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Significado de Êxodo 32:11-14
Ao ouvir a intenção do SENHOR de trazer juízo aos israelitas, Moisés suplicou ao Senhor, seu Deus. O hebraico original diz literalmente: "Moisés suavizou a face do Senhor, seu Deus". Moisés age como intercessor em favor da nação.
Moisés começa sua intercessão junto ao Senhor. Ele se dirige a Deus por Seu nome de aliança, Javé. Assim, Moisés imediatamente se dirige a Deus como o Deus do povo, em vez de simplesmente como seu Deus pessoal.
O argumento de Moisés consiste de várias partes. Primeiro, Moisés pergunta: Por que a Tua ira arde contra o Teu povo, que Tu tiraste da terra do Egito com grande poder e com uma mão poderosa? No versículo 7, o SENHOR se refere aos israelitas como "seu povo", isto é, o povo de Moisés. Aqui, Moisés vira o jogo, referindo-se ao povo como “Teu povo”, isto é, o povo do SENHOR. Moisés lembra ao SENHOR que foi Ele quem havia tirado o povo do Egito usando Seu grande poder e mão poderosa.
Moisés, então, pergunta ao Senhor: Por que os egípcios diriam: 'Com má intenção Ele os trouxe para matá-los nos montes e destruí-los da face da terra'? Moisés clara sua lógica de que se o SENHOR anulasse Sua aliança com aquelas pessoas e as matasse (algo ao qual Ele tinha o direito de fazer sob a aliança), começando de novo com Moisés, isso prejudicaria Seu testemunho aos egípcios. Isso é muito importante à luz do que é dito em Êxodo 7:5, onde o SENHOR afirma que, por causa das pragas, o Egito saberia que Ele era o SENHOR.
Moisés, então, pede ao SENHOR que se afastasse de sua ira ardente e mudasse de ideia quanto a fazer mal ao povo. A frase “virar de Sua ira ardente” transmite o pensamento de que Moisés deseja que o SENHOR perdoe os israelitas e volte a se envolver com eles como Seu povo da aliança.
A frase “mudar de ideia” causa discussões consideráveis. A palavra hebraica "naham" pode ser traduzida como "arrepender-se", "ceder" e "mudar de ideia". Isso indica claramente que o argumento de Moisés mudou a mente de Deus. Isso é consistente com a afirmação de Tiago, de que a oração de um homem justo é muito eficaz. No texto, Tiago dá o exemplo de Elias, que pediu a Deus que retivesse a chuva de Israel (Tiago 5:16-18).
No entanto, a Bíblia também diz que "Deus não é homem, para mentir, nem filho do homem, para que se arrependa" (Números 23:19). A palavra traduzida como "arrepender-se" na passagem de Números tem a mesma raiz de "naham" dos versículos 12 e 14. Então, por um lado, Deus não se arrepende; por outro, nesta passagem, Ele se arrepende.
Isso é realmente consistente com a apresentação bíblica da natureza de Deus. Quando Moisés pergunta a Deus qual é o Seu nome, Deus responde: "Eu Sou o que Sou" (Êxodo 3:14). Ou seja, "existência". Os humanos não podem conceber um ser que existe e é a própria existência. Deus é Um, mas também Três. Deus é Espírito, mas tornou-se plenamente humano através de Jesus. Ele era totalmente humano e plenamente Deus ao mesmo tempo. Não podemos explicar essas coisas a partir de uma perspectiva humana. Aqui, Deus está em um lugar falando com Moisés, ao mesmo tempo em que está em todos os lugares e mantém a criação unida, como tem feito desde o início dos tempos (Colossenses 1:17). Aqui, Deus está cumprindo Sua vontade soberana, já que não é homem que se arrependa, ao mesmo tempo em que muda de ideia.
Seus caminhos são mais altos que os nossos. Ele é Deus e nós somos Suas criações (Romanos 11:33; Isaías 40:13). De alguma forma, Deus é soberano sobre todas as coisas, ao mesmo tempo em que se envolve com os humanos de tal forma que os ouve. Suas escolhas realmente afetam o futuro (que Ele tem em Suas mãos).
Para mais discussões sobre os paradoxos de Deus, leia nosso artigo Tópicos Difíceis.
O versículo 13 contém outra razão que leva Moisés a acreditar que o SENHOR não deveria destruir os israelitas. Envolvia os patriarcas e Sua promessa a eles. Ele pede ao Senhor: Lembra-Te de Abraão, Isaque e Israel, teus servos, a quem juraste por ti mesmo, e disse-lhes: 'Multiplicarei os teus descendentes como as estrelas dos céus, e toda esta terra de que falei darei aos teus descendentes, e eles a herdarão para sempre'."
Se o SENHOR fizesse uma grande nação a partir de Moisés, ainda assim cumpriria Sua promessa de multiplicar os descendentes de Abraão como as estrelas dos céus. No entanto, ao apelar ao SENHOR para que se lembrasse de Abraão, Isaque e Israel, Moisés também está exortando o SENHOR a considerar Seu relacionamento completo com Abraão, Isaque e Israel. Moisés poderia ter incluído a profecia de Israel sobre seus doze filhos (Gênesis 49), ou outros textos semelhantes baseados nos quais poderia fazer perguntas como: "Destruir o povo de Israel não tornaria as declarações de Jacó falsas e, por isso, o desonraria?" Porém, parece razoável considerar que Moisés estava falando com um Deus soberano que só precisava ser levado a se “lembrar”, a fim de considerar plenamente Sua alta consideração por Abraão, Isaque e Israel.
A intercessão de Moisés pelos israelitas foi bem-sucedida, porque o Senhor mudou de ideia sobre o mal que Ele disse que faria a Seu povo. Esse episódio pode ser visto como Deus testando Moisés para ver se ele cumpriria seu trabalho e intercederia pelo povo. Esta parece uma perspectiva razoável, já que Deus revela Seu plano a Moisés, dizendo: Agora, então, deixe-me em paz, algo que realmente convida Moisés a desempenhar seu papel. Moisés passou no teste. O SENHOR responde à sua intercessão graciosamente cancelando o julgamento que o povo merecia por sua violação da aliança.