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Significado de Mateus 21:23-27

Os principais sacerdotes confrontam a Jesus no templo e O interrogam sobre Sua autoridade. Eles publicamente Lhe fazem uma pergunta, na esperança de prendê-Lo. Jesus promete responder à pergunta deles se eles responderem à Sua pergunta sobre a autoridade de João Batista. Quando eles se recusam a responder à Sua pergunta, Jesus se recusa a responder à pergunta deles.

Os relatos paralelos do Evangelho quanto a este evento são encontrados em Marcos 11:27-33 e Lucas 20:1-8.

Quando retornou a Jerusalém, Jesus entrou no templo.

O templo era o centro da atividade judaica em Jerusalém. Seus amplos pátios e o pórtico ao redor do complexo do templo faziam dele um local de encontro natural para os adoradores que estavam na cidade para o dia santo anual, a Páscoa. Durante os cinco dias entre a entrada triunfal de Jesus e Sua traição, Ele repetidamente entrou no templo para ensinar (Lucas 20:1; Marcos 14:49). Seu ensino atraía as multidões, que ficavam maravilhadas com o que Ele lhes ensinava (Marcos 11:18).

Templo de Herodes

A presença de Jesus no templo também atraiu a ira do sumo sacerdote e dos anciãos do povo. Eles percebiam a Jesus como uma ameaça à sua autoridade. Eles se lembravam de como Ele havia causado grande perturbação ao expulsar os cambistas e comerciantes (Mateus 21:12-14) e os humilhar quando O confrontaram anteriormente (Mateus 21:14-16).

Quando viram Jesus ensinando no templo, o sumo sacerdote e os anciãos O confrontaram mais uma vez. Eles fizeram duas perguntas a Jesus. A primeira pergunta foi: Com que autoridade fazes essas coisas? A segunda pergunta estava relacionada à primeira: Quem Te deu essa autoridade?

Eles estavam incomodados com a autoridade de Jesus para ensinar e o poder inexplicável dos Seus milagres de cura. Porém, a principal preocupação dos sacerdotes e anciãos era Jesus ter expulsado os cambistas do templo, algo que Ele havia feito pelo menos uma vez nos últimos dois dias e possivelmente duas outras vezes. (Ver comentário para Mateus 21:12-13) .

Havia provavelmente duas respostas que os sacerdotes e anciãos esperavam que Jesus lhes desse ao questioná-Lo quanto à fonte de Sua autoridade. Eles estavam preparados para usar qualquer uma delas para desacreditá-Lo e destruí-Lo.

A primeira resposta básica que Jesus poderia lhes dar era que Sua autoridade vinha do homem. Jesus poderia dizer que Ele estava agindo por Sua própria autoridade. Esta teria sido uma resposta verdadeira, porque Jesus estava agindo de acordo com Sua própria autoridade como Deus. O templo realmente era a Casa de Seu Pai (Mateus 17:24-27; 21:13; João 2:16). Mas, os sacerdotes e anciãos não estavam interessados na verdade. Eles poderiam iriam distorcer essa resposta para rotular Jesus como uma fraude ou um lunático - porque nenhum ser humano tinha autoridade para se comportar como Jesus estava se comportando no templo de Deus.

A segunda resposta básica que os sacerdotes e anciãos antecipavam era que Jesus poderia dizer que Sua autoridade vinha de Deus. Isso também era verdade. Caso respondesse assim, eles instantaneamente O acusariam de blasfêmia, sem considerar que a afirmação poderia ser verdadeira. Os milagres divinos que Ele realizara no templo (Mateus 21:14) demonstravam claramente que Sua autoridade vinha de Deus e que Ele deveria ser ouvido. Mas, como os fariseus antes deles (Mateus 14:14), os saduceus e  os anciãos se recusavam a ver o que Deus estava fazendo. Eles estavam cegos para a realidade de que Jesus era Deus.

Em vez de responder diretamente à sua pergunta, Jesus astutamente evitou sua armadilha. Ele reconheceu que reagir à sua estrutura de raciocínio seria uma fórmula perdedora. Então, Ele deixou de lado suas perguntas e respondeu: Eu também vou lhes perguntar algo. Jesus propôs um cenário alternativo, algo que criou um problema ainda maior para eles. Ele lhes prometeu: Se vocês Me responderem, Eu também lhes direi por qual autoridade faço essas coisas. Jesus respeitosamente lhes disse que lhes daria  uma resposta à sua pergunta se eles primeiro respondessem à Sua pergunta. Isso reformulou todo o diálogo.

Jesus não mudou de assunto. A pergunta de Jesus também dizia respeito à autoridade - a autoridade de João Batista. Jesus pediu-lhes que respondessem se o batismo de João era do céu ou dos homens. O cenário proposto por Jesus colocou os sacerdotes e anciãos na situação de escolher o tipo de perda que sofreriam. Essa conversa ocorreu entre dois debatedores extremamente astutos. Mas, é claro, Jesus era, de longe, o mais sábio.

João Batista era um pregador excêntrico que pregava sua mensagem no deserto da Judéia (Mateus 3:1). Sua mensagem era a mesma de Jesus: "Arrependei-vos, porque o reino dos céus está próximo" (Mateus 3:2; 4:17). João havia batizado os que se arrependiam. Deus achou por bem que Jesus fosse batizado por João no início de Seu ministério terreno, como testemunho e sinal de obediência (Mateus 3:13-17). O papel de João era preparar o caminho para Jesus como o Messias vindouro (Mateus 3:3, 11:10; 11:14; 17:10-13; João 1:19-34; 3:22-36). O rei Herodes mandou prender a João por falar contra seu casamento ilegal com sua cunhada e este, mais tarde, o decapitou a mando de sua vingativa esposa (Mateus 14:1-12).

A frase de Jesus sobre o batismo de João referia-se a João e seu ministério. Apesar do fato de João ter pregoado em locais remotos, ele atraía a grandes multidões (Mateus 3:5; 11:7-9). Muitos creram em sua mensagem, arrependeram-se e foram batizados por ele. Ele era popular entre o povo.

Mas, João não poupava o establishment religioso. Quando os fariseus e saduceus saíram para investigá-lo, João os chamou de "raça de víboras" (Mateus 3:7). Era possível que alguns dos principais sacerdotes e anciãos do povo que agora questionavam a  autoridade de Jesus estivessem entre os fariseus e saduceus repreendidos por João no deserto da Judéia. Os fariseus e saduceus rejeitaram em grande parte a mensagem e o batismo de João. Eles provavelmente ficaram muito aliviados quando Herodes aprisionou João, livrando-os de sua pregação incômoda.

Mas, agora, aqui estava alguém mais incômodo do que João, que se comportava e ensinava coisas estranhas e ameaçadoras no templo. Os sacerdotes e os anciãos procuravam prender Jesus, revelando a autoridade com a qual Ele ensinava, para que pudessem rotulá-Lo como um blasfemador ou um insurrecionista. Jesus afirma que responderá à pergunta deles depois que eles declarassem publicamente de onde  pensavam vir a fonte da autoridade de João: do céu ou dos homens?

Os sacerdotes e anciãos viram instantaneamente como Jesus havia virado sua armadilha contra eles próprios. Eles começaram a raciocinar entre si como seria se respondessem à pergunta de Jesus de uma maneira e depois de outra. Mateus nos dá um pequeno seminário sobre discurso político. Os principais judeus entendiam como enquadrar argumentos e que a forma como fossem colocado determinava quem venceria o debate.

Primeiro, eles raciocinaram: Se dissermos 'Do céu', Ele nos dirá: 'Então, por que vocês não acreditara nele?' Os saduceus sabiam que não acreditavam em João. Poucos, talvez nenhum deles, haviam se arrependido e sido batizados por João. Eles provavelmente perceberam que se mentissem para Jesus e afirmassem que pensavam que João havia vindo do céu, Jesus então apontaria o fato óbvio, porém condenador, de que eles não haviam seguido a alguém com uma mensagem do céu. Sua hipocrisia nua e crua seria evidente.

É interessante notar que os principais sacerdotes e anciãos consideraram mentir a Jesus sobre o que pensavam de João. É revelador que seu instinto fosse o de simplesmente descobrir como responder ao argumento, de tal forma que ganhassem vantagem política. Podemos dizer que isso se parece bastante com muitos dos políticos atuais. Como Salomão observou, não há nada de novo sob o sol (Eclesiastes 1:9-10).

Em seguida, eles raciocinaram: Mas, se dissermos 'Dos homens', tememos o povo; pois todos eles consideram João como um profeta. Os saduceus tinham medo de dizer a verdade sobre o que pensavam de João  porque sua avaliação honesta os faria perder uma medida de respeito do povo, que considerava João como um profeta do céu.

Qualquer resposta que eles escolhessem os colocaria em xeque. E, assim, ele alegaram ignorância. Eles disseram: 'Não sabemos qual era a fonte do ministério de João'.

Jesus, então, responde aos sacerdotes e anciãos: "Então, não vos direi com que autoridade faço estas coisas. Se vocês se recusam a responder à minha pergunta sobre a autoridade de João, então Eu me recuso a responder à sua pergunta sobre a minha autoridade.

A tática de Jesus demonstrou que Ele era mais astuto do que todos líderes judeus.  Jesus era melhor nos debates que eles. Jesus defende a verdade e disse apenas o que era verdade, ao mesmo tempo em que excedia os líderes judeus na habilidade do discurso político. Como é típico dos políticos, os líderes judeus estavam preocupados principalmente em ganhar influência política e aumentar seu próprio poder. Como logo veremos, a pessoa mais poderosa que já andou na face da terra daria Sua vida como resgate pela raça humana. Ao fazer isso, Ele demonstraria o que hjavia ensinado a Seus discípulos tantas vezes sobre os maiores serem os que servem.

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