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Significado de Oséias 13:1-3
O SENHOR começa este capítulo com uma revisão histórica, na qual Ele contrasta o passado glorioso de Efraim com sua condição atual marcada pela idolatria espiritual. No passado, quando Efraim falava, havia tremores (v. 1). Como a tribo mais proeminente do reino do norte, Efraim, que significa "duplamente fecundo", era altamente respeitada (Gênesis 41:52). Quando falava, as pessoas ouviam. Havia um grande respeito, ou temor, aplicado a Efraim, descrito pela expressão havia tremores.
De fato, o livro de 1 Reis diz que Jeroboão I, o primeiro rei do reino dividido no norte, era da tribo de Efraim (1 Reis 11:26, 12:25). Naqueles dias, Efraim exercia autoridade em Israel e havia se tornado a tribo líder. Como resultado, ele se encheu de arrogância. Ele se exaltou em Israel. Mas, através de Baal, ele errou e morreu (v. 1).
Esta afirmação de que ele errou e morreu pode se referir a Jeroboão I, que estabeleceu o culto a ídolos pagãos em Israel (1 Reis 12:28-33). Por causa da maldade de Jeroboão, Deus enviou uma profecia de que sua dinastia terminaria brutalmente como resultado de seu desrespeito aos mandamentos de Deus (1 Reis 15:29-30). Jeroboão serviu a Baal. Ele não seguiu ao Deus da aliança de Israel, que prometia abençoá-Lo grandemente caso seguisse em Seus caminhos (1 Reis 11:38). No entanto, Jeroboão errou e sua dinastia morreu. Jeroboão seria um símbolo de Efraim como um todo. Toda a nação estava prestes a experimentar o mesmo tipo de fim brutal.
Como Baal era supostamente o deus da fertilidade e da vida, Efraim voltou-se a ele. No entanto, em vez de alcançar a vida, Efraim alcançou a morte. A ironia da situação é que Efraim, outrora duplamente fecundo, deixou de ser produtivo por causa de sua decisão imprudente de abandonar o verdadeiro Deus em favor de Baal. Em vez de aprender a lição objetiva da experiência de Jeroboão, Israel persistiu em seu pecado e desobediência à aliança com a qual haviam concordado viver (Êxodo 19:8).
Logo depois de se voltar a Baal, a situação de Efraim se deteriorou drasticamente. Agora eles pecavam cada vez mais, fazendo para si imagens derretidas, ídolos feitos de prata (v. 2). A frase pode se referir a reis como Omri, que foi elevado a rei de Israel sobre a casa de Jeroboão. A linhagem de Jeroboão foi removida devido ao culto de imagens e ídolos e à sensual busca e exploração que acompanha a tal adoração. O profeta de Deus, Jeú, pronunciou o julgamento de Deus sobre a casa de Jeroboão por sua desobediência. Embora os descendentes de Jeroboão tenham visto o julgamento de Deus quando Omri subiu ao trono de Israel, Omri pecou cada vez mais, fazendo mais maldade do que antes (1 Reis 16:25)
Esses ídolos que os israelitas adoravam eram peças de arte derretidas, habilmente feitas. Isso deve demonstrar aos israelitas duas realidades opostas: 1) são coisas feitas pelo homem, portanto, não podem realmente ser divinas; e 2) eles estavam dedicando tempo, atenção e dinheiro a algo que era falso.
Por que Israel dedicaria tantos recursos e atenção aos ídolos? O culto aos ídolos pagãos apelava para os sentidos sensuais, incluindo até mesmo as práticas sexualmente imorais. Também apelava para o desejo humano de se viver a ilusão de controle; a proposição básica da idolatria é que, se o ídolo for apaziguado, o peticionário pode obter o que deseja. É óbvio que isso não é verdade, já que o ídolo é feito à mão (Isaías 44:16-18). No entanto, o desejo pela ilusão de controle muitas vezes ultrapassa a razão.
Os Dez Mandamentos proibiam a confecção de imagens (Êxodo 20:4, Deuteronômio 5:8). O povo de Deus recebeu a seguinte ordem:
"Não façais imagens gravadas na forma de qualquer figura, a semelhança de macho ou fêmea, a semelhança de qualquer animal que esteja na terra, a semelhança de qualquer pássaro alado que voe no céu, a semelhança de qualquer coisa que se arrasta no chão, a semelhança de qualquer peixe que esteja na água abaixo da terra" (Deuteronômio 4:16-18).
Fabricar e adorar a tais ídolos violaria ao maior mandamento da aliança de Deus com Israel (Deuteronômio 6:5).
O culto a uma imagem era a porta de entrada para a racionalização de práticas pagãs de sensualidade e exploração. A violação do primeiro e maior mandamento levaria naturalmente a uma violação do segundo maior mandamento, amar o próximo como a si mesmo (Levítico 19:18, Mateus 22:37-39). A auto racionalização e a sensualidade autocentrada, resultantes da adoração aos ídolos pagãos, naturalmente impediriam o desenvolvimento de um foco externo de amor e serviço aos outros.
Apesar dessa proibição de adorar aos ídolos, a ilegalidade e a devoção idólatra de Efraim ao deus pagão da fertilidade Baal fizeram com que o povo fabricasse ídolos: E todos eles eram obra de artesãos (v. 2). Apesar da atenção de Israel ao artesanato, os ídolos eram estátuas impotentes, imóveis e mudas (Salmos 115:4-7). O fato de Israel ter empregado a aquisição intencional e aplicação das habilidades necessárias para fabricar essas imagens mostra a escolha deliberada de Efraim de corromper sua adoração com o paganismo.
Esta má intenção levou Efraim a dizer desses ídolos: "Que os homens que se sacrificam beijem os bezerros!" Aparentemente, acreditava-se que beijar os bezerros proporcionava uma bênção ao adorador. Por isso, a crença era de que o bezerro responderia ao pedido do adorador. A adoração dos bezerros por parte de Israel remetia ao rei Jeroboão I, o primeiro dos reis do reino do norte. Ele instruiu seu reino recém-formado a adorar aos bezerros, em vez de irem a Jerusalém para os festivais (conforme ordenado por Deus em sua aliança) para que seus súditos não restaurassem sua devoção à Casa de Davi e se juntassem novamente a Judá para formar novamente um reino unido (1 Reis 12:26-30).
No antigo Israel, o beijo de um ídolo (beijar os bezerros) era um ato de adoração, submissão e lealdade (1 Reis 19:18). Assim, Efraim não apenas fabricava os bezerros, mas também convidava o povo a homenageá-los e submeter-se a eles durante os sacrifícios cultuais. Portanto, o SENHOR anuncia o julgamento sobre Efraim e descreve a natureza fugaz de sua vida como nação usando quatro comparações poderosas.
A frase “Que os homens que sacrificam beijem os bezerros” também pode ser traduzida como "Aqueles que sacrificam ao homem podem beijar os bezerros". A tradição judaica entende que este versículo se refere ao culto pagão de Moloque, que envolvia sacrifício humano. Aparentemente, os sacerdotes de Moloque diziam: "Quem sacrifica seu filho ao ídolo é digno de beijar o bezerro", pois ele lhe oferece um dom precioso. O resultado final é o mesmo: Israel havia caído na adoração de uma criação feita pelo homem, a fim de viver a ilusão de que controlavam os poderes espirituais para alcançar o que desejavam.
Nas duas primeiras comparações, Deus diz: Eles serão como a nuvem da manhã e como o orvalho que logo desaparece (v. 3). Tanto a nuvem quanto o orvalho (umidade condensada sobre uma superfície fria) são imagens de brevidade porque evaporam rapidamente. Isso os torna um símbolo de algo que é transitório e efêmero. Assim, o Deus Susserano (Governante) afirma que a vida de Efraim, como nação, desapareceria tão rapidamente quanto a nuvem matinal (nevoeiro) ou orvalho antes da luz solar. Sua nacionalidade logo acabaria, pois, a Assíria os invadiria e os exilaria (2 Reis 17:20-23).
As duas últimas comparações acrescentaram mais ênfase à natureza efêmera da vida de Efraim. Aqui, o Deus Susserano descreve Efraim como “joio que é soprado da eira e como fumaça de uma chaminé” (v. 3). O termo “joio” ilustra algo trivial e inútil (Jó 41:28). A eira era uma superfície dura e plana sobre a qual os fazendeiros traziam seus grãos para serem esmagados sob os pés dos bois ou por um trenó de debulha. Os resíduos inúteis no chão eram levados rapidamente na medida em que os ventos o sopravam (joio).
Como o joio, a fumaça de uma chaminé também é efêmera. A lição de Deus aqui é que, assim como o resíduo da debulha (joio) era afastado pelo vento que soprava na eira (Salmo 1:4), ou como a fumaça que escapava por uma janela, Efraim desapareceria repentina e rapidamente de cena. A vida e a fertilidade de Efraim seriam reduzidas a nada porque eles haviam adorado aos ídolos que não valem nada.