Significado de Gálatas 4:8-11

Paulo se refere ao tempo em que os gentios da Galácia ainda não conheciam a Deus, sendo escravos das coisas elementares do mundo. Diferentes dos judeus, os gálatas eram escravos de deuses pagãos. Paulo deixa claro que aqueles deuses pagãos eram, na verdade, por natureza, falsos deuses. No entanto, aqueles deuses pagãos tinham regras para que as pessoas alcançassem bênçãos e prosperidade. Essas regras religiosas incluíam a observação de vários dias e meses e estações e anos. Muitos dos nossos feriados cristãos atuais (uma abreviação de dias santos) são substitutos cristãos para feriados pagãos.

Quando o Cristianismo se tornou a religião oficial de Roma, os líderes cristãos enfrentaram o desafio de oferecer alternativas construtivas aos antigos feriados dos conversos pagãos. Assim, eles foram muito criativos. Eles substituíram a "Páscoa" pela "Festa de Ishtar". Agora, os cristãos celebravam a ressurreição de Jesus em vez de celebrar a deusa da fertilidade Ishtar. O culto a Ishtar incluía superstições relacionadas à primavera e à produtividade das colheitas, bem como à imoralidade.

Porém, aqui, Paulo não se refere ao que Jesus fez por nós. Em vez disso, ele se refere aos rituais que provavelmente nos darão algo que desejamos. Neste caso, o ap[ostolo estava dizendo algo bastante crítico aos judeus. Ele aparentemente estava dizendo que a maneira como eles abordavam aos dias e meses judaicos, estações e anos, não era fundamentalmente diferente do que os gálatas faziam no paganismo. Esses rituais pagãos prometiam falsamente a seus participantes que poderiam forçar os “deuses" a abençoá-los em troca de sua adoração.

No capítulo 2, Paulo critica os gálatas por "procurarem ser justificados" aos olhos de Deus, quando já haviam sido justificados. Em Gálatas 5:4, Paulo diz que aqueles que procuram ser justificados pela Lei tornam Cristo desnecessário ou ineficaz. Se já somos justos aos olhos de Deus, tudo o que nos resta fazer é viver essa justiça neste mundo. Paulo afirma que não há necessidade de buscarmos algo que já possuímos.

Porém, é exatamente isso que as "autoridades" judaicas faziam para influenciar aos gálatas. Paulo lhes diz que isso era como voltar às coisas elementares do mundo. Em vez de viverem a justiça de Cristo através da caminhada em fé, os gálatas estavam seguindo aos dias, meses, estações e anos, procurando ser justificados diante de Deus.

Paulo apresenta um paradigma completamente diferente. Em vez de procurar forçar ou manipular a Deus, Paulo os instrui a viver como filhos do Reino de Deus. Deus deseja que todos os que crêem em Seu Filho e possuem Seu Espírito assumam a responsabilidade de administrar Seus negócios aqui na terra. Os gálatas estavam deixando o alto e elevado chamado de serem filhos no Reino de Deus para, mais uma vez, viverem como escravos e crianças.

Paulo diz temer por eles. Ele estava preocupado em ter trabalhado em vão. Paulo é categórico ao dizer que os gálatas não deveriam procurar ser justificados por regras ou ritos quando já haviam sido justificados pela fé. Paulo procura levar os crentes da Galácia à maturidade em Cristo. Porém, se eles gastassem seu tempo procurando ser justificados pelas obras (2:17, 5:4), Paulo havia perdido seu tempo. Seu trabalho em favor deles havia sido em vão. Procurar ser justificado pela obediência a regras impede o crescimento em Cristo. Paulo diz a seu discípulo Timóteo para investir seu tempo com "homens fiéis" que também discipularão a outros. "Não gaste tempo com pessoas infiéis, isso não é um bom investimento do seu tempo". Esta é a lição de Paulo (2 Timóteo 2:2). Em seu comentário sobre trabalhar em vão Paulo faz uma afirmação semelhante.