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Significado de Mateus 23:6-7

Jesus ensina que o coração da Má Religião anseia pela honra e poder dos homens para dominar os outros. Isto é o que motivava aos escribas e fariseus a agirem como agiam. (Não seja como eles).

Os relatos paralelos desse ensinamento são encontrados em Marcos 12:39 e Lucas 11:43.

Os dois primeiros exemplos de Jesus de como os escribas e fariseus praticavam a Má Religião foram:

  • Eles oprimiam aos outros com regras morais e não estavam dispostos a mostrar piedade (Mateus 23:4);
  • Eles faziam todas as suas obras para serem notados pelos homens (Mateus 23:5).

Eles faziam essas coisas porque sua religião era uma competição moral de quem conseguia seguir melhor as suas regras. Os escribas e fariseus manipulavam a competição para sempre vencer,  mudando as regras e criando outras. Era uma disputa de superioridade moral. E enquanto garantissem que todos os outros falhassem, eles venceriam. Eles se viam como justos, enquanto violavam aos princípios fundamentais da lei, que se concentrava em beneficiar aos outros.

Seu prêmio era a honra nos banquetes, os assentos principais nas sinagogas, as saudações respeitosas nos mercados e serem chamados de rabinos pelos homens.

A busca obsessiva desses prestígio é o terceiro exemplo que Jesus deu sobre como os escribas e fariseus praticavam a Má Religião. Jesus diz que eles amavam a tais prêmios.

A palavra grega traduzida como amor nesta passagem é "phileo". "Phileo" descreve um carinho, ou aprovação, ou afeição por algo. Às vezes é entendida como amizade. Há um senso de companheirismo mútuo associado ao amor phileo. Isso significa que os relacionamentos são baseados em o quão bem cada parte vive mutuamente, de acordo com as expectativas da outra parte.

O amor phileo não é mau. Somos chamados a ser amigáveis (Romanos 12:10). É maravilhoso ter carinho pelas coisas boas. Porém, o amor phileo é diferente do amor agape com o qual Cristo nos amou e nos chama a amar aos outros. O amor ágape é baseado em escolhas e valores. Quando baseado em valores bíblicos, este amor não depende das circunstâncias terrenas e sempre busca lucros espirituais duradouros (1 Coríntios 13:3). Quando o amor ágape é baseado em valores mundanos, ele nos leva aos prazeres fugazes do mundo (1 João 2:15-17).

O amor phileo está condicionado às circunstâncias. Por exemplo, se meu amigo se torna meu inimigo, perco minha afeição por ele. No contexto dos jogos religiosos e morais que os escribas e fariseus jogavam, isso significava que sua vitória e sua posição nunca estavam seguras. Dependia de como eram percebidos pelos outros em um determinado momento. Isso provavelmente gerava insegurança e promovia a percepção de que as pessoas ao seu redor eram oponentes, em vez de vê-los como o próximo a quem deveriam amar (Mateus 22:37-40).

Os escribas e fariseus não podiam amar a Deus nem amar o próximo como a si mesmos, porque amavam aos prêmios dos homens. Eles serviam a esses ídolos da Má Religião e, portanto, não tinham capacidade de seguir a Cristo e a vida abundante que flui da Boa Religião (Mateus 6:24). Eles não conseguiam buscar primeiro o Seu Reino e a Sua justiça, porque estavam preocupados com todas essas coisas mundanas (Mateus 6:33).

Os escribas e fariseus praticavam a Má Religião e rebaixavam os outros. Todas as suas ações eram feitas para serem notados pelos homens por causa daquilo que amavam. E eles amavam:

  1. Ao lugar de honra nos banquetes
  2. Aos assentos principais nas sinagogas
  3. Às saudações respeitosas nos mercados
  4. Ser chamados de rabinos pelos homens.

Os escribas e fariseus amavam o lugar de honra nos banquetes.

O mundo antigo, bem como o atual, realizava celebrações e eventos sociais comemorativos. Banquetes eram realizados para honrar pessoas por seu legado e realizações.

A frase Lugar de honra nos banquetes refere-se ao assento primário na mesa central, muitas vezes ao lado do anfitrião. É onde a pessoa que está sendo homenageada no banquete se senta. Quanto mais próxima uma pessoa está de onde o anfitrião se senta, mais importante ela é - e mais "honrada" ela se sente.

Jesus aplicou essa imagem em Mateus 8:5-13 ao afirmar que haveria gentios fiéis (como o centurião romano) que se sentariam à mesa de honra junto com os homenageados Abraão, Isaque e Jacó, enquanto os "filhos do Reino" seriam completamente excluídos do banquete de honra. A exclusão do banquete é descrita como ser lançado na "escuridão exterior", completamente longe da luz da tenda do banquete. Os "filhos do Reino" excluídos eram os judeus crentes, com base na descrição de Jesus em Mateus 13:38, onde Ele os descreveu como as boas sementes na parábola do joio. Jesus usou os assentos de Abraão, Isaque e Jacó para deixar claro que Ele estava falando da mesa de honra. Este era o lugar onde os fariseus procuravam se sentar, mas buscavam meramente ser vistos pelos homens, em vez de desejar se sentar no lugar de honra ao lado de Jesus em Seu Reino vindouro.

Os escribas e fariseus buscavam aos lugares de honra quando participavam de eventos sociais. Quando eram convidados para banquetes ou casamentos, instintivamente se sentavam perto do anfitrião na cabeceira da mesa. Eles procuravam sentar-se ao lado das pessoas populares e influentes. Eles desejavam perceber-se como importantes.

Em Sua "Parábola dos Convidados", Jesus ensinou a Seus discípulos a não buscar a honra dos homens, mas a de Deus (Lucas 14:7-10). O ponto principal de Sua parábola era: "Porque todo aquele que se exalta a si mesmo será humilhado, e aquele que se humilhar será exaltado" (Lucas 14:11). Jesus não estava meramente ensinando maneiras à mesa. Ele estava demonstrando como a busca da honra terrena trará humilhação no Reino, enquanto a busca pelos valores do Reino - o que implica humildade - trará imensa honra quando o Senhor dos Exércitos nos convidar a sentar-nos ao lado Dele em Seu Reino vindouro.

A honra dos homens é o prêmio da Má Religião. Jesus instruiu Seus discípulos a praticar a Boa Religião. A Boa Religião busca a maior honra possível - a honra de Deus. E a maneira de alcançar a mais alta honra é servindo aos outros em amor (Mateus 20:26-27; 23:11-12).

Os escribas e fariseus amavam os assentos principais nas sinagogas.

Os principais assentos nas sinagogas eram posições de poder. Hoje, muitas vezes, falamos sobre o poder de um político de maneiras semelhantes, com expressões como "um assento no Senado" ou "um assento na Suprema Corte". Tecnicamente falando, as sinagogas não eram casas legislativas ou judiciais, mas exerciam muita influência social na cultura judaica. Os homens que ocupavam os assentos principais nas sinagogas tinham a autoridade de elevar socialmente ou ostracizar as pessoas em suas comunidades.

Os escribas e fariseus se comportavam como governantes gentios, que abusavam de seus assentos de poder para dominar sobre aqueles a quem governavam (Mateus 20:25). Mais uma vez, abusar da autoridade para impor uma falsa superioridade moral e explorar aos outros é um dos piores efeitos da Má Religião. Os princípios do Reino da Boa Religião que Jesus ensinou ordenam que aqueles em posições de poder sirvam e busquem o bem-estar das outras pessoas. As Escrituras ensinam que, ao buscar os interesses dos outros (amor ágape), também estamos buscando nossos próprios interesses.

Os escribas e fariseus adoravam receber respeitosas saudações nos mercados.

Os mercados eram o centro não apenas da atividade econômica dentro de uma comunidade, mas também o centro da vida social. Era onde as pessoas se reuniam. Os mercados borbulhavam atividades e conversas comunitárias.

Sempre que uma pessoa ia aos mercados, esperava ver outras pessoas - incluindo aquelas a quem conhecia pessoalmente. Naturalmente, sempre que as pessoas encontravam amigos e conhecidos, elas os cumprimentavam. Se vissem alguém importante ou digno de respeito, eles saudavam àquela pessoa respeitosamente.

Todas as pessoas adoram ser tratadas com respeito. Isso afirma que elas são valorizadas pelos outros e/ou que sua opinião é importante para os outros. Deus criou as pessoas à Sua própria imagem. Tratar alguém com dignidade e respeito é uma maneira de reconhecer seu valor dado por Deus. É natural buscar respeito. E parte de amar o próximo como a si mesmo é dar ao próximo o respeito que qualquer ser humano feito à imagem de Deus merece.

No entanto, os escribas e fariseus não viviam respeitosamente. Eles agiam vergonhosamente e faziam todas as suas ações de justiça (falsa) apenas para serem notados pelos homens. Sua preocupação não era viver de maneira respeitosa ou respeitar a dignidade divina dos outros. Sua preocupação era que os outros os vissem e lhes mostrassem respeito. A Má Religião busca apenas o que "eu" posso obter em uma troca. Nunca considera ou procura beneficiar aos outros. É a atitude do "eu ganho quando você perde", ao invés de buscar o "eu ganho, você ganha".

Os escribas e fariseus adoravam ser chamados de rabinos pelos homens.

Rabino era um título de grande respeito. Significava "mestre". Um rabino era um professor da Lei de Deus. Os rabinos tinham seguidores que aprendiam sob sua autoridade. Jesus era um rabino e Seus discípulos eram Seus seguidores.

Ser um rabino significava que outras pessoas estavam interessadas no que a pessoa tinha a ensinar, e que elas parariam tudo o que estavam fazendo para aprender e seguir àquele mestre. Os escribas e fariseus adoravam ser chamados de rabinos pelos homens, porque isso lhes dava grande poder. Isso inflava seu ego.

Porém, os prêmios de honra e poder entre os homens são os melhores troféus que a Má Religão oferece. Eles vêm com o alto preço de exigir o máximo esforço para manter a farsa a todo custo. Eles vêm ao preço ainda mais alto de esmagar as vidas e os espíritos dos outros. E esses prêmios nunca são eternos.

"De que adianta um homem ganhar o mundo e perder Sua alma?" Jesus frequentemente perguntava (Mateus 16:26; Marcos 8:36Lucas 9:25). A palavra "alma" em Mateus 16:26 é uma tradução da palavra grega "psuche", que se refere à essência de quem somos. O versículo poderia ser reformulado desta maneira: "Que benefício há em ganhar grandes posses e se perder no processo?"

Os prêmios de agradar a Deus, ser coroado com autoridade duradoura e legítima, ter acesso à uma verdadeira comunidade de amigos e a satisfação eterna são os troféus da Boa Religião. Eles também têm um preço alto, incluindo a rejeição pelo mundo (como Jesus experimentaria em breve). Mas, como o apóstolo Paulo afirmou, esse preço não é nada comparado às riquezas insuperáveis da recompensa de Deus para aqueles que confiam Nele e O seguem (Romanos 8:18). A Má Religião nos provoca a buscar benefícios mundanos que nos custam caro, enquanto deixa de lado a possibilidade de alcançar as grandes e duradouras riquezas (Apocalipse 3:21). As recompensas eternas da Boa Religião exigem que a pessoa perca no jogo da Má Religião. Somente ao perdermos nossas almas por causa de Cristo poderemos salvá-las (Mateus 10:39). Somente seguindo o exemplo de Jesus de nos render a Deus poderemos vencer na vida.

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