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Significado de Mateus 20:8-16
Esta parábola não é encontrada nos outros relatos do Evangelho.
Jesus prossegue com a segunda metade da parábola dos trabalhadores da vinha. A primeirapara metade da parábola era sobre o proprietário da terra da vinha contratando trabalhadores trabalhar em sua vinha na época da colheita. Ele contratou cinco equipes de trabalhadores ao longo do dia, começando no início da manhã, até cerca de cinco horas da tarde. O primeiro grupo concordou em receber um denário, ou um dia inteiro de salário. Os vgrupos subsequentes concordaram em receber "o que for certo".
No final do dia de trabalho, quando a noite chegou, o dono da vinha chamou seu capataz. O capataz era o superintendente da colheita e os trabalhadores. Ele era um funcionário em tempo integral e, possivelmente, um membro da família ou filho do proprietário. Se o proprietário representa Deus, o Pai e a vinha representa o Seu Reino, então o capataz pode representar o Filho. A noite representa o momento do juízo que vem depois do fim desta era (2 Coríntios 5:10). É o início da "regeneração" à qual Jesus acabara de descrever a Seus discípulos (Mateus 19:28).
O proprietário convocou Seu capataz porque era hora de pagar aos trabalhadores seus salários pelo trabalho que haviam feito naquele dia. Os salários são as recompensas por nossas ações. Nesta vida, geralmente trocamos trabalho por salários. O proprietário instruiu o capataz a começar com o último grupo primeiro. Sua instrução, começando com o último grupo, é uma inserção inteligente do provérbio paralelo que encerra esta parábola:
Fim do livro: Mateus 19:30
"Mas muitos dos que são os primeiros serão os últimos; e os últimos, os primeiros".
Fim do livro: Mateus 20:16
"Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros, os últimos."
Este provérbio é o ponto principal desta parábola. A parábola nos mostra o que Jesus quer dizer ao usar este provérbio.
O último grupo a ser contratado começou a trabalhar na décima primeira hora, que teria sido por volta das cinco horas da tarde. Eles só haviam trabalhado por uma hora do dia. Cada um deles recebeu um dia inteiro de salário. Isso era mais do que "o que é certo" (Mateus 20:4). O dono da vinha foi extremamente generoso. Cada um recebeu um denário, que era a mesma quantidade que os primeiros trabalhadores matinais negociaram com o dono da vinha. Jesus e/ou Mateus não dizem qual o salário os trabalhadores que começaram na terceira, sexta e nona hora receberam. Sua reação também não é registrada. Isso provavelmente ocorre porque o ponto principal da parábola é comparar a primeira hora com a última hora.
Quando os primeiros contratados chegaram, pensaram que receberiam mais, porque haviam trabalhado um dia inteiro, enquanto os outros só haviam trabalhado uma parte do dia. Mas essa expectativa não foi atendida. Quando o capataz veio pagá-los, cada um deles recebeu um denário, e nada mais. Isso os decepcionou e frustrou. Jesus diz que eles resmungaram com o proprietário de terras quando receberam o salário que haviam negociado. Aparentemente, um dos trabalhadores contratados pela manhã tornou-se um porta-voz do grupo e aproximou-se do funcionário para expressar a decepção do primeiro grupo.
Ele queixou-se ao dono da vinha. Sua queixa foi baseada em duas acusações. Primeiro, ele disse que o primeiro grupo havia trabalhado muito mais do que o último. E o porta-voz estava certo. O primeiro grupo havia trabalhado doze horas, enquanto o último grupo havia trabalhado apenas uma hora. E, segundo, ele disse que o primeiro grupo havia trabalhado em condições mais difíceis do que o último grupo. Seu grupo trabalhou durante o calor escaldante do dia, enquanto o último grupo só havia trabalhado durante o frescor do final da tarde. Isso também, provavelmente, era verdade. Por causa desses fatores, não era justo, de acordo com o porta-voz, que o primeiro grupo recebesse salários iguais aos do último grupo. Sua acusação contra o proprietário da terra era que ele não estava sendo justo.
O proprietário respondeu à acusação do porta-voz com respeito e bondade. Ele se dirigiu a ele com um termo cativante: Amigo. Ele explicou-lhe: Eu não estou lhe fazendo nada de errado; você não concordou comigo em um denário? (Eles haviam concordado com esse valor.) O dono disse para pegar o que era seu e ir embora. Em outras palavras, "Receba seu salário e fique contente. Recebestes o que esperavas receber. Do que você está reclamando?"
O proprietário faz uma pergunta retórica: Não me é lícito fazer o que desejo com o que é meu? Claro, era lícito para o proprietário fazer com seu próprio dinheiro o que ele desejasse fazer. Isso incluía dá-lo a outras pessoas por qualquer motivo que o proprietário desejasse dar. Então o proprietário fez uma suposição quanto à verdadeira razão pela qual o primeiro grupo estava resmungando contra ele. Ele lhes perguntou: Vocês estão com inveja porque eu sou generoso? A verdadeira razão pela qual o primeiro grupo ficou chateado foi que o último havia recebido mais do que provavelmente tinha sido acordado para o trabalho.
A parábola termina com a especulação perspicaz do proprietário sobre a reclamação estar enraizada na inveja. Jesus, então, repete a imagem espelhada do provérbio de abertura: Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros, últimos.
Assim Jesus conclui Sua parábola sobre os trabalhadores da vinha. O que Jesus queria que Seus discípulos compreendessem com isso?
Um ponto importante desta parábola parece ser não assumir que a posição de alguém no Reino dos Céus seja baseada em sua posição ou influência nesta vida. Isso nos traz de volta ao episódio imediatamente anterior a esta parábola, onde os discípulos perguntaram como alguém poderia entrar no Reino dos Céus se o jovem governante, altamente impressionante e piedoso, não tinha conseguido. Muitos dos que são considerados os primeiros nesta vida são, na realidade, os últimos no Reino. E muitos que são considerados como os últimos nesta vida são, na realidade, os primeiros no Reino. Jesus contou esta parábola para ajudar Seus discípulos a perceber essa verdade. Esta é uma aplicação do provérbio do início do livro: "Mas muitos dos que são os primeiros serão os últimos, e os últimos, os primeiros" (Mateus 19:30).
Ter riquezas, autoridade, influência, poder e boa reputação entre os homens não equivale a nada no Reino de Deus. Isso tudo não impressiona a Deus. O que Deus impressiona a Deus é a obediência fiel e o amor e serviço humilde a outros, de coração. Qualquer um pode fazer isso, mesmo os que são pobres materialmente ou que têm pouca influência ou seguidores. É por isso que Jesus disse a Pedro que todos, incluindo aqueles que são os menores ou últimos em influência, poder, riquezas, etc., podem se tornar os primeiros em Seu Reino, caso sigam ao Messias (Mateus 19:29).
Os discípulos, talvez erroneamente, assumiam que uma pessoa como o jovem rico teria garantida sua entrada no Reino. E quando Jesus lhes diz que era mais fácil para um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que para um rico entrar no Reino dos Céus, eles ficam surpresos (Mateus 19:24-25). Eles imaginavam que, se alguém tão importante quanto o jovem rico não podeia entrar no Reino, então não havia como alguém tão humilde como eles ser capaz de entrar no Reino. Aos olhos deles, o jovem seria o primeiro a entrar. Jesus contou esta parábola para estabelecer um paradigma adequado em relação à grandeza no Reino.
O Reino dos Céus opera em um sistema de valores completamente diferente dos reinos desta terra. É por isso que devemos procurar ser o primeiro no Reino de Deus ao nos tornar o último no reino da terra (Mateus 6:24; 10:39; 16:25). Para mesclar este pensamento com outro ensinamento de Jesus: "Que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida (psuche)?" (Mateus 16:26).
Tornar-se o primeiro nesta vida, muitas vezes, inclui amar o mundo e obedecer a seu sistema. A corrida para se tornar o primeiro nesta vida é uma competição brutal que destrói vidas e a harmonia social.
Mas este não é o caminho de Deus. Tornar-se o primeiro em Seu Reino requer amar a Cristo e obedecer a Seus mandamentos de amar ao próximo como a nós mesmos. Tornar-se o primeiro no Reino é uma plataforma onde todos nós desempenhamos o nosso papel na sinfonia harmoniosa de Deus. Quanto melhor amarmos e servirmos uns aos outros, melhor será não apenas para nós, mas para todos em Seu Reino.
Um segundo ponto da parábola é a aplicação do final da parábola: "Assim, os últimos serão os primeiros, e os primeiros, os últimos". Isso pode significar que aqueles que colocam sua fé em Cristo no final de suas vidas ainda podem ganhar grandes recompensas. Aquele que são fiéis no final desta era recebem grandes recompensas também. Pode ser que os primeiros obreiros representem a Israel, que tinha uma aliança específica (negociação) com Deus. Foi-lhes prometidas bênçãos específicas para sua obediência na Terra Prometida, como vemos em Deuteronômio 30:15-30. Mas, os gentios, que vieram mais tarde e foram enxertados (Romanos 11:17), estão sob uma nova aliança, escrita em seus corações (Jeremias 31:33; Hebreus 8:10; 10:16). Isso significa que os gentios, que vieram mais tarde e têm uma aliança espiritual, em vez de uma recompensa específica relacionada à Terra Prometida, serão tratados com extrema generosidade se forem fiéis em servir.
Este segundo ponto - de que os últimos serão os primeiros - também se conecta ao episódio anterior do "jovem rico". Jesus havia afirmado que "para Deus todas as coisas são possíveis". O segundo ponto enfatiza a generosidade de Deus. O proprietário de terras, na parábola dos trabalhadores da vinha, foi muito generoso com os trabalhadores do fim do dia que estavam dispostos a ajudá-lo em sua vinha e confiar em sua generosidade. Ele foi justo com os que havia negociado salário e generoso com os que confiaram na sua justiça.
O jovem rico, provavelmente, era como muitos negociadores que desejavam saber o que tinham de fazer para receber as bênçãos de Deus. Deus é justo. Ele honrará Suas promessas. Então, nesse sentido, podemos depender de Deus e crer que Ele fará o que promete. Mas há algo muito maior. Deus é incrivelmente generoso. Se confiarmos Nele e fizermos o que pudermos com o que temos, temos a chance de obter recompensas muito melhores do que as que teríamos negociado.
O apóstolo Paulo diz o mesmo em sua primeira carta a Corinto:
"Coisas que os olhos não viram e os ouvidos não ouviram,E que não entraram no coração do homem,Tudo o que Deus preparou para aqueles que O amam." (1 Coríntios 2:9).
Nesse sentido, esta é uma parábola incrivelmente encorajadora. Os que chegaram atrasados são os que haviam desperdiçado grande parte de suas vidas fora dos caminhos de Deus. Mas, se forem fiéis e confiarem na generosidade de Deus, Ele os recompensará como se tivessem sido fiéis por muitos anos. Isso fará com que os que trabalharam por muito tempo tenham inveja? Provavelmente não. Na próxima vida, seremos livres desta carne pecaminosa. Portanto, é mais provável que reconheçamos que tudo o que Deus nos concede em termos de recompensas é excessivamente generoso e resultado de Sua misericórdia.
No entanto, Jesus contou a estória de alguém que se gabava de seu currículo ministerial, esperando grandes recompensas. Essa pessoa foi sumariamente demitida. Fica claro que quando tentamos obrigar Deus a nos recompensar, estamos é sendo egoístas, de modo que só alcançaremos as recompensas fugazes deste mundo, em vez das recompensas duradouras do céu. (Ver comentário sobre Mateus 7:21-23).
Jesus deseja que todos nós sejamos os primeiros em Seu Reino, assim como Ele deseja que todos sejam grandes. No contexto do Reino, os usos desses dois termos são bastante sinônimos. Deus criou a todos para serem os primeiros, mas somente os que O obedecem cumprem seu destino e se tornam grandes. Somente aqueles que escolherem deixar de lado os "primeiros" deste mundo, trocando-os pelos "últimos" deste mundo, serão os primeiros no Reino. Esta promessa está disponível a todos, incluindo os "últimos".
Poucos dias depois dessa conversa, Jesus novamente instruiu Seus discípulos a serem os primeiros:
"E quem quiser ser o primeiro entre vós, será vosso escravo." (Mateus 20:27)
Ser "escravo" é ser o último neste mundo. Mas, se servirmos aos outros, estaremos fazendo o que nos coloca em primeiro no Reino de Deus. Se procurarmos ser os primeiros entre os reinos desta terra e insistirmos que os outros respeitem o nosso direito de ser os primeiros, alcançaremos o nosso desejo; porém, ao vivermos desta maneira, é quase certo que seremos os últimos quando o Reino de Jesus vier. Para combinar outro dos ensinamentos de Jesus, de que adianta ao homem ser o primeiro neste mundo e colocar a sua vida ("psuche") em último lugar no Reino de Deus? (Mateus 16:26).
O ponto principal desta parábola indica que a grandeza de um homem no Reino de Deus não se baseia em como as pessoas o estimam na terra. Essa interpretação se alinha com os quatro critérios da parábola que mostramos anteriormente, tratando do Reino dos céus (Mateus 20:1). Ela retrata o provérbio espelhado do primeiro e do último (Mateus 19:30; 20:16). Ela ilustra o ensinamento de Cristo aos discípulos sobre como todos podem ser os primeiros (Mateus 19:29). E mostra aos discípulos de Cristo que, embora o jovem rico fosse poderoso nesta vida, isso não significava que ele seria necessariamente o primeiro no Reino (Mateus 19:24).
Se o jovem rico (Mateus 19:16-24) ou os fariseus (Mateus 21:43-45) são possíveis imagens dos “primeiros” sendo feitos “os últimos”, o centurião romano (Mateus 8:5-13), João Batista (Mateus 11:11) e a mulher que ungiu os pés de Jesus (Mateus 26:6-13) são exemplos dos “últimos” que serão os “primeiros”. Da mesma forma, os crentes que chegariam mais tarde poderiam ser mais elevados do que os crentes do primeiro século. As coisas das quais podemos ter certeza são que a) é Deus quem decide as recompensas e quem executa o julgamento; b) Seus juízos são verdadeiros; e c) Ele é misericordioso e deseja recompensar os que são fiéis (1 Coríntios 4:5; Salmos 7:11a; Apocalipse 3:21, 22:12).