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Significado de Jonas 1:4-6

O SENHOR lança uma grande tempestade sobre o mar. Os marinheiros pedem a seus deuses e despertam Jonas de seu sono profundo para orar ao seu Deus.

Jonas pega um navio para Társis, a fim de fugir de sua missão (v. 3). Porém, o Deus Todo-poderoso entraria no caminho de Jonas. Para demonstrar que Ele controlava a tudo e todos, o SENHOR lançou um grande vento sobre o mar. O autor coloca o sujeito (o SENHOR) em primeiro lugar na frase, invertendo a ordem normal das palavras hebraicas de verbo-sujeito. Ao fazer isso, ele deixa claro que a tempestade veio do Senhor, o Deus Todo-poderoso. A tempestade não foi uma coincidência. Jonas havia desobedecido a Deus, pensando que poderia frustrar sua missão de pregar aos assírios e poupar seu julgamento iminente. Agora, Deus usaria as forças naturais para colocar Jonas de volta nos trilhos.

O verbo “arremessar” é "ṭûl" em hebraico. Significa "lançar" e muitas vezes implica um alto grau de violência. O verbo aparece no livro de 1 Samuel, onde Saul arremessou sua lança contra Jônatas "para matá-lo" (1 Samuel 20:33). Aqui, em nossa passagem, o SENHOR lançou um vento poderoso sobre o mar, causando uma grande tempestade no mar, de modo que o navio estava prestes a quebrar. O forte vendaval despertou sentimentos de impotência entre os marinheiros. Como resultado, eles ficaram com medo.

O verbo "temer" (“yawray” em hebraico) é traduzido aqui como "ficaram com medo" e refere-se a uma preocupação com consequências ou resultados. É usado para se referir a uma atitude de reverência e temor a Deus, medo de resultados adversos provenientes da quebra da aliança com Ele (Deuteronômio 6:13; 10:20).

A palavra hebraica "yawray" também pode se referir ao terror humano em relação a circunstâncias que ameaçam sua segurança física. Esta é a aplicação aqui no versículo 5. Os marinheiros temeram muito por suas vidas ao observarem a tempestade (v. 10). A magnitude da tempestade não apenas causou medo extremo entre os marinheiros, mas também fez com que cada homem clamasse a seu deus. Isso indicava que os marinheiros possuíam a filosofia do animismo, que conectava ações físicas a causas espirituais. Esta era a visão dominante do Antigo Oriente Próximo e ainda é comum hoje nessas regiões.

Em seu contexto animista, era natural que as pessoas reconhecessem as calamidades ou os infortúnios como expressões de castigos divinos. O mundo do Antigo Oriente Próximo era politeísta, o que significava que as pessoas adoravam a muitos deuses. Normalmente, os diferentes deuses eram acionados para conceder favores diferentes. Aqui, os marinheiros clamavam a seus deuses, provavelmente os deuses náuticos e os deuses do tempo, esperando que uma daquelas divindades interviesse para acalmar a tempestade.

Tendo clamado a seus deuses sem sucesso, os marinheiros decidiram agirde outras formas para aliviar a situação. Eles começaram a jogar as cargas do navio ao mar para aliviar seu peso. O verbo traduzido como “jogar” é o mesmo verbo do v. 4. Enquanto o SENHOR soprava o vento forte sobre o mar, os marinheiros lançavam suas cargas (seus bens) sobre o mar. Fizeram-no para evitar que o navio afundasse. Porém, jogar as cargas no mar significava que os marinheiros estavam perdendo suas mercadorias.

Porém, onde estava Jonas durante todo esse tempo? O texto nos diz que Jonas tinha ido para baixo, no porão do navio. O autor enfatiza a ação de Jonas colocando o sujeito (Jonas) na frente do verbo. Enquanto os marinheiros faziam tudo o que podiam para salvar suas vidas da poderosa tempestade, Jonas estava inativo. Ele tinha descido abaixo do convés, deitado e adormecido.

“Adormecer” aqui fala sobre um tipo especial de sono profundo, fazendo com que aquele que dorme fique inconsciente do que está acontecendo ao seu redor (Gênesis 15:12; 1 Samuel 26:12). Isso significa que Jonas havia entrado em sono profundo e não estava ciente da magnitude da tempestade, nem da atividade dos marinheiros, que tentavam impedir que o navio afundasse.

O capitão, ansioso para envolver a todos à bordo na reunião de oração, aproximou-se de Jonas e disse: 'Como é que você está dormindo? O capitão ficou surpreso ao ver alguém dormindo tão bem durante tamanha tragédia. Então, ele ordena a Jonas, dizendo: Levanta-te, invoca o teu deus!

O verbo traduzido como “levantar-se” é "qûm" em hebraico. É o verbo que inicia o v. 2, onde o SENHOR instrui Jonas a ir até Nínive. Da mesma forma, o verbo “chamar” [qāraʾ] aparece no v. 2, com o significado de "gritar contra". Assim, Jonas ouviu à ordem duas vezes: uma do Senhor e outra do capitão.

Embora o capitão não estivesse ciente da ordem do SENHOR a Jonas, o eco das palavras do SENHOR em sua boca provavelmente lembrou ao profeta de sua missão divina. A repetição também destaca o fato de que nada pode escapar de Deus. Ele pode usar qualquer coisa para chamar nossa atenção. Deus pode falar através de animais, como usou um burro para falar com Balaão (Números 22:28). Ele usou a própria pessoa que buscava crucificar a Jesus para anunciar a palavra profética de que Ele morreria pelos pecados do mundo (João 11:49-52). Em nossa passagem, Deus usa os lábios de um marinheiro pagão para lembrar a Seu servo Jonas de que ele não deveria fugir de sua missão.

O capitão estava em uma situação desesperadora, tendo percebido que os deuses dos marinheiros não estavam ajudando em nada. Talvez ele pensasse que Jonas era a última opção, já que Jonas estava dormindo e não fazia parte da reunião de oração. Ele despertou Jonas de seu sono profundo e pediu-lhe que clamasse a seu deus, na esperança de encontrar uma solução. Ele expressa tal desejo vividamente ao afirmar: Talvez seu deus esteja preocupado conosco e não pereçamos.

O termo “talvez” era uma forma de manter a esperança (Jonas 3:9). A essa altura, o capitão nada sabia sobre a superioridade do deus de Jonas. Ele simplesmente queria apelar a todos que orassem para que um dos deuses pudesse poupar suas vidas. A situação era tão difícil que os marinheiros tinham medo de morrer. No entanto, o profeta Jonas dormia profundamente, não demonstrando nenhuma preocupação. Isso pode ter ocorrido, em parte, porque Jonas achava que, caso morresse, o desejo de Deus de oferecer arrependimento aos assírios seria frustrado e Israel seria salvo da ameaça assíria (Jonas 4:2).

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