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Significado de Salmos 118:15-18

O salmista continua sua narrativa poética na qual testifica sobre a bondade eterna do SENHOR. Ele, agora, retrata a realidade de um acampamento militar alegre após uma impressionante vitória. As tendas dos justos ficam cheias de gritos de alegria, todos louvam a força do Senhor. O salmista se maravilha por não estar morto, mas vivo. No versículo 18, ele reflete sobre como o SENHOR fez uso de circunstâncias severas para amadurecê-lo em Sua fé.

Depois de descrever uma vitória milagrosa do SENHOR e como Ele se tornou a salvação do salmista quando seus inimigos o haviam cercado na batalha (Salmo 118:10-14), ele descreve a celebração da libertação do SENHOR no acampamento:

Há voz de júbilo e de salvação nas tendas dos justos (v. 15a) - "Hosana/Fui salvo!"

Esta frase descreve a cena de uma pós-vitória militar no mundo antigo. O som das vozes de júbilo e de salvação podia ser ouvido nas tendas dos justos, ou seja, o exército vencedor. O salmista e os justos haviam sido cercados por exércitos de todas as nações (Salmo 118:10a, 11a), mas o SENHOR os destruiu como o fogo que devora uma sarça de espinhos (Salmo 118:12). Agora, os justos celebram sua libertação e triunfo em nome do SENHOR (Salmos 118:10bb, 11b, 12b).

Conforme mencionado no comentário introdutório do Salmo 118, este salmo era usado na celebração da Festa das Cabanas, ou Tabernáculos. Esta festa é descrita em Levítico 23:33-43. Durante a festa, todos os israelitas nativos eram ordenados a habitar em tendas por sete dias (Levítico 23:42). A frase do versículo 15 - vozes de júbilo e de salvação nas tendas dos justos - destaca-se como sendo particularmente especial para Israel nesta celebração da Festa das Cabanas.

O salmista canta como a vitória pertence ao SENHOR, ao dizer: A destra de Jeová faz proezas (v. 15b).

No contexto imediato do salmo, a expressão destra de Jeová refere-se ao poder e à capacidade do SENHOR de dominar aos Seus inimigos e libertar os justos. O fato de esta observação ser declarada no tempo presente implicava que a vitória e o temor daqueles que haviam sido salvos pela destra do Senhor ainda estavam frescos na mente do salmista.

O rei Davi, o provável autor do salmo, teve incontáveis celebrações em suas tendas após muitas vitórias em batalhas por causa da ajuda e salvação do Senhor.

A expressão destra de Jeová é também uma referência ao Messias. O Messias triunfaria sobre todos os inimigos de Israel.

Esta linha fala profeticamente sobre Jesus, o Messias, que derrotou não apenas o pecado por meio de Sua obediência ao SENHOR (Lucas 22:42, Filipenses 2:5-8, Hebreus 12:17-18, 12:1-2, 1 Pedro 3:18) e a morte por meio de Sua ressurreição (Isaías 25:8, João 11:25, 1 Timóteo 1:10, Apocalipse 1:18), mas também derrotará a Satanás (Apocalipse 20:7-10).

Em seguida, o salmista observa:

A destra de Jeová é exaltada, a destra de Jeová faz proezas (v. 16).

Essas observações estão dentro do contexto imediato da cena colocada pelo salmista retratando a celebração da vitória e a salvação dos justos em suas tendas com sons de júbilo. A expressão “a destra de Jeová é exaltada” significa que o poder do SENHOR havia sido demonstrado de forma visível a qualquer um que quisesse ver. Também significa que os Seus davam graças por Sua fidelidade, ou seja, Seu eterno "hesed" (traduzido como "misericórdia" em Salmos 118:1, 2, 3, 4, 29).

Em termos messiânicos, a expressão “a destra de Jeová é exaltada” significa que o Messias é exaltado. Isaías profetiza: "Darei [ao Messias] a sua parte com os grandes e com os fortes ele partilhará os despojos" (Isaías 53:12).

A expressão do salmista “destra de Jeová é exaltada” é profética a respeito de Jesus, o Messias, que foi exaltado por Deus com um Nome que está acima de qualquer outro nome, diante de quem, um dia, todo joelho se curvará e toda língua confessará que só Ele é Senhor" (Filipenses 2:9-11). Jesus foi exaltado e recompensado por Sua obediência até a morte em uma cruz (Filipenses 2:8-10). Jesus promete que todo aquele que vencer a tentação e a rejeição do mundo como Ele venceu será exaltado de maneira semelhante (Apocalipse 3:21).

O salmista, então, repete seu louvor: A destra de Jeová faz proezas.

Em seguida, ele se maravilha: Não morrerei, antes viverei (v 17a) - "Hosana/Sou salvo!"

Aqui, o salmista parece espantado por ter vivido pelo fato de ter chegado muito próximo da morte quando seus inimigos o cercaram (Salmo 118:10). Sua salvação e o fato de não morrer eram nada menos que milagrosos. Somente a destra do Senhor poderia tê-lo salvado.

Não morrerei, antes viverei e contarei as obras de Jeová (v. 17).

O salmista faz com que todos saibam que a razão pela qual ele não morreu, mas viveu, era por causa da salvação do Senhor. O SENHOR era sua força e cântico e Ele se tornou a sua salvação (Salmo 118:14).

A primeira linha do versículo 17 — Não morrerei, antes viverei — também é profética a respeito de Jesus, o Messias. Jesus morreu, porém, ressuscitou de dentre os mortos. Sua morte durou pouco. Ele não ficou morto. Ele ressuscitou e está vivo. Jesus, o Messias, vive e continuará a viver.

O salmista, então, pontua seu louvor com a seguinte observação:

Jeová castigou-me severamente, porém não me entregou à morte (v. 18).

Ser castigado significa receber instrução, muitas vezes através de experiências vividas. A disciplina é algo que um pai sempre dá a seus filhos buscando instruí-los e ensiná-los a crescer e amadurecer:

"Filho meu, não rejeites a instrução de Jeová, nem te enojes da sua repreensão; 12porque Jeová repreende ao que ama, assim como o pai ao filho no qual se deleita" (Provérbios 3:11-12).

"Tivemos, na verdade, nossos pais carnais, que nos corrigiam, e os olhávamos com respeito; não seremos muito mais sujeitos ao Pai dos espíritos e viveremos? 10Pois aqueles, por uns poucos dias, nos corrigiam segundo a sua vontade, mas este nos castiga para o nosso proveito, a fim de sermos participantes da sua santidade" (Hebreus 12:9-10).

A disciplina é, muitas vezes, desagradável no momento, porém produz bons resultados para os que aprendem com ela.

"Toda correção, ao presente, na verdade, não parece ser de gozo, mas de tristeza; depois, porém, dá fruto pacífico de justiça aos que por ela têm sido exercitados" (Hebreus 12:11).

O salmista diz que o SENHOR o castigou severamente. Isso indica que as circunstâncias e/ou a lição haviam sido dolorosas. Estar cercado de inimigos que queriam matá-lo era algo desagradável e severo.

A disciplina que o salmista sofreu pode ter sido causado por um pecado, ainda que não necessariamente como uma causa direta dele. Se o pecado do salmista era a causa, aquela era uma oportunidade para suportar as consequências de seu erro e confiar no SENHOR no futuro.

Porém, a severa disciplina do Senhor pode ter sido causada por algo diferente. Ela pode simplesmente ter sido o resultado do amor do Senhor pelo salmista.

Esta passagem também é aplicada a Jesus, o Messias. O SENHOR O castigou severamente, enviando-O para ser rejeitado por Seu próprio povo e morrer uma morte dolorosa e humilhante em uma cruz (Isaías 53:10, Mateus 26:39, Filipenses 2:6-8). Jesus não tinha pecado (1 João 3:5b). Portanto, o SENHOR não O disciplinou por causa de qualquer pecado.

A razão pela qual o SENHOR castigou severamente a Jesus, o Messias, foi porque Ele amava a Jesus e desejava que Ele fosse exaltado acima de toda a terra (Isaías 42:1, João 3:25, 5:20, 17:24). Deus colocou todos os pecados do mundo sobre Jesus porque Ele amou o mundo (Isaías 49:6, João 3:16).

Jesus, o Filho de Deus, o Messias, suportou fielmente a severa disciplina do Senhor. Como resultado do Seu serviço e amor ao próximo, Ele recebeu um nome acima de todo nome (Isaías 53:12, Filipenses 2:9-11) e lhe foi concedida toda a autoridade no céu e na terra (Mateus 28:18).

Como pai amoroso, o SENHOR deseja coisas boas para nós (Mateus 7:11). O salmista observa com razão: "Ele é [absolutamente] bom" (Salmo 118:1). O SENHOR deseja que todos os Seus filhos cresçam e adquiram bom caráter (Romanos 12:2) para que possam fazer as boas obras que Ele preordenou (Efésios 2:10) e experimentar as coisas inimaginavelmente boas que Ele reservou a eles (Isaías 64:4, 65:17, 1 Coríntios 1:9). Sua disciplina através das circunstâncias são os meios usados por Ele para nos fazer crescer em direção a essas coisas boas (Romanos 5:3-5, Hebreus 12:7-10, Tiago 1:2-4).

Deus originalmente criou os seres humanos para partilharem com Ele o governo da criação (Gênesis 1:26-28, Salmo 8).

Mesmo depois de nos rebelarmos em nosso pecado, Sua bondade é eterna (Salmos 118:1-4, 29) e Ele ainda deseja que:

A) Nos tornemos Seus filhos por meio da fé em Seu Filho Jesus Cristo (João 1:12); e

B) Adquiramos Seu caráter para amadurecermos e nos tornar Seus parceiros na administração do novo céu e da nova terra (Daniel 12:3, Mateus 19:28-29, 25:14-29, Romanos 8:16-18, 1 Coríntios 3:11-15, 2 Coríntios 4:16-18, Filipenses 2:5-12, 2 Timóteo 2:11-13, Hebreus 10:35-36, 12:1-2, Tiago 1:2-12, 2 Pedro 1:4, Apocalipse 3:21, 21:7).

Pelo fato de o SENHOR ser um Pai amoroso que deseja coisas boas para nós, Ele disciplina a todos os Seus filhos para que eles se desenvolvam como filhos maduros, com Seu caráter (Hebreus 12:7-8).

Pedro nos encoraja a nos alegrarmos nas provações que enfrentamos:

"Exultai, ainda que, agora, por um pouco de tempo, sendo necessário, haveis sido entristecidos por várias provações" (1 Pedro 1:6).

Devemos nos alegrar em nossas provações agora porque elas são uma oportunidade de amadurecermos em fé e alcançar recompensas eternas:

"Para que a prova da vossa fé, mais preciosa que o ouro que perece, mesmo quando provado pelo fogo, seja achada para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo" (1 Pedro 1:7).

Se fizermos isso e suportarmos fielmente a disciplina do SENHOR através das circunstâncias, por mais severa que possa parecer, como o salmista, cujas tendas ficaram cheias das vozes de júbilo, nós também nos alegraremos em Sua vinda:

"Sem agora o verdes, mas crendo, exultais com gozo indizível e cheio de glória, alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas" (1 Pedro 1:8b-9).

Se confiarmos no SENHOR, escolhendo Sua perspectiva para nossa vida, e O seguirmos, nos alegraremos em nossas provações e nas disciplinas que tivermos — e nos alegraremos mais tarde quando a destra do SENHOR for exaltada.

Essas três escolhas (em quem confiamos; nossa perspectiva; nossas ações) são as únicas escolhas que podemos fazer. A forma como fazemos essas escolhas fará uma grande diferença em nossas vidas agora e uma diferença ainda maior na eternidade.

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