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Significado de Oséias 9:15-17
Nesta seção final do capítulo 9, o SENHOR desloca Sua atenção do incidente de Israel em Baal-Peor (9:10) para seus atos perversos em Gilgal (Ver Mapa). Ele começa dizendo: Todo o seu mal está em Gilgal (v. 15). A cidade chamada Gilgal estava localizada perto de Jericó. Fora o primeiro lugar onde os israelitas acamparam em Canaã depois de atravessarem o rio Jordão (Josué 4:19).
No entanto, nos dias de Oséias, ela havia se tornado um centro de iniquidade e transgressão, pois o povo de Israel oferecia falsa devoção a Deus (Amós 4:4). Por esta razão, Deus declara: De fato, eu vim odiá-los ali! (v.15). A palavra hebraica traduzida como “odiar” é traduzida como "não amar", da mesma forma que em Gênesis 29:30-31, quando Lia era menos amada que Raquel.
Isso significa que Deus havia ficado descontente com o comportamento do povo em Gilgal porque lá eles haviam oferecido falsa adoração a Ele e praticado atos perversos. Deus nunca deixou de amar Israel (Deuteronômio 7:7-8, Jeremias 31:3, Romanos 11:28-29). Porém, Deus odeia o mal e fica muito irritado quando Seu povo anda em pecado. Este é o caso também no Novo Testamento (1 Coríntios 3:16-17, 2 Coríntios 5:10-11).
Deus julga o pecado. Quanto ao nosso relacionamento com Deus, Ele pregou todos os nossos pecados na cruz de Jesus (Colossenses 2:14). Para todos os que creem Nele, eles nascem de novo na família de Deus e iniciam um relacionamento que jamais será perdido (João 3:3, 14-16). No entanto, o pecado traz consequências adversas e a ira de Deus se derrama sobre ele, muitas vezes permitindo que o pecado siga seu curso natural (Romanos 1:24, 26, 28).
E por causa da maldade das obras do povo, Deus diz: Eu os expulsarei da Minha casa! (v. 15). A linguagem aqui é a de um marido que se divorcia de sua esposa por infidelidade (Oséias 1-3, Deuteronômio 24:1-3). Assim, como um marido que se divorcia de sua esposa infiel e a expulsa de sua casa, o Deus Susserano expulsaria a Israel da terra de Canaã.
Deus não os amaria mais (v. 15). Ele retiraria Sua presença e proteção deles e eles ficariam desesperados. Isso contrasta com a afirmação de Oséias 3, onde Ele diz:
"Vá de novo, ame uma mulher que é amada por seu marido, mas uma adúltera, assim como o Senhor ama os filhos de Israel, embora eles se voltem para outros deuses e amem bolos de passas" (Oséias 3:1).
Nesta passagem de Oséias 3, Deus ainda ama a Israel.
E, novamente, como Deus declara através do profeta Jeremias, que profetizou a Judá antes de seu exílio na Babilônia:
"Eu te amei com um amor eterno; Por isso vos atraí com amorosidade." De novo eu te edificarei e você será reconstruído, ó virgem de Israel!" (Jeremias 31:3-4a).
Nesta passagem de Jeremias, o profeta diz que o amor de Deus é "eterno".
Em Oséias 9:15, a imagem é que o marido fiel expulsa a esposa infiel da casa e se divorcia dela. Os dois não mais morarão juntos. Daí a descrição de que Deus não os amaria mais, o que significa que sua comunhão estrava quebrada e, por um tempo, Deus não os abençoaria mais como parte da aliança (Ezequiel 16).
Em outros versículos, Deus promete que, quando houvesse arrependimento, Deus tomaria Israel de volta e restauraria o relacionamento do pacto. As consequências adversas da derrota e do exílio de Israel seriam necessárias como parte de seu acordo de aliança com Deus (Deuteronômio 28:15-68). No entanto, o pacto também prevê que, quando Israel fosse disciplinado, ele seria restaurado (Deuteronômio 32:36, 43).
A razão listada aqui para a derrota de Israel foi sua rebelião: Todos os seus príncipes são rebeldes. Os líderes de Israel eram rebeldes porque rejeitavam às leis de Deus. Reis eram assassinados e o assassino tornava-se rei (Oséias 8:2). Em vez de confiar em Deus, os líderes passaram a confiar no Egito e na Assíria. Em vez de escolher um e ficar com ele, eles desestabilizavam Israel flutuando entre o Egito e a Assíria (Oséias 7:11).
Em vez de servir ao povo de Israel, os líderes os exploravam (Oséias 5:1). Em vez de liderar o povo e treiná-lo em retidão, os líderes os levavam à ignorância e davam maus exemplos (Oséias 4:4). Como resultado da falta de treinamento e da má liderança do povo, a terra mergulho em uma cultura pagã de exploração. A terra estava cheia de engano e violência (Oséias 4:1-3).
Podemos inferir que a liderança de Israel seguiu o "sistema de baixa pressão para os líderes", gerando tempestades culturais para seus liderados. Quando os líderes não defendem nada além de seu próprio poder e apetites, eles só procuram a autoafirmação (como os falsos profetas). Eles não ouvem a verdade (como a verdade falada pelos profetas). Então, eles culpam os outros (até mesmo a Deus) por seus próprios fracassos.
Eles buscam alívio, talvez em práticas de adoração pagã. A prática do culto a Baal fornecia uma justificativa moral para que eles explorassem aos outros e buscassem a seus apetites (particularmente as perversões sexuais). Além disso, a varinha do adivinho pagão e as respostas dos ídolos sempre justificavam as paixões do peticionário. No caso de Israel, isso havia tomado a forma de exploração, manipulação e violência (Oséias 4:2).
Deus chama os líderes de Israel a ser líderes fortes e diferenciados. Ele chama os levitas a ensinar o povo e guiá-lo em retidão (Deuteronômio 33:8, 10). Ele chama cada pai de cada família a ensinar seus filhos a amar a Deus e amar ao próximo continuamente, todos os dias (Deuteronômio 6:4-9, Levítico 19:18, Mateus 22:37-39). Deus chama Seus líderes a serem corajosos para fazer tudo o que Deus ordena e para crer que Seu caminho é a melhor escolha (Josué 1:7, 23:6, Hebreus 11:6).
Um bom líder cria um clima e uma cultura criativa e solidária de florescimento humano. Isso começa quando o líder tem um compromisso e uma missão. Deus desejava que os líderes de Israel se comprometessem a seguir a Seus caminhos e cumprir a missão de ser uma nação de sacerdotes, mostrando um caminho melhor às nações vizinhas (Êxodo 19:6). Em vez disso, eles tornaram-se seguidores das nações vizinhas. Como resultado, Deus tiraria seu testemunho e os entregaria a seus amantes estrangeiros.
Portanto, Deus volta sua atenção à destruição da linhagem de Efraim mencionada anteriormente (vv. 11-13) e diz: Efraim está ferido, sua raiz está seca, eles não darão frutos (vs 16). Como nos versículos anteriores, Efraim é usado ironicamente aqui como um substituto para todo o reino do norte de Israel, porque é a maior tribo. Efraim apresenta uma reviravolta irônica, pois a palavra significa "duplamente fecundo" (Gênesis 41:52). A grande ironia é que a terra outrora duplamente fecunda se tornaria infrutífera.
A imagem usada aqui é a de uma planta cujo crescimento depende em grande parte de raízes fortes. Se a raiz estiver seca e murchar por falta de água ou for arrancada do chão, a planta logo secará e morrerá (Jó 8:16-19). Da mesma forma, a população de Efraim/Israel seria reduzida devido à esterilidade. As mulheres israelitas estariam sob tal coação física que seriam incapazes de gerar filhos (não dar fruto) (Oséias 9:14).
Deus aumenta a severidade do julgamento de Israel ao declarar: Mesmo que eles tenham filhos, matarei os preciosos de seu ventre (v.16). A imagem aqui pode ser a de invasores arrancando as crianças do ventre de suas mães (Oséias 13:16). Vale ressaltar que Deus considera os nascituros como preciosos. A prática pagã do sacrifício de crianças era algo que Deus particularmente condenava (Levítico 18:21, 20:2-5). Deus é quem nos forma no ventre de nossas mães (Salmo 139:13-15).
Após as declarações de Deus, o profeta Oséias encerra o capítulo com um resumo sobre a condição futura de Israel no exílio. Ele diz: Meu Deus os expulsará porque não O ouviram; e serão andarilhos entre as nações (v. 17).
O comportamento perverso de Israel fez com que Deus os expulsasse para o exílio. Isso estava de acordo com os termos do acordo de aliança no qual Israel havia entrado (Êxodo 19:8, Deuteronômio 28:25, 36). Como Caim (Gênesis 4:12, 14), Israel se tornaria um andarilho infrutífero e um exilado entre as nações. Isso significa que Israel não viveria mais na terra, até que seu tempo de exílio estivesse completo. Tudo isso aconteceria porque eles haviam desobedecido às leis do pacto com Deus. Israel não dera ouvidos a Deus. Sua lei era tão desconhecida por eles que parecia algo estranho (Oséias 8:12).
Nós não controlamos a maioria das coisas na vida. Não controlamos nossa genética, nem nossas circunstâncias históricas, nem a época de nosso nascimento. Não podemos fazer escolhas para os outros. Porém, controlamos três coisas: em quem confiamos; a perspectiva que escolhemos; e as ações que tomamos. A lição que podemos tirar deste capítulo é que cabe a nós escolher a perspectiva de que Deus é nosso Criador e sabe o que é melhor para nós. Portanto, devemos ouvi-Lo e confiar em Seus caminhos. É assim que alcançamos as maiores bênçãos da vida.
O mundo promete a vida (1 João 2:15-16). Mas nos dá a morte (Romanos 6:23, Gálatas 6:8). Jesus nos pede que entreguemos nossa vida, matando nossos próprios apetites egoístas, pois esse é o caminho para a vida (Mateus 16:24-25). Há dois caminhos: um que leva à morte (que o mundo nos diz que leva à vida) e outro que leva à vida (que o mundo nos diz que leva à morte). Nossas decisões serão afetadas por aquilo em que confiamos e pela perspectiva que escolhemos, determinando se alcançaremos bênçãos e fecundidade na vida, ou futilidade e perda.
Felizmente, aqueles que creram são declarados justos aos olhos de Deus (Romanos 4:3). Isso jamais pode ser apagado, porque não tem nada a ver com nossas atitudes (Romanos 4:5). No entanto, nossas ações têm consequências. Assim, cabe a nós ouvir a Deus e adotar uma perspectiva verdadeira. Desta forma, podemos renovar nossa mente e ser transformados (Romanos 12:1-2).