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Significado de Êxodo 32:30-35
Depois de lidar com Arão e o povo envolvido na idolatria ao bezerro de ouro, no dia seguinte Moisés disse ao povo: "Vós cometeste um grande pecado." Literalmente, o hebraico diz: "Vocês [plural] cometeram um grande pecado". O senhor é enfático, mostrando a intensa ira de Moisés contra os israelitas, além de reforçar o fato de que eles e somente eles fizeram a escolha de desobedecer. Eles eram responsáveis pelas consequências de seus atos. A palavra para pecado (hebraico, "khatah") significa "errar o alvo". O povo, que havia sido chamado para ser um reino de sacerdotes ao SENHOR (Êxodo 19:6), havia perdido o objetivo de andar de acordo com o compromisso que haviam assumido, a saber, obedecer à sua aliança com o SENHOR (Êxodo 24:3).
Então, Moisés lhes diz que estava subindo ao Senhor, ou seja, entrando na presença do Senhor, para, talvez, fazer expiação pelo seu pecado. A palavra “talvez” expresse a esperança da parte de Moisés de que ele, como mediador entre o SENHOR e o povo, prover uma expiação (literalmente, uma "cobertura" para o pecado). Isso levanta a questão do porquê Moisés achava isso necessário, uma vez que já havia convencido ao Senhor de ceder, ao invés de destruí-los. Talvez seja porque, embora o SENHOR tenha concordado em ceder ao plano de destruí-los, Moisés estivesse buscando a expiação completa por seu pecado. Deus não prometeu ignorar as consequências por outras desobediências por parte do povo.
Moisés havia visto, em primeira mão, a natureza extrema e grave da desobediência de Israel. Portanto, ele busca a remissão completa. Deus havia concordado em não destruir a Israel, mas talvez Moisés acreditasse que Deus poderia não lhes permitir entrar na Terra Prometida, ou invocar outras formas de punição por sua desobediência.
Moisés, então, volta-se ao SENHOR e, presumivelmente, sobe o monte novamente para trazer seu apelo a Deus. Primeiro, ele reconhece o pecado do povo dizendo: Este povo cometeu um grande pecado e fizeram um deus de ouro para si. Moisés começa com honestidade e confissão específicas. Ao contrário de Arão, Moisés é franco e honesto. O que, claro, é um ato de adoração, pois reconhece a realidade de que Deus é Deus e já conhece a verdade.
Assim, Moisés faz seu pedido ao Senhor. Moisés intercede em favor do povo e pede: Se queres, perdoa o seu pecado. Moisés reconhece plenamente que Deus não tem obrigação de fazê-lo. Ele apenas pede a Deus que perdoe o povo, ainda que seu pecado tenha sido muito grave.
Moisés busca o perdão de Deus, ainda que tenha que sofrer as consequências ele próprio. Se o SENHOR não estivesse disposto a simplesmente perdoar, ele faz o seguinte pedido: Por favor, apague-me do Teu livro que escreveste. Aqui, Moisés pede ao SENHOR que coloque a responsabilidade do pecado do povo sobre ele. Desta forma, Moisés se oferece como sacrifício em favor do povo. O apóstolo Paulo diz algo semelhante em Romanos 9:3-4.
Isso levanta algumas questões: A que Moisés está se referindo ao mencionar o livro que escreveste? O que significa apagar Moisés deste livro?
O Livro da Vida é referido no Antigo e Novo Testamentos (Salmos 69:28; Filipenses 4:3; Apocalipse 13:8; 17:8; 20:12; 20:15; 21:27). Há também uma série de outros livros que registram as obras dos seres humanos, como diz o Apocalipse:
"E vi os mortos, os grandes e os pequenos, de pé diante do trono, e os livros foram abertos; e abriu-se outro livro, que é o livro da vida; e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, de acordo com suas obras" (Apocalipse 20:12).
Nesta passagem de Apocalipse 20:12, parece clara a existência de um Livro da Vida, bem como outros livros que registram todos os feitos de todas as pessoas. Não está claro qual livro Moisés tem em mente ao dizer "o livro que escreveste".
Moisés pode estar se referindo ao livro que registra quem está vivo e quem está morto. Ele pode estar oferecendo sua vida física para expiar os pecados do povo. Isso seria consistente com a mensagem da Páscoa, onde um cordeiro foi morto para substituir os pecados do povo. E é consistente com a Páscoa como um prenúncio de Jesus morrendo como o Cordeiro de Deus para tirar os pecados do mundo.
Porém, Moisés também pode estar se oferecendo para receber a culpa pelo pecado do povo, apagando qualquer recompensa devida a ele por causa de sua fidelidade no serviço a Deus. Isso pode ser apoiado por outro versículo de Apocalipse:
"Aquele que vencer será assim revestido de vestes brancas; e não apagarei o seu nome do livro da vida, e confessarei o seu nome diante de Meu Pai e diante de Seus anjos. Aquele que tem ouvido, ouça o que o Espírito diz às igrejas" (Apocalipse 3:5-6).
Esta passagem é escrita aos crentes, conforme indicado pelo contexto geral do Apocalipse dirigido aos servos de Jesus (Apocalipse 1:1). A frase "ao que vencer" fala de crentes fiéis que vencem as tentações do mundo. Isso é demonstrado claramente em Apocalipse 3:21, onde Jesus diz que Ele mesmo foi um vencedor e exorta Seus servos a também vencerem:
"Aquele que vencer, eu lhe concederei que se sente Comigo em Meu trono, como eu também venci e me sentei com Meu Pai em Seu trono. Aquele que tem ouvido, que ouça o que o Espírito diz às igrejas".
Portanto, quando Apocalipse 3:5-6 diz que uma das recompensas dos vencedores (como Jesus) é não ter seu nome apagado "do livro da vida", a indicação é que o "livro da vida" provavelmente inclua atos de fidelidade aos quais Deus recompensará. Porém, esses atos podem ser apagados devido à uma infidelidade posterior. Moisés pode ter esse princípio em mente ao pedir a Deus que apague suas recompensas como forma de perdão ao pecado do povo.
O SENHOR escolhe a primeira opção: perdoar, porque Ele é um Deus gracioso. O SENHOR deixa claro que Moisés, ou qualquer outro homem, não seria um resgate suficiente para os outros (Salmos 49:7s). Ele também deixa claro que recompensaria cada pessoa por seus próprios atos e não substituiria os atos de uma pessoa pelos atos de outra. Cada pessoa comparecerá diante de Deus com base no que Jesus fez (se for justificada aos olhos de Deus, João 3:14-16) ou com base em suas próprias obras, (no momento de ser recompensado por obras feitas enquanto viveu na Terra, 2 Coríntios 5:10).
O Senhor diz a Moisés: "Quem pecou contra Mim, eu o apagarei do Meu livro. Isso pode se referir à exigência da aliança (com a qual o povo concordou em Êxodo 24:3) de que aqueles que participaram da idolatria deveriam morrer (inferido em Êxodo 20:20, mas depois declarado diretamente). Pode se referir ao princípio geral de que o pecado leva à morte (Deuteronômio 30:11-20; Romanos 6:23). Além disso, pode se referir ao princípio de que cada pessoa será responsável por suas próprias escolhas (Ezequiel 18). Não se refere a Deus ter abandonado Israel, uma vez que Deus fez promessas a Abraão e os dons, ou dádivas, de Deus serem irrevogáveis (Romanos 11:29).
O SENHOR inclui em Sua resposta uma ordem. O SENHOR lhe diz: Vá agora, conduza o povo onde Eu instruí. O julgamento contra os idólatras seria executado, mas Deus deixa claro que preservaria a muitos e os levaria à terra de Canaã (Êxodo 6:4).
No entanto, o SENHOR os conduziria por um novo caminho. Agora, Deus diz: Meu anjo irá diante de vós. O anjo, agora, conduziria o povo. Ainda que o SENHOR (por meio de Seu anjo) os conduzisse à Terra Prometida, o SENHOR teria que punir Israel por sua desobediência. Deus não especifica quando isso ocorreria. Ele apenas acrescenta: No entanto, Eu os punirei por seus pecados. Esta sentença foi dada ao povo que adorou ao bezerro de ouro e acabou se expandindo a toda a primeira geração que havia deixado o Egito ao se rebelar em Números 14:27-35. Esta primeira geração acabaria por não ser autorizada a entrar na terra, por causa da sua desobediência.
O versículo 35 é um resumo das ações do SENHOR à luz do caso do bezerro de ouro. Fiel à Sua palavra, o Senhor feriu ao povo por causa do que fizeram com o bezerro feito por Arão.
Não temos informações específicas sobre este juízo. 1 Coríntios 10:8 parece discutir o episódio do bezerro de ouro, acrescentando: "Nem vamos agir imoralmente, como alguns fizeram, e vinte e três mil caíram em um dia". No entanto, muitos acreditam que esta passagem está se referindo ao episódio registrado em Números 25:9.
Moisés foi o intercessor de Israel diante da aliança feita no Sinai. Sob a Nova Aliança no Novo Testamento, Jesus Cristo é o mediador dos crentes do Novo Testamento (1 Timóteo 2:5; Hebreus 8:6, 9:15, 12:24), bem como nosso intercessor (Hebreus 7:25). Aqueles que crêem Nele para a vida eterna recebem perdão por causa de Sua justiça e Seu ministério em nosso favor. O Espírito Santo, que Jesus enviou como nosso Ajudador, também intercede pelos crentes em oração (Romanos 8:26-27).