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Significado de Oséias 2:6-13
Esta seção é construída sobre a anterior, na qual o Deus Susserano descreve a infidelidade de Israel ao ir atrás de deuses pagãos e adorá-los, ao invés de adorar ao verdadeiro Deus, Javé (vv. 2-5). Aqui, a nação Israel é acusada de ingratidão e idolatria e é condenada por isso.
O SENHOR começa esta seção com a expressão “Então”, que anuncia o julgamento iminente sobre Sua esposa: Portanto, eu a cobrirei com espinhos e construirei um muro contra ela. Ou seja, Ele blindaria, cercaria, barraria seu caminho. Deus obstruiria o caminho de Israel para que eles não pudessem encontrar seus caminhos. Deus se oporia a eles em sua busca por deuses e ídolos pagãos. Como resultado, Israel perseguiria seus amantes, mas não os encontraria.
Israel buscaria a outros deuses, mas não os encontraria. Eles os procurariam, mas não os encontrariam. Isso significa que todos os seus esforços seriam inúteis. Sua busca não daria frutos. Não produziria nada além de frustração.
Frustrada em todos os seus empreendimentos, Israel iria dizer: Voltarei ao meu primeiro marido, pois era melhor para mim naquela época do que agora. Suas próprias palavras demonstrariam a inferioridade de seus falsos deuses, bem como a superioridade do Deus verdadeiro, a quem havia rejeitado. Israel, agora, procuraria retornar ao SENHOR, seu primeiro marido, Aquele que a havia redimido da escravidão no Egito e a acompanhado durante toda a sua difícil e perigosa jornada pelo deserto (Deuteronômio 5:6; 8:15).
De fato, Israel não conseguia entender o amor gracioso de Deus para com eles. Eles não conseguiam perceber que era o SENHOR, seu Marido e parceiro de aliança, que havia providenciado tudo. Como diz o SENHOR: Eles não sabem que fui Eu quem lhe dei o grão, o vinho novo e o azeite. O grão, o vinho novo e o óleo eram os três produtos agrícolas essenciais nos tempos antigos (Deuteronômio 14:23). O SENHOR havia fornecido a Israel todos esses produtos agrícolas para garantir que todas as suas necessidades básicas fossem atendidas.
No entanto, além de prover Israel com essas necessidades, o SENHOR também providenciou luxos e esbanjou em sua prata e ouro, simbolizando muitas riquezas. Isso significa que o Deus Susserano havia dado abundância a Israel. Embora Israel tenha vivido uma vida abundante, eles não deram graças ao Senhor. Em vez disso, eles usaram sua prata e ouro para fazer ou fabricar ídolos a Baal. O culto a Baal envolvia a imoralidade sexual, fornecendo uma justificativa moral para que o povo buscasse seus desejos. A idolatria sempre inclui uma promessa de manipulação, ou seja, de que o ídolo pode ser manipulado para que seus adoradores alcancem seus desejos. Em vez de gratidão pela provisão de Deus e obediência às Suas ordens, eles haviam buscado suas próprias concupiscências seguindo a Baal.
Por esta razão, o Deus Susserano declara que levaria de volta Seu grão na época da colheita e Seu novo vinho em sua estação. Israel seria privado de seus produtos agrícolas. As épocas de colheita não renderiam grãos e não haveria uvas para produzir vinho. Esta maldição nos remete a Deuteronômio 28: "Maldito será a descendência do teu corpo e o produto da tua terra, o aumento do teu rebanho e os filhotes do teu rebanho" (Deuteronômio 28:18). O relacionamento de aliança de Deus com Israel dependia do comportamento de Israel. Bênçãos haviam sido prometidas para a obediência às leis da aliança e maldições para a desobediência. Deus havia estabelecido uma relação de causa e efeito; caberia a Israel escolher seu caminho e as consequências resultantes.
Ao retratar a Israel como uma mulher, o SENHOR diz que tiraria Sua lã e Seu linho que cobriam sua nudez. Eles, então, não teriam roupas para se cobrir ou proteger a seu corpo. Nesta miséria, o SENHOR revelaria sua lascívia aos olhos de seus amantes. Israel sentiria vergonha e seria exposto ao grande público. Seus amantes não seriam capazes de ajudar porque o SENHOR declara: Ninguém a resgatará de Minha mão. O julgamento de Deus sobre Israel seria severo e demonstraria que Deus — e não Baal — era o possuidor e doador de todos os dons.
Além disso, Deus poria fim a toda a alegria de Israel, suas festas, suas luas novas, seus sábados e todas as suas assembleias festivas. O termo “festa” é usado para se referir às três festas anuais celebradas em Israel: a Páscoa e a Festa do Pão Ázimo, a Festa das Semanas e a Festa das Tendas (Êxodo 23:14-17; Deuteronômio 16:1-17). Essas festas e assembleias festivas incluíam sacrifícios e adoração, mas tinham a intenção de proporcionar prazer e alegria.
A Lua Nova (também chamada de "Festa das Trombetas") refere-se ao festival religioso celebrado no primeiro dia do mês lunar, Tisri (setembro/outubro), como havia ordenado Moisés em Levítico 23:23-24. Esta celebração corresponde ao nosso Dia de Ano Novo.
Como a lua nova, o sábado era um dia de descanso e festa. Era celebrado no sétimo dia da semana para comemorar tanto a criação (Êxodo 20:8-11) quanto a redenção de Israel da escravidão no Egito (Deuteronômio 5:12-15). O sacrifício prescrito para o dia de sábado consistia em "dois cordeiros machos de um ano de idade sem defeito, e dois décimos de um efá de farinha fina misturada com óleo como oferta de grãos, e sua oferta de bebida" (Números 28:9).
As festas e atividades religiosas que normalmente eram consideradas ocasiões alegres (Isaías 30:29) chegariam ao fim. Isso provavelmente significava que Israel seria exilado da terra e o tabernáculo que representa a presença de Deus seria destruído. Todas essas coisas haviam sido corrompidas pela adoração aos ídolos. O SENHOR cancelaria todas as assembleias festivas. Ele também destruiria as videiras e figueiras de Israel, pois o povo dizia: Estes são os meus salários que meus amantes me deram.
O termo para “salário” aqui é "'etnā", referindo-se ao presente a uma meretriz em troca de seus serviços. Israel perderia suas vinhas e árvores frutíferas que, na verdade, eram bênçãos de Deus, mas eram consideradas por Israel como presentes dos falsos deuses com quem haviam se prostituído. Deus os faria uma floresta e os animais do campo os devorariam, indicando que a terra se tornaria desabitada. Todos os dons de Israel desapareceriam. Israel pensou que estava seguro quando se voltou aos deuses pagãos, mas não foi o caso. O Deus Susserano, o Todo-poderoso que havia provido para Israel, removeria sua abundância para fazê-la entender sua condição espiritual. Isso estava de acordo com a aliança que Israel havia firmado e consistente com o castigo prescrito dentro do pacto com o qual haviam concordado (Êxodo 19:8).
O SENHOR castigaria, assim, a Israel pelos dias dos Baals. A frase “os dias dos Baals” refere-se às festas cultuais cananéias. Durante essas festas culturais, Israel costumava oferecer sacrifícios e se adornar com seus brincos e joias e seguir seus amantes. Ao fazê-lo, esqueceu-se completamente do Senhor. Eles seguiram o caminho dos cananeus, que exploravam as pessoas e sacrificavam crianças (conforme descrito em Levítico 18).
Portanto, Israel seria severamente punido. Eles seriam esquecidos assim como haviam se esquecido do SENHOR (por um tempo).
Israel seria severamente julgado por violar aos preceitos da aliança de Deus, reconhecendo a Baal como seu deus e esquecendo o Deus autoexistente, Javé, Aquele que os havia redimido da escravidão e continuado a prover todas as suas necessidades. No entanto, o castigo de Deus não seria algo final. Ele, um dia, restauraria a nação de Israel e a recuperaria como Sua esposa, conforme indica a próxima seção.