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Significado de Oséias 13:4-8
Para expor a ingratidão e a rebelião dos israelitas, o SENHOR revisa Seu relacionamento passado com eles, explicando as razões de Seu julgamento. Falando diretamente ao Seu povo do pacto, o SENHOR declara: No entanto, eu sou o Senhor seu Deus desde a terra do Egito (v.4). Embora Israel não reconhecesse a Javé como seu Deus, Ele ainda era seu Deus, não obstante. Isso era verdade desde que Israel deixou a terra do Egito (Êxodo 12:51).
O pronome “Eu” na frase é enfático no texto em hebraico, indicando que Deus estava com os israelitas desde que eles eram escravos na terra do Egito. Esta declaração divina demonstra que o Deus Susserano (Governante) era o único libertador de Israel. Somente o SENHOR havia redimido aos israelitas da escravidão no Egito (Êxodo 20:2) e os escolhido como Sua "posse própria entre todos os povos" (Êxodo 19:5).
Continuando Seu discurso a respeito da indiferença e ingratidão de Israel, o SENHOR alude ao primeiro dos Dez Mandamentos, dizendo: E não devereis conhecer nenhum deus além de Mim, pois não há salvador além de Mim (Êxodo 20:2-3).
Como o povo que pertencia ao SENHOR, os israelitas deveriam adorar somente a Ele. Eles não deveriam adorar a outros deuses ou ter qualquer relação com eles. Esses deuses eram meros ídolos sem poder real (Deuteronômio 32:21). Só o SENHOR era o Todo-poderoso. Ele era o único os havia salvado e livrado da escravidão no Egito. Este era o primeiro e maior mandamento. Amar ao Senhor com todo o ser os levaria ao segundo maior mandamento, amar ao próximo como a si mesmos (Mateus 22:37-39). Amar a Deus cria um foco externo, que nos prepara mentalmente para nos concentrarmos em servir ao melhor interesse dos outros. Adorar ídolos faz o contrário. A idolatria cria uma justificativa moral para explorarmos aos outros visando satisfazer a nossos próprios apetites sensuais.
Além de libertar aos israelitas da escravidão, o SENHOR também os havia protegido e cuidado. Como Ele declara: Eu cuidei de vós no deserto, na terra da seca (v. 5). Isso se referia ao cuidado protetor de Deus para com Israel após sua saída do Egito e peregrinação pelo deserto (Deuteronômio 8:3-5).
O verbo hebraico traduzido como “cuidar” tem a mesma raiz do verbo "conhecer" no versículo anterior - “conhecer nenhum deus além de mim". Deus conhecia a Israel, cuidava dele e supria suas necessidades.
Deus foi fiel ao Seu relacionamento de aliança com Israel. Depois de resgatá-los da escravidão no Egito, o SENHOR cuidou deles no deserto, mesmo viajando por uma terra seca. Deus milagrosamente os alimentou e dessedentou durante sua jornada pelo deserto, onde não havia recursos suficientes (Êxodo 17:6, 16:13-16). Deus, então, permitiu que eles entrassem em Canaã, "uma terra que jorra leite e mel" (Êxodo 3:17).
Deus conhecia as verdadeiras necessidades de Israel. Vale ressaltar que Deus havia providenciado as necessidades de Israel, sem priorizar seu conforto. Em vez disso, Deus deu aos filhos de Israel a oportunidade de amadurecer em sua fé e conhecimento de Deus (Deuteronômio 8:3-5). Conhecer a Deus é o caminho para nossa maior experiência na vida (João 17:3).
Pelas bênçãos de Deus, Israel prosperou. Porém, a prosperidade de Israel fez com que eles se tornassem ingratos: quando receberam seus pastos, eles ficaram satisfeitos e, estando satisfeitos, seu coração tornou-se orgulhoso (v.6).
O termo “pastos” refere-se à pastagem de ovelhas e gado, que era uma fonte primária de prosperidade naquela época. Aqui, o termo é usado para expressar a riqueza material de Israel. Como pastor, o SENHOR havia conduzido os israelitas à Terra Prometida. Por causa do Senhor, os israelitas prosperaram e ficaram satisfeitos. Isto foi exatamente o que Deus havia dito através de Moisés:
"Porque, quando os trago para a terra que flui com leite e mel, que jurei a seus pais, e eles comeram e estão satisfeitos [mesma palavra hebraica] e se tornam prósperos, então eles se voltarão para outros deuses e os servirão, e Me desprezarão e quebrarão Minha aliança" (Deuteronômio 31:20).
O problema não era apenas que as pessoas estavam satisfeitas. O problema era que, na medida em que o povo prosperava, eles se tornavam orgulhosos. Sua perspectiva tornou-se distorcida. Em vez de perceberem que suas bênçãos vinham da obediência à aliança com Deus, eles começaram a acreditar que sua prosperidade era autodeterminada, algo merecido. Tal perspectiva os levou à cultura dos direitos, que por sua vez os levou à exploração do seu próximo. Tal decadência na cultura gerou engano e violência generalizados (Oséias 4:2).
Orgulho é se ver sem a devida realidade. É a fonte da injustiça, ou seja, estar fora de sincronia com os desígnios de Deus (Habacuque 2:4). É uma tendência humana atribuir sucesso a nós mesmos quando estamos satisfeitos com a prosperidade material. Quando fazemos isso, ficamos orgulhosos. Humildade é ver a realidade como ela é, e a realidade é que Deus é a fonte de todas as bênçãos (Tiago 1:17).
Israel deveria ter mantido a perspectiva verdadeira de que suas bênçãos fluíam da obediência ao pacto com Deus e sua gratidão contínua a Ele. Em vez disso, esqueceram-se (v. 6) de Deus e começaram a violar sua aliança com Ele. Sua aliança com Deus exigia que eles honrassem a Deus com todo o seu ser e, ao fazê-lo, amassem ao próximo como a si mesmos (Deuteronômio 6:5, Levítico 19:18, Mateus 22:37-39).
Portanto, o SENHOR anuncia a próxima destruição de Israel usando cinco comparações vívidas.
As duas primeiras comparações retratam a Deus como um leão e um leopardo: Serei como um leão para eles, como um leopardo ficarei à espera à beira do caminho (v. 7). A imagem do leão evoca a noção de ferocidade, poder destrutivo e força irresistível. O leopardo era conhecido por sua velocidade e ferocidade. Deus destruiria a Israel de forma rápida e completa.
As três últimas comparações retratam a Deus como um urso, uma leoa e uma fera: Vou encontrá-los como um urso roubado de seus filhotes e vou rasgar seus peitos. Lá também os devorei como uma leoa, como uma fera os rasgaria (v. 8). A afirmação de que um urso teve seus filhotes roubados evoca a ideia de agressividade (2 Samuel 17:8) e fala de perigo extremo (Provérbios 17:12, 28:15). Em Sua ação contra Seu povo do pacto, o SENHOR agiria como um animal feroz que rasgaria seus peitos, cujas costelas protegem o coração. O SENHOR os devoraria.
Este ataque fatal acabaria por levar à morte da nação, ocorrida em 722 a.C., quando o império assírio invade a Israel e sitia Samaria, a capital (2 Reis 17:5). Este destino é completamente consistente com o acordo de aliança que Israel havia firmado com seu Deus Susserano (Governante). O acordo explicitava claramente esse resultado como consequência da desobediência (Deuteronômio 8:19-20, 28:15-68).