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Significado de Oséias 2:2-5
Esta seção usa a analogia do casamento e da família de Oséias para descrever o relacionamento de Deus com Seu povo da aliança, Israel. A nação traiu ao Deus Susserano, assim como Gomer havia traído a Oséias. Esta seção expõe a idolatria de Israel, o que explica ainda mais por que o SENHOR pede a Oséias que se case com uma esposa infiel, como uma ilustração a Israel de como eles haviam tratado a seu marido, Deus.
Enquanto no versículo anterior os filhos são instados a falar com seus irmãos e irmãs (2:1), aqui eles devem falar com sua mãe. O SENHOR pede aos filhos, dizendo: Contendam com vossa mãe, contendam. O verbo traduzido como "contender" é usado duas vezes aqui como forma de dar ênfase à frase.
O termo "mãe" significa a nação Israel, o solo de onde virão esses futuros filhos. A mãe também é a esposa de Deus, porque a nação Israel era parceira de aliança de Deus, tendo feito aliança com Ele no Monte Sinai, onde se casou com seu Deus (Êxodo 19:8).
Nesta passagem, Oséias pede a seus filhos que castiguem sua mãe por sua infidelidade. Seguindo essa analogia, o SENHOR convoca os israelitas (Seus filhos) a repudiar a sua mãe (a nação Israel) por seu comportamento vergonhoso. Os filhos devem denunciar as atitudes e ações da mãe e separar-se dela, para não sofrerem o mesmo castigo que a aguarda.
O SENHOR, então, apresenta a razão pela qual Seus filhos deveriam denunciar a sua mãe: Porque ela não é minha mulher, e eu não sou seu marido. Na superfície, esta declaração parece ser uma declaração formal de divórcio. No entanto, o contexto sugere que é mais como um momento da separação antes do divórcio. Este é um apelo ao arrependimento e à restauração.
O Susserano (Governante) e o Marido, Criador da aliança, pede à Sua esposa Israel que se arrependa de suas ações vergonhosas e adúlteras, para que Seu relacionamento com ela fosse restaurado. Ele ainda desejava a unidade com Israel e é por isso que ordena a Seus filhos que contendam com sua mãe. O arrependimento era necessário para que a cura e a reconciliação pudessem acontecer.
Deus continua a dizer: Que ela afaste sua prostituição de seu rosto e seu adultério entre seus seios. A palavra “rosto” é usada para exibir a intenção e o caráter da esposa adúltera. Ao afastar seu rosto do adultério e da prostituição, ela escolheria seguir ao caminho da justiça e de castidade para com seu Esposo, Deus. Ela estaria fazendo a escolha de se concentrar em Deus e segui-Lo, ao invés dos amantes com quem cometia adultério.
A palavra “seios” representa seu corpo. Além de desviar sua atenção, foco e devoção da prostituição e do adultério, Deus desejava que ela restaurasse a sua intimidade com Ele. Quando marido e mulher desfrutam de unidade sexual, isso cria unidade espiritual (1 Coríntios 6:15-17). Deus ordena a Israel que se afaste dos deuses pagãos e se apegue a Ele, porque somente Ele era seu parceiro de aliança. Como tal, Ele exigia a lealdade exclusiva necessária para um casamento saudável. Deus desejava unidade e fidelidade; Ele estava disposto a estender misericórdia e perdoá-la. Porém, a oferta de arrependimento não é ilimitada.
O SENHOR, então, explicita várias calamidades que recairiam sobre a nação de Israel caso se recusassem a se arrepender. Primeiro, Ele diz que iria despi-la. Despir significa remover algo; neste caso, tem a ver com retirar a roupa da mulher para que ela fique nua. Deus desnudaria Sua esposa e a exporia como no dia em que ela nasceu. Tal ato a tornaria objeto de humilhação e constrangimento. A pena seria apropriada para o crime sexual de Israel porque ela havia se exposto por meio de sua prostituição e adultério. Israel experimentaria vergonha e humilhação por violar as leis da aliança de Deus.
Em segundo lugar, Deus diz que faria Sua esposa como um deserto, um lugar vazio e inóspito. Ele removeria sua fertilidade para torná-la como terra desértica, um lugar privado de água. Assim como as plantas precisam de água para crescer, os seres humanos precisam de água e outras substâncias para sobreviver. Por causa da infidelidade de Israel, o SENHOR ameaçou torná-la como uma terra desértica e matá-la de sede. Além da sede espiritual, isso pode também ser literal, ou seja, Deus atormentaria Israel com secas, uma escassez prolongada de água. Isso seria desastroso.
Por último, mas não menos importante, Deus diz que não teria compaixão dos filhos de Sua esposa porque eles são filhos da meretriz. Os israelitas foram chamados de filhos da prostituição porque nasceram de uma mãe infiel ou imoral, a terra de Israel. Conforme indicado por Deus, sua mãe interpretou a meretriz, ela que os concebeu agiu vergonhosamente. Assim, os filhos suportariam a vergonha e a culpa da atitude e conduta de sua mãe.
Portanto, Deus anuncia que os filhos de Sua esposa não receberiam Sua compaixão ou Seu amor. A razão para isso foi porque Sua esposa não entender Suas provisões. Sua própria declaração explica as intenções e ações dela: Pois ela disse: Eu irei atrás dos meus amantes, que me dão meu pão e minha água. Minha lã e meu linho, meu óleo e minha bebida.
Os termos "pão" e "água" significam nutrição física. O termo “lã” refere-se à fibra têxtil obtida a partir do pelo das ovelhas. Era usada para fazer roupas quentes (Provérbios 31:13). O termo “linho” refere-se a uma planta semelhante a grama que produz fibras macias para roupas mais leves (Provérbios 31:13). Assim, lã e linho representam a proteção do corpo. Finalmente, óleo e bebida representam prazer e alegria.
Os itens acima formavam a base da antiga economia do Oriente Próximo e eram símbolos da fertilidade concedida a Israel pelo SENHOR, seu parceiro de aliança (Jeremias 31:12). Porém, Israel acreditava ter recebido tais dádivas de Baal, o deus cananeu. Israel pensou que poderia manipular o poder desse falso deus para atender às suas necessidades. Por essa razão, Deus declarou que Sua esposa agiu vergonhosamente.
Através da metáfora marido-mulher, o SENHOR deixa claro que Israel havia cometido adultério espiritual, indo atrás de outros deuses com os quais eles não tinham relacionamento de aliança algum. Israel acreditava que Baal, o chamado deus da fertilidade, a supria, mas era o SENHOR, o parceiro da aliança de Israel, quem atendia a todas as suas necessidades. Por isso, o SENHOR a confronta. Deus puniria a nação por haver transgredido a Seus preceitos da aliança, conforme contido na lei que eles haviam firmado com Deus (Êxodo 19:8).
O julgamento de Deus sobre Israel era uma indicação do Seu amor gracioso por eles. Na aliança, Deus diz: "O SENHOR reprova a quem ama" (Provérbios 3:12; Hebreus 12:6). Deus havia escolhido a Israel como Seu parceiro de aliança e queria ter certeza de que eles obedecessem aos termos do pacto, para seu próprio bem. É por isso que Ele chama os israelitas a repreender a nação, convidando-os a desempenhar o papel de levar o povo ao arrependimento.