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Significado de Salmos 91:14-16
Até este ponto do Salmo 91, ouvimos apenas seu escritor. Nos três versículos finais, no entanto, o salmista recua para um segundo plano, enquanto o próprio Javé fala: Pois...Eu o livrarei. Podemos não saber como, mas há uma razão ao por que Deus age.
Em meio aos nossos problemas e sofrimentos, costumamos perguntar: "Por que eu?" A uma pergunta reflete uma falta de direção e uma esperança vacilante diante das adversidades. O versículo 14 - Pois que ele me consagrou o seu afeto, eu o livrarei; pô-lo-ei em alto retiro, porque ele conhece o meu nome - fornece uma resposta a uma pergunta mais positiva: "Como posso ser liberto?"
A resposta para a pergunta - "Como receber essa proteção?" - é claramente apresentada por Deus: Porque ele me consagrou o seu afet, Eu o livrarei. Aqui está a explicação do envolvimento pessoal do Senhor nos assuntos comuns e extraordinários de Seu povo. A maneira de obtermos a proteção de Deus é encontrada nos versículos anteriores deste salmo: confiar em Deus, abrigar-nos sob Suas asas, habitai em Seu esconderijo, confiar que Ele é a nossa fortaleza.
Amar a Javé, seguir a Deus com todo o coração, alma, mente e força é o caminho para vivermos e experimentarmos a nova vida em Cristo (Deuteronômio 11:13-14, 22; Mateus 22:37; Marcos 12:30; Lucas 10:27-28; 1 Coríntios 2:9). Conhecermos o nome de Deus alude a investirmos em um relacionamento pessoal e amoroso relevante com Ele. Jesus revelou o caminho para encontrarmos esta unidade relacional com Deus Pai na era pós-ressurreição: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim" (João 14:6).
Conhecer a Jesus é conhecer a Deus: "Quem Me viu, viu o Pai" (João 14:9). A maneira de experimentarmos a vida eterna é conhecermos a Deus através de uma caminhada de fé (João 17:3). Os crentes recebem a vida eterna como uma dádiva através da fé em Jesus (João 3:14-16). Porém, a experiência desta vida vem somente através de conhecermos a Deus e caminharmos com Ele.
Há três coisas às quais nós, seres humanos, controlamos: em quem confiamos; nossa perspectiva ou atitude; e nossas ações. Confiar em Deus inicia um círculo virtuoso. A confiança nos permite ver as coisas como elas são, o que nos leva a confiar somente Naquele que é digno de toda confiança. Isso nos inspira a tomar atitudes de obediência à Sua Palavra, que é sempre para o nosso bem.
Surge então a pergunta: e aqueles que creram em Cristo, nasceram de novo através do Seu Espírito, mas não andam em fé? As Escrituras indicam que aqueles que andam em desobediência deliberada serão castigados por Deus, que os entregará às concupiscências às quais desejam. Ele remove Sua proteção e permite que eles sejam julgados, dando-lhes o que desejam alcançar. Vemos isso em Romanos 1:18-26, onde lemos que Deus os "entregou" às suas concupiscências. O texto chama isso de Sua "ira" (Romanos 1:18).
A proteção de Deus é direcionada aos que O amam. Amar a Deus significa guardar Seus mandamentos (João 14:15). Amar a Deus e obedecê-Lo nos transforma em alvos do Seu livramento. Deus nos coloca em segurança, porque ela conhece o Seu nome. Conhecer o nome de Deus indica uma estreita comunhão com Ele. Colocar-nos em segurança pode estar ligada às grandes recompensas prometidas aos que vivem como testemunhas fiéis e são considerados vencedores (Apocalipse 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21).
Segurança e libertação são as marcas eternas e inabaláveis do caráter redentor e eterno de Deus. Elas são a evidência incontestável da soberania do Senhor sobre todas as esferas da criação e da vida, incluindo os acontecimentos mais pessoais. Eu o livrarei; po-lo-ei em alto retiro. Essas promessas surgem do caráter de Deus: o amor (Jeremias 31:3; Miquéias 7:18; 1 João 4:16).
Aqueles que seguem ao Senhor de todo o coração podem descansar confiantes, seguros em Suas promessas (Números 23:19; Salmos 37:28; Romanos 8:37-39). Deus sempre cumpre Sua palavra (Provérbios 30:5; Isaías 40:8, 55:11; Mateus 24:35; 1 Pedro 1:25). Agora, com a vinda de Jesus, a Palavra eterna, segura e redentora do Senhor é totalmente revelada em Sua Pessoa (João 1:1-4; 10:30).
O Senhor continua: Clamará a Mim. Nós, seres humanos, somos animais sociais. Em suma, nosso espírito murcha quando somos deixados sozinhos por muito tempo. Embora possamos desfrutar de períodos ocasionais de solidão e privacidade, tendemos a florescer e dar o nosso melhor quando fazemos parte de uma equipe. Como músicos que aprimoram suas habilidades através de ensaios regulares com outros músicos, crescemos como indivíduos quando desempenhamos nosso papel em uma peça maior do que nós mesmos.
Também melhoramos e crescemos quando somos rotineiramente apoiados, desafiados e estimulados por outras pessoas (Provérbios 27:17). A igreja cristã, desde seus primórdios, enfatizou o "nós" sobre o "eu" em tudo, do culto ao discipulado, do evangelismo ao serviço ao próximo. O propósito central da igreja é reunir-se para estimular uns aos outros ao amor e às boas ações (Hebreus 10:23-25). A palavra traduzida como "estimular" também pode ser traduzida como "provocar" ou "desafiar". Às vezes, precisamos de um proverbial “chute nos fundilhos” para colocarmos nossas vidas em ordem e darmos o melhor.
Dificilmente haverá uma experiência mais solitária e esmagadora para a alma humana do que clamar e receber de volta um silêncio mortal. Estar sozinho significa saborear a desesperança, ser aprisionado pelo desânimo. Felizmente, o Senhor está sempre conosco.
Quando O invocamos, o Senhor diz que Ele nos responderá. Com Diante do Senhor, o peticionário fiel será ouvido e sempre poderá ter a certeza de que Deus responderá quando for chamado (Salmos 34:4; Tiago 5:16). Ele responderá por causa de Sua soberania. Deus não é um gênio em uma garrafa. Ele sempre nos responde.
Séculos depois que os Salmos foram escritos, em resposta à confiabilidade duradoura de Javé, o profeta Habacuque declararia inabalavelmente sua fé firme no Senhor, apesar dos problemas à sua volta:
"Pois, embora não floresça a figueira, nem haja fruto nas vides; embora falhe o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; embora o rebanho seja exterminado do curral, e não haja gado nos presépios, contudo, eu me regozijarei em Jeová, exultarei no Deus da minha salvação" (Habacuque 3:17-18).
Mais do que comunicar uma resposta, Javé também promete - e entrega - um companheirismo redentor, especialmente nas situações desafiadoras da vida. Serei com Ele na angústia. A presença do Senhor não é a de um espectador ou provedor desinteressado, mas de um defensor ativo e voluntariamente envolvido.
Aos que amam e seguem a Deus, Ele diz: Livrá-lo-ei e o glorificarei. O propósito de Deus em todas as coisas é resgatar, honrar e satisfazer a Seu povo com salvação completa, apesar de tudo o que ameaça sua alma. Deus promete aos que O amam e O seguem uma vida longa. Podemos concluir que seguir aos caminhos do Senhor nos leva a uma vida mais longa nesta terra; porém, mais importante ainda, nos levará a uma vida cheia de satisfação. Encontramos nossa maior realização quando fazemos o que Deus nos designou a fazer. Deus, nosso Criador, conhece nosso destino melhor que nós mesmos. Portanto, faz sentido confiar Nele completamente.
A atividade do Senhor em favor de Seu povo fiel é perpétua. Pode ser que, em alguns momentos, não sejamos capazes de ver ou entender os planos do Senhor para o nosso bem. No entanto, Deus está sempre trabalhando para completar em nós todas as coisas boas que Ele planejou (Salmos 138:8; Filipenses 1:6).
O apóstolo Paulo alcançou uma nova perspectiva sobre a visão e a fé como resultado do seu encontro com o Cristo ressuscitado. Apesar da dor que pode obscurecer nossa capacidade de ver a obra de Deus em meio ao nosso sofrimento, devemos ter a certeza de que os propósitos eternos de Deus para os redimidos não podem ser frustrados:
"Por isso, não desmaiamos; mas, ainda que em nós pereça o homem exterior, o homem interior renova-se de dia em dia. Pois a nossa leve aflição momentânea para nós produz cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória, enquanto não olhamos para as coisas que se veem, mas, sim, para as que se não veem; por que as coisas que se veem são temporais, mas as coisas que se não veem são eternas" (2 Coríntios 4:16-18).
Este salmo, que promete a proteção e provisão divina do Senhor a todos os que O amam e O seguem termina, com a seguinte promessa: Mostrar-lhe-ei a minha salvação. A palavra “salvação” depende do contexto para se saber quem ou o que está sendo salvo de quê. A salvação de Deus possui três tempos verbais.
Os que crêem em Cristo, demonstrando fé suficiente para olhar para Ele, esperando por Sua salvação, são libertos (salvos) da penalidade do pecado (João 3:14-16). Para todos os crentes, esta salvação é algo presente. Isso se cumpre no momento em que a pessoa crê.
O futuro para todos os crentes é a bendita esperança de serem ressuscitados com um corpo novo e incorruptível, assim como nosso Senhor recebeu um novo corpo (1 Coríntios 15:49). Esta é uma salvação pela qual esperamos ansiosamente (Romanos 13:11). Todo crente tem a bendita esperança de ver isso acontecer.
É provável que, neste salmo, os que amam a Deus e seguem a Seus caminhos, verão Sua salvação das consequências perversas e destrutivas do pecado. Quando confiamos em Deus e seguimos a Seus caminhos, somos libertos dos resultados perversos da prática do pecado (morte e escravidão) e caminhamos em direção à maravilhosa bênção dos caminhos de Deus (vida) (Romanos 6:23). Quando andamos na carne, semeamos na carne e colhemos corrupção. Quando andamos no Espírito, semeamos no Espírito e colhemos vida e paz (Gálatas 6:8).
Após confiarmos na promessa de salvação do Senhor e colocarmos os grandes e pequenos detalhes da vida inteiramente nas mãos de Deus através de Cristo, Paulo nos encoraja também a nos lembrar de que, agora, "andamos por fé, não por vista" (2 Coríntios 5:7). Se o Senhor falou, podemos confiar em Sua Palavra (1 Tessalonicenses 5:23-24).