência.

Tendo introduzido brevemente outros incidentes pecaminosos para demonstrar a história de rebelião contínua de Israel, Moisés volta à história do bezerro e lembra ao povo sobre a intercessão que havia feito em seu favor. Moisés se prostrou diante do SENHOR os quarenta dias e as noites. Moisés fez isso porque o SENHOR havia dito que destruiria todo o povo, exceto Moisés. As lições são claras. A desobediência tem consequências terríveis. Às vezes, Deus ignora a desobediência por um tempo. Mas Ele sempre a traz de volta. Neste caso, a desobediência com o bezerro de ouro quase lhes custou a vida. Se não fosse a mediação de Moisés, Deus teria destruído a todos eles e recomeçado a nação com Moisés.

Como líder e mediador da aliança, Moisés escolheu orar e jejuar em favor dos israelitas, pedindo a Deus que tivesse misericórdia deles. Ele orou por quarenta dias e noites. Assim como os israelitas pecaram contra o SENHOR durante o tempo dos quarenta dias originais de jejum de Moisés no Monte Sinai, agora Moisés ora novamente em favor do povo pelo mesmo número de dias, a fim de reverter as consequências pecaminosas de suas ações.

Em sua oração, Moisés pede a Deus que reverta Seu julgamento sobre Israel e o substituísse por graça e misericórdia, a fim de permitir que Israel possuísse a Terra Prometida. Essa oração intercessória baseia-se em três justificativas. A primeira diz respeito à redenção de seus vassalos (Israel) da escravidão no Egito. Moisés orou: Ó, Senhor Deus, não destrua o Teu povo, Tua herança, a quem redimiste por meio da Tua grandeza, a quem tiraste do Egito com uma mão poderosa.

Moisés lembra a Deus que os israelitas eram o Seu povo, Sua herança. Os israelitas eram o povo escolhido por Deus "entre todos os povos" da terra (Êxodo 19:5). Eram herança de Deus. Como um povo que pertencia ao SENHOR, eles eram preciosos para Ele e Ele cuidaria deles. Embora o Deus Susserano (Governante) fosse soberano sobre toda a terra, Sua propriedade (Israel) era especial como resultado do relacionamento que teriam com Ele (Êxodo 19:4-6). Foi por causa deste relacionamento de aliança que o Deus Susserano redimiu a Seu povo da escravidão no Egito com mão poderosa.

O verbo aqui traduzido como redimiu (“Padá”, em hebraico) muitas vezes enfatiza a idéia de que um preço de resgate deveria ser pago para a libertação de um escravo, ou seja, para conferir a ele os direitos e privilégios legais da liberdade. No entanto, também pode ser traduzido como "resgatou", como em 1 Samuel 14:45. Isso parece se encaixar melhor aqui, porque Deus havia tirado o povo do Egito através de Sua grandeza e com mão poderosa. O SENHOR resgatou a Israel com Seu grande poder. Moisés lembrou a Deus de que Ele havia demonstrado Sua grandeza ao resgatar o povo do Egito. Se Ele destruísse Israel, Sua grandeza seia diminuída aos olhos dos egípcios.

A segunda razão para Deus perdoar Seu povo foi o juramento de aliança que Ele fez aos patriarcas. Moisés pede a Deus que se lembre de Seus servos, Abraão, Isaque e Jacó; e não olhe para a teimosia deste povo ou para sua maldade ou seu pecado. Deus fez promessas duradouras a Abraão por causa de seu serviço leal, mas também em antecipação à sua obediência (Gênesis 12, 15, Atos 7). Embora Abraão ainda não tivesse filhos naquela época, o SENHOR prometeu fazer dele uma grande nação. Deus tranquilizou Abraão nesses termos: "Agora olhe para os céus e conte as estrelas, se for capaz de contá-las... Assim serão os teus descendentes" (Gênesis 15:5).

Para cumprir Seu propósito, Deus tirou Israel do Egito, da casa do cativeiro, conforme prometido aos patriarcas (Gênesis 15). Ele os conduziu através do grande e terrível deserto para, finalmente, levá-los à Terra Prometida (Deuteronômio 8:15). Em Deuteronômio 9, Moisés pede a Deus que se lembre de Seu relacionamento de aliança com Seus servos, Abraão, Isaque e Jacó, a fim de ter misericórdia dos israelitas teimosos (ver Êxodo 32:12-13). Seu perdão a Israel permitiria que eles ocupassem a terra de Canaã e cumprissem as promessas feitas a Abraão, Isaque e Jacó. Como Deus havia apontado a Moisés, Ele ainda poderia cumprir Seu juramento por meio de Moisés.

A terceira razão para Deus perdoar aos israelitas diz respeito à própria reputação de Deus. Deus havia mostrado Sua grandeza ao resgatar a Israel do Egito. Ora, Moisés argumentou que, se o povo morresse, os egípcios concluiriam que o Senhor não foi capaz de trazê-los para a terra que lhes prometera. Isso derrubaria a grandeza de Deus. Além disso, mesmo que Deus pudesse cumprir Sua promessa a Abraão, Isaque e Jacó por meio de Moisés, os egípcios concluiriam que Deus os odiava, que Ele os havia trazido para matá-los no deserto. Portanto, Moisés argumenta que matá-los no deserto não cumpriria os propósitos de Deus.

No relato original registrado em Êxodo 32, Moisés deixa claro que a terra de onde o Senhor havia trazido o povo era o Egito. Moisés diz: "Por que os egípcios falariam, dizendo: 'Com má intenção Ele os trouxe para matá-los nos montes e destruí-los da face da terra'?" (Êxodo 32:12). Assim, de acordo com Moisés, os egípcios entenderiam mal as ações de Deus. Eles pensariam que Deus não era poderoso o suficiente para levar Seu povo à Terra Prometida. Eles também pensariam que Deus odiava Sua própria posse preciosa (Israel), então Ele os havia trazido para matá-los no deserto. Pelo fato de tal erro de julgamento e mal-entendido poder ferir a reputação e o caráter do SENHOR, Moisés pede a Ele que, por Sua divina graça e misericórdia, poupasse o povo.

Ao contrário do que os egípcios podiam pensar e dizer, o SENHOR era o Todo-poderoso e Israel era Seu povo especial. Moisés faz este contraste nítido ao incluir em sua petição de misericórdia um lembrete especial a Deus: Os israelitas “são o Teu povo, a Tua herança, que trouxeste à tona pelo Teu grande poder e pelo Teu braço estendido.” Os israelitas eram o povo escolhido por Deus "entre todos os povos" da terra (Êxodo 19:5). Eram herança de Deus. Assim, a destruição de Seu próprio povo seria algo incompreendido pelos espectadores. Toda a idéia de fazer de Israel uma nação sacerdotal que se tornasse um exemplo para outras nações seria colocada em risco.

Por incrível que pareça, Deus ouve à oração de Moisés. O texto diz: "O SENHOR mudou de opinião sobre o mal que disse que faria ao seu povo" (Êxodo 32:14). Moisés deixa claro aos ouvintes que eles haviam escapado por pouco. Moisés interveio por eles. Deus ouvira a Moisés. Portanto, agora o povo deveria ouvir a Moisés e fazer tudo o que ele lhes ordena naquele dia. O SENHOR perdoou o povo e permitiu-lhe viver. Mas, Ele os disciplinou. De acordo com Êxodo 32:35, Ele "feriu o povo, por causa do que fizeram com o bezerro que Arão havia feito". Eles foram feridos por uma doença como punição por sua idolatria, mas porém foram poupados da destruição total.

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