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Significado de Mateus 25:32-33
Essa parábola não tem nenhum paralelo aparente nos registros dos outros Evangelhos.
O comentário da ABibliaDiz referente a este texto subdividiu a parábola das Ovelhas e dos Bodes e sua subsequente elaboração (Mateus 25:31-46), de acordo com o esboço abaixo. Para facilitar su a sequência e coesão, toda a passagem deste ensinamento foi incluída na parte inferior e as palavras estão em itálico em todas as porções dos comentários, mesmo que não apareçam nesta porção específica das Escrituras.
Esta porção do comentário foca em Mateus 25:32-33- "O Primeiro Julgamento: Separando as Ovelhas dos Bodes".
Mateus 25:31-46 O Contexto da Parábola
Mateus 25:31 A Observação de Abertura
Mateus 25:32-33 O Primeiro Julgamento: Separando as Ovelhas dos Bodes
Mateus 25:34 O Segundo Julgamento: A Recompensa dos Justos
Mateus 25:35-40 A Escolha dos Justos
Mateus 25:41 O Terceiro Julgamento: O Banimento dos Amaldiçoados
Mateus 25:42-45 As Escolhas dos Amaldiçoados
Mateus 25:46 A Observação Final
O PRIMEIRO JULGAMENTO: SEPARANDO AS OVELHAS DOS BODES
Depois de anunciar que voltaria à terra em glória, Jesus descreve o primeiro julgamento. Este julgamento parece ser uma separação básica de dois grupos: os crentes (ovelhas) e os descrentes (bodes):
"Todas as nações serão reunidas diante dele, e separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda."
Toda ovelha é um crente em Jesus e membro da família eterna de Deus.
Todo bode é um incrédulo e nunca foi membro da família eterna de Deus.
Todos os servos (fiéis e infiéis) da primeira e terceira parábolas de Jesus, bem como todas as damas de honra (sábias e tolas) da segunda parábola, são ovelhas.
O nome desta parábola - as Ovelhas e os Bodes - é retirado deste símile de abertura; Jesus compara o julgamento que está por vir como um pastor que separa as ovelhas dos bodes. Jesus diz que o Filho do Homem colocará as ovelhas à Sua direita e os bodes à Sua esquerda.
Este julgamento entre ovelhas e bodes começará quando o Filho do Homem se assentar em Seu glorioso trono.
Como o Messias, o Filho do Homem é o Rei. Quando o Rei se assentar em Seu trono, Ele estará no comando. Em todo o mundo antigo, os reis eram monarcas. Eles eram os chefes do Estado, um governo de um homem só - Suprema Corte, Legislativo e Executivo combinados. A história mostra que esta forma de governo sempre leva à tirania, porque pessoas sem responsabilidade sempre irão abusar do poder para explorar os outros. Mas Jesus é o Rei perfeito.
As decisões de um rei eram absolutas e irrecorríveis. Jesus é o Rei. Ele não é um coadjuvante. Ele não é o líder representativo de uma república ou um funcionário democraticamente eleito que está em dívida com seus eleitores. Ele não é membro de um parlamento ou congresso que precisa construir consenso para realizar Sua vontade. Não há separação de poderes ou divisão de governo Dele. O governo repousa sobre Seus ombros (Isaías 9:6). Jesus é o Rei onisciente, onipotente e absoluto. A imagem que Jesus descreveu a Seus discípulos aqui é de autoridade absoluta e julgamento final.
A escala deste julgamento será enorme. Envolverá todas as nações da terra. Dado o contexto cósmico deste julgamento, é razoável supor que a expressão Todas as nações inclua todas as nações do passado, presente e futuro. Todas as nações que já existiram ou existirão serão chamadas a prestar contas e ser julgadas pelo Filho do Homem neste julgamento. Toda pessoa que já viveu estará diante Dele.
O julgamento que Jesus descreve é muito parecido com o julgamento que o profeta Joel e o apóstolo João viram em suas visões apocalípticas:
"Que as nações sejam despertadasE subam ao vale de Jeosafá, pois ali me assentarei para julgar todas as nações vizinhas" (Joel 3:2).
"Então eu vi um grande trono branco e Aquele que se assentou sobre ele, de cuja presença a terra e o céu fugiram, e nenhum lugar foi encontrado para eles. E eu vi os mortos, os grandes e os pequenos, de pé diante do trono" (Revelação [Apocalipse] 20:11-12).
Quando todas as nações forem reunidas diante Dele, Jesus as separará umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos bodes.
No início de Seu ministério, Jesus ensinou que o Filho do Homem acabaria por julgar o mundo:
"Porque nem mesmo o Pai julga ninguém, mas Ele deu todo o julgamento ao Filho... e [o Pai] deu [ao Filho] autoridade para executar o julgamento porque Ele é o Filho do Homem" (João 6:22, 27).
É fascinante considerar que será Jesus - o Filho de Deus e o Filho do Homem - quem estará na cadeira como Juiz final de todos, crentes e incrédulos. Jesus é um Juiz perfeito, porque Ele é Deus. Mas, também é apropriado que Jesus seja nosso Juiz, porque Ele viveu e suportou as provações como ser humano. Ele se identifica conosco. Ele sabe o que é sofrer. O autor de Hebreus aponta que a experiência humana do Filho de Deus o tornou apto a ser nosso redentor (Hebreus 2:9-11) e sumo-sacerdote (Hebreus 2:17-18).
A Separação das Ovelhas e Bodes no diálogo de Jesus com Nicodemos
Assim como Jesus será nosso Juiz, devemos também nos lembrar de que Ele não foi originalmente enviado à Terra para condenar o mundo - mas para salvá-lo.
"Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para julgar o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por meio Dele" (João 3:17).
Jesus diz isso em Sua conversa com o fariseu Nicodemos, logo depois de lhe explicar como "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3:16). Jesus passou a explicar que:
"Aquele que nele crê não é julgado; aquele que não crê já foi julgado, porque não creu no nome do único Filho de Deus" (João 3:18).
Esta passagem indica que o julgamento entre ovelhas e bodes parece ser a separação dos que creram Nele e dos que não creram Nele. Quando o Filho do Homem vier pela segunda vez, Ele determinará se as pessoas são ovelhas crentes ou bodes incrédulos.
Jesus explica ao líder judeu Nicodemos que a quantidade de fé necessária para crer é bastante pequena, suficiente para olhar para Jesus levantado na cruz e ansiar ser liberto do veneno do pecado, assim como Israel olhou para a cobra de bronze levantada sobre um poste na esperança de serem libertos do veneno das víboras. Aqueles que olham para Jesus, esperando serem libertos do veneno mortal do pecado, serão salvos de serem bodes e se tornarão parte do rebanho de ovelhas de Jesus (ver comentário sobre João 3:14-16).
O Filho do Homem tem a autoridade e a sabedoria para fazer essas distinções, porém cada pessoa deve escolher por si mesma se tornar uma ovelha ou permanecer como bode.
Em Sua conversa com Nicodemos, Jesus revela os motivos por trás das escolhas das pessoas de permanecerem como bodes:
"E este é o julgamento, que a Luz veio ao mundo, e as pessoas amavam a escuridão em vez da Luz; pois suas ações eram más. Pois todo aquele que faz o mal odeia a Luz, e não vem à Luz, para que suas ações não sejam expostas" (João 3:19-20).
Jesus também revela o que acontece quando as pessoas se tornam ovelhas:
"Mas aquele que pratica a verdade vem à Luz, para que suas obras sejam reveladas como tendo sido realizadas em Deus" (João 3:19-21).
Como veremos mais adiante neste comentário, isso também se alinha ao que Jesus diz sobre as ações das ovelhas e dos bodes nesta vida. Cristo não foi enviado para condenar o mundo, mas quando voltar, Ele classificará os que creram Nele e os que se recusaram a crer Nele, como o pastor separa as ovelhas dos bodes.
O livro de Romanos nos diz que todos os crentes - todas as ovelhas - têm o destino de serem conformados à imagem de Cristo (Romanos 8:29). Isso significa que todos os crentes serão abençoados. O trio de parábolas anterior cobriu a extensão ou o nível de bênção que receberão. Os servos fiéis serão abençoados imensamente além do que podem conceber (1 Coríntios 2:9). Pporém, todas as ovelhas serão abençoadas e todas serão conformadas à imagem de Cristo. Parece razoável pensar que o julgamento de Cristo desempenhará um papel integral nesse processo de refinamento.
Jesus como o Pastor
Os pastores são superintendentes e gerentes de ovelhas. Eles protegem e cuidam delas. Jesus usou a metáfora das ovelhas e bodes misturados e, como bom pastor, Ele irá separar Suas ovelhas dos bodes. Jesus é o bom pastor (João 10:11).
Jesus também pode ter aludido a Ezequiel 34 com esta metáfora sobre ovelhas e cabras. Nesta bela passagem, o Senhor se compara ao verdadeiro pastor de Israel e promete reunir Suas ovelhas perdidas e levá-las a pastos verdes, depois de terem sido espalhadas e abusadas por falsos pastores.
"'Quanto a ti, meu rebanho', assim diz o Senhor Deus, 'Eis que julgarei entre uma ovelha e outra, entre os carneiros e os bodes machos'" (Ezequiel 34:17).
Neste julgamento das ovelhas e bodes em Mateus 25, Jesus julgará cada pessoa entre todas as nações e determinará se aquela pessoa pertence às ovelhas ou aos bodes.
Ovelhas como crentes
Na cultura judaica, as ovelhas eram símbolos de pureza e inocência.
As ovelhas eram símbolos de inocência de três maneiras. Primeiro, elas eram, em grande parte, ignorantes e indefesas. Elas não sabiam como se proteger. Esse sentimento de vulnerabilidade é o que Isaías tinha em mente ao escrever: "Todos nós, como ovelhas, nos desviamos" (Isaías 53:6). Outro exemplo desse sentimento de inocência foi quando Jesus olhou para as multidões e "sentiu compaixão por elas, porque estavam aflitas e desanimadas como ovelhas sem pastor" (Mateus 9:36).
A segunda razão pela qual as ovelhas eram consideradas símbolos de pureza e inocência era porque elas eram confiantes e complacentes - especialmente quando comparadas aos bodes, que são mais independentes, autossuficientes e teimosos. Ovelhas e crianças compartilham esse tipo de confiança que se manifesta em uma fé simples e humilde: "Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e vos tornardes como crianças, não entrareis no reino dos céus" (Mateus 18:3).
A terceira razão pela qual as ovelhas eram consideradas símbolos de pureza e inocência era a sua inclusão no sistema sacrificial judaico. Os sacrifícios, muitas vezes, exigiam que esses animais fossem sem mácula ou mancha (Êxodo 12:5): "De acordo com a Lei, pode-se quase dizer, todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não há perdão" (Hebreus 9:22).
Jesus é o nosso sacrifício imaculado, que morreu para nos salvar dos nossos pecados. Ele é "o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo!" (João 1:29). Seu dom de justiça e inocência é gracioso e é incondicionalmente concedido a todo aquele que crê em Seu nome (João 3:16; Romanos 3:22).
Porém, as ovelhas nesta parábola não recebem sua justiça por suas próprias obras. Sua justiça lhes é dada pela graça de Deus através da fé. As ovelhas são novas criações em Cristo (2 Coríntios 5:17). E, novamente, as ovelhas também incluem as figuras infiéis de todas as três parábolas anteriores do Senhor.
Bodes como incrédulos
Enquanto as ovelhas são vistas como símbolos de pureza e inocência na cultura judaica, os bodes eram retratados como símbolos de pecado e culpa.
Em Levítico, Arão, o sacerdote, foi ordenado a pegar dois bodes e lançar sortes. Um deles deveria ser oferecido como sacrifício pelo Senhor. O outro seria o "bode expiatório". O bode expiatório não era morto, mas deveria ser apresentado vivo diante do SENHOR e solto no deserto. Esse bode expiatório era a personificação de todos os pecados da nação e sua libertação representava o banimento do pecado do meio de Israel. Era um lembrete físico que simbolizava a remoção da mancha de culpa da nação (Levítico 16:7-10).
Alguns vêem Satanás desempenhando o papel do bode expiatório liberado ao deserto quando tentou Jesus (Mateus 4:1-11). Tal interpretação possivelmente seja proveniente do fato de o diabo, às vezes, ser retratado como um bode.
Porém, Jesus é o nosso verdadeiro "bode expiatório". Ele foi Aquele que assumiu todo o nosso pecado, culpa e injustiça.
Isaías identificou o Messias como Aquele que carregou nossos pecados e se tornaria o bode expiatório de Israel (Isaías 53:4). A transferência da inocência de Jesus a nós e nossa culpa a Ele é o que Paulo descreve: Deus "fez aquele que não conhecia pecado para ser pecado em nosso favor, para que pudéssemos nos tornar a justiça de Deus nele" (2 Coríntios 5:21).
"E Ele mesmo é a propiciação pelos nossos pecados; e não só para nós, mas também para os do mundo inteiro" (1 João 2:2).
Como ovelhas, recebemos a perfeita justiça do Messias pela fé. Ele voluntariamente assumiu toda a nossa culpa e recebeu a penalidade por nossos pecados na cruz.
Mas, os bodes não crêem em Jesus como o Filho de Deus e, portanto, não recebem a Sua justiça. Os bodes permanecem injustos. Eles não são feitos novas criações (2 Coríntios 5:21). Eles não são vivificados com Cristo e permanecem mortos em seus pecados (Efésios 2:5). (Os bodes não aparecem no trio anterior de parábolas.)
Na metáfora desta parábola, as ovelhas representam os justos e são colocadas à direita do rei. Os bodes representam os escarnecedores amaldiçoados que rejeitam o rei e são colocados à Sua esquerda. É difícil exagerar a importância ou a enorme diferença dessa distinção. Uma é extremamente boa (as ovelhas), porque lhes é concedida a justiça de Cristo através da fé. O outro é extremamente ruim (os bodes) porque eles rejeitam esse presente oferecido gratuitamente.
O primeiro julgamento e a parábola do trigo e joio
Esta classificação entre as ovelhas justas e os bodes amaldiçoados é semelhante, em alguns aspectos ,ao que Jesus diz em relação ao que os anjos farão no retorno do Filho do Homem em Seu Reino. Ele deu esta explicação na parábola do "Trigo e do Joio" e na "Parábola do Arrastão". Nessas parábolas, o trigo é reunido no celeiro depois que o joio é primeiramente colhido e queimado (Mateus 13:30; 13:40). Os peixes bons (justos) são reunidos em recipientes para serem armazenados, enquanto os peixes ruins (maus) são lançados fora (Mateus 13:48-49).
Nesta parábola das Ovelhas e Bodes, o Pastor (que representa o Filho do Homem, ou seja, Jesus) é quem faz a triagem. Nas parábolas de Mateus 13, os anjos eram os que os classificavam, mas no caso da Parábola do Trigo e do Joio, eles o fazem sob a direção do Filho do Homem. Mesmo que não esteja claro, é possível que o Filho do Homem supervisione os anjos enquanto classificam os peixes bons e maus. Em última análise, Jesus é o Juiz final.
Pode ser também que as parábolas do joio e do arrastão se relacionem especificamente com o julgamento de Israel. Na parábola do joio, parece que o joio (filhos do maligno) é levado para ser julgado, enquanto a boa semente, o trigo (filhos do Reino) é deixado para trás. Portanto, isso pode estar falando de um tempo em que "todo o Israel será salvo" (Romanos 11:26).
Essas "ordens" metafóricas representam julgamentos importantes que ocorrerão quando o Filho do Homem vier e se assentar em Seu glorioso trono.
Seus julgamentos serão perfeitos.
"Os juízos do Senhor são verdadeiros; eles são completamente justos" (Salmos 19:9).
Seus julgamentos serão justos e equitativos.
"E julgará o mundo em justiça; Ele executará o julgamento para os povos com equidade" (Salmos 9:8).
"Pois não há parcialidade com Deus" (Romanos 2:11).
Seus julgamentos serão absolutos e finais.
"A soma da Tua palavra é a verdade, e cada um dos Teus justos juízos é eterno" (Salmos 119:160—NASB 20).
Há apenas dois resultados neste primeiro julgamento na parábola das Ovelhas e Bodes: as pessoas são ovelhas, colocadas à direita do Rei, ou bodes, agrupadas à Sua esquerda.
Não há exceções. Não há terceira opção.