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Significado de Mateus 20:17-19
Os relatos paralelos do Evangelho quanto a este são encontrados em Marcos 10:32-34 e Lucas 18:31-34.
O fim do ministério terreno de Jesus estava chegando ao fim. E Ele sabia disso. Antes de subir a Jerusalém, onde seria morto e depois trazido à vida novamente, Ele levou os doze discípulos para uma conversa particular. Ele desejava estar a sós com eles para que pudesse prepará-los para esses eventos terríveis que aconteceriam logo a seguir.
Ele começou chamando a atenção deles. E então os informa: Estamos subindo para Jerusalém. A cidade de Jerusalém ficava a vinte ou mais milhas a oeste da região da "Judéia além do Jordão", também chamada de "Peréia", que pode ter sido onde Jesus estava com Seus discípulos quando lhes disse essas coisas (Mateus 19:1). Normalmente, levaria vários dias para fazer a viagem de subida da Peréia a Jerusalém.
Outra possível localização seria a cidade de Jericó, a leste da Judéia (Mateus 20:29), entre a Peréia e a capital. Jerusalém era o epicentro cultural da vida judaica. Era onde os reis de outrora governavam. Era o local do templo, onde a presença de Deus estava localizada na terra. Era a sede do poder político de toda a região e a sede dos saduceus e romanos.
Esta é a primeira e única vez que Mateus registra Jesus visitando Jerusalém, mas de acordo com Lucas e João, Ele havia estado em Jerusalém em várias ocasiões anteriores (Lucas 2:41; João 2:13; 5:1; 7:10; 10:22). A Lei de Moisés exigia que todo homem judeu participasse dos festivais (Êxodo 23:15-16).
"Três vezes por ano todos os vossos machos aparecerão diante do Senhor DEUS." (Êxodo 23:17)
Deus especificou que, uma vez que Israel entrasse na terra, Ele designaria um lugar para eles se reunirem.
"Mas buscareis o Senhor no lugar que o Senhor, vosso Deus, escolherá de todas as vossas tribos, para ali estabelecer o Seu nome para a Sua morada, e lá virás." (Deuteronômio 12:5)
Inicialmente, o lugar designado por Deus para se reunir era o tabernáculo, localizado em Siló (Josué 18:1). Mais tarde, porém, o lugar mudou-se para o templo localizado em Jerusalém. Os discípulos provavelmente teriam entendido que a principal razão pela qual eles estavam indo para Jerusalém naquele momento era para obedecer à Lei e celebrar a Páscoa na cidade de Deus.
Pelo fato de Jesus ter cumprido perfeitamente a Lei de Moisés, Ele teria subido a Jerusalém muitas vezes ao longo de Sua vida. Uma possível razão pela qual Mateus não menciona essas visitas adicionais é porque sua narrativa se concentra na missão messiânica da vida de Jesus. A chegada do Rei Messias à Sua capital Jerusalém foi uma esperança que ressoou profundamente nos corações dos judeus. Talvez Mateus não quisesse minimizar essa cena tão esperada e gloriosa para seu público-alvo.
Jesus lembrou aos doze o que aconteceria com o Filho do Homem em Jerusalém depois que eles chegassem. No tempo de Jesus, a frase, o Filho do Homem, tinha múltiplos significados. Era uma expressão comum que poderia significar "qualquer pessoa", mas também era um termo que se referia ao Messias, como usado em Daniel 7:13. Aqui Jesus está usando o termo como forma de descrever o que aconteceria a Ele como o Messias. A essas alturas, os discípulos sabiam que Jesus era o Messias de Deus e o Filho do Homem (Mateus 16:16).
Jesus disse que três coisas aconteceriam a Ele quando estivessem em Jerusalém.
A primeira coisa era que o Filho do Homem seria entregue aos principais sacerdotes e escribas. Jesus não estava apenas predizendo a Seus discípulos que Ele seria preso, mas que Ele seria entregue a Seus inimigos. “Entregue”, aqui, significa “trazer” ou “suprir”. Essa entrega não especifica explicitamente a traição, mas a sugere vagamente. Judas Iscariotes foi o discípulo que traiu Jesus (Mateus 26:14-16, 47-50). Os saduceus e fariseus eram os principais sacerdotes e escribas aos quais Jesus seria entregue (Mateus 26:47). Eles desprezaram tanto os ensinamentos de Jesus que conspiraram para matá-Lo (Mateus 26:3-4).
A segunda coisa era que o sumo sacerdote e os escribas entregariam o Filho do Homem aos gentios, que zombariam Dele, O flagelariam e O crucificariam. Os saduceus e fariseus não tinham autoridade de Roma para matar Jesus (Mateus 26:5). Mas eles podiam convencer os romanos, que tinham autoridade política para matá-lo. Depois que seu tribunal secreto condenou o Filho do Homem à morte, eles O entregaram aos romanos. Esses gentios zombaram impiedosamente de Jesus como Rei dos Judeus (Mateus 27:27-31). Eles O açoitaram brutalmente (Marcos 15:15). E O crucificaram (Mateus 27:33-50).
Mas, a terceira coisa que Jesus disse a Seus discípulos que aconteceria é que no terceiro dia, após aqueles terríveis eventos, o Filho do Homem voltaria à vida. Jesus voltou à vida três dias depois de ter sido sepultado (Mateus 28:1-10).
Jesus já havia falado sobre esses eventos. Ao longo de Seu ministério, Jesus aludiu à Sua morte e ressurreição (Mateus 12:39-40; 16:4). Ele havia dito especificamente a Seus discípulos em ocasiões anteriores que muitas dessas coisas aconteceriam com Ele (Mateus 16:21; 17:12; 17:22-23). A razão provável para Jesus lembrar Seus discípulos desses eventos nesta ocasião em particular foi para notificá-los de que as advertências que Ele havia compartilhado com eles antes iriam acontecer em breve. Com efeito, Ele estava dizendo a Seus discípulos: Este é o momento em que Eu serei morto. Isso acontecerá nesta viagem a Jerusalém.
Mas Lucas revela que os discípulos não entenderem o que Jesus estava tentando lhes dizer.
"Mas os discípulos não entenderam nenhuma dessas coisas, e o significado dessa declaração estava escondido deles, e eles não compreenderam as coisas que foram ditas." (Lucas 18:34)
Devemos prestar atenção ao fato de que algo tão claramente declarado por Jesus tenha sido tão mal compreendido pelos discípulos. Se os doze não entenderam essa linguagem simples, então devemos estar preparados para a verdade de que levará tempo para muitas coisas em nossas vidas serem compreendidas. Em última análise, é o Espírito Santo quem nos leva à verdadeira compreensão de tudo (Lucas 12:12; João 14:26).
Também vale a pena notar a humildade dos discípulos. A representação de Mateus é embaracosa em relação a eles. Porém, isso demonstra que, com o tempo, eles compreenderam e abraçaram plenamente a definição de grandeza de Jesus. Ao fazerem isso, eles revelaram completamente suas fraquezas e falhas, para que possamos aprender, da mesma forma como eles aprenderam.