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Significado de Romanos 11:19-24
Paulo diz a seu público: "Alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado" (v. 19). A enxertia é uma técnica agrícola pela qual o galho de uma árvore é colocado em um corte de outra árvore. Esse galho começa a crescer e é nutrido pela árvore hospedeira. Da mesma forma, os gentios passam a receber o benefício de todas as promessas feitas por Deus a Abraão e Israel. É bastante natural que alguém assumisse ser superior aos galhos cortados; mas, Deus é categórico em dizer que isso é um erro. Deus ama aos gentios e aos judeus. Paulo alerta a seus leitores gentios (cuja fé era anunciada em todo o mundo - Romanos 1:8) para não se tornarem altivos em sua fé.
Paulo diz que os galhos da árvore natural foram quebrados para dar lugar aos ramos de oliveira selvagens (gentios) enxertados: “Pela sua incredulidade foram (os ramos de Israel) quebrados” (v. 20).
Paulo adverte aos crentes gentios: "Não atribuam a si mesmos sua posição diante de Deus. Vocês não alcançaram mais justificação que eu. Vocês não são melhores que os israelitas caídos". “Mas tu, pela tua fé, estais firme” (v. 20). Ele admoesta a seus leitores: “Não te ensoberbeças, mas teme” (v. 21).
O mesmo é aplicado aos cristãos gentios de hoje. Se nós, gentios, nos tornarmos altivos, vaidosos e desprezarmos a Israel, sofreremos consequências (v. 20,21). O princípio da sabedoria é o temor do Senhor (Provérbios 9:10). Temer ao Senhor é preocupar-se mais com o que Ele pensa, procurar agradá-Lo acima das opiniões das pessoas. Isso significa que não devemos dar valor à rejeição das pessoas enquanto seguimos aos mandamentos de Deus. Jesus nos deu este exemplo (Hebreus 12:1, 2).
É interessante notar aqui que o oposto da “vaidade” é temer ao Senhor. Ser vaidoso é ter uma opinião elevada sobre nós mesmos. Temer ao Senhor significa preocupar-se com o que Ele pensa. Paulo exorta aos crentes romanos a não se auto-elogiar ou se considerarem superiores.
O pecado tem consequências para todos, inclusive para os crentes. Este é um dos pontos mais enfatizados por Paulo na carta aos romanos. A graça abundará sobre os nossos pecados? Sim. Nada pode separar os crentes do amor de Deus (Romanos 8:37-39). Há consequência quando pecamos? Sim. Se voltarmos à morte da qual fomos libertos, o que vamos receber? Consequências negativas (Romanos 6:15, 16).
O resultado do pecado é a separação das bênçãos de Deus para nós; esta separação é o que a Bíblia chama de "morte". Se voltarmos à escravidão da qual fomos libertos, o que vamos alcançar? A escravidão e o vício. Entraremos num processo de crescente autodestruição provocado pelo pecado, conforme Paulo descreveu no capítulo 1 (Romanos 1:24, 26, 28). Tal destruição termina até mesmo na perda da saúde mental (Romanos 1:28).
Os judeus foram quebrados por sua incredulidade. Eles perderam o benefício de sua herança por não crerem em Deus e não seguirem Seus caminhos. Este era o padrão de Israel desde o início. A primeira geração que saiu do Egito não recebeu a herança que lhes havia sido concedida por não crer em Deus. Os crentes do Novo Testamento são advertidos a não cometer o mesmo erro, perdendo, assim, a oportunidade de possuir e se beneficiar de experimentar da recompensa de sua herança (Hebreus 3:15). Somos exortados a ser diligentes e andar pela fé para possuir a recompensa da nossa herança (Hebreus 4:11).
Através da fé, recebemos a bondade de Deus; através da presunção, experimentamos a severidade de Deus. Paulo adverte: “Não te ensoberbeças, mas teme; porque, se Deus não poupou os ramos naturais, não te poupará a ti” (v. 21). O que isso significa? A Bíblia mostra que há um "pecado para a morte" (1 João 5:16; Atos 5). Nós, crentes, estamos a caminho do céu. Nada pode nos separar do poder da ressurreição de Cristo. Porém, podemos nos separar das bênçãos de Deus ao sermos altivos e seguirmos aos nossos próprios caminhos.
Quando deixamos de andar pela fé, perdemos a recompensa da nossa herança (Colossenses 3:23). Se deixarmos de andar em fidelidade, quando estivermos diante do tribunal de Cristo, veremos nossas obras queimadas e não receberemos nossa recompensa (1 Coríntios 3:11-15; 2 Coríntios 5:10).
Porém, nada disso afeta nosso pertencimento à família de Deus - esta é uma dádiva concedida incondicionalmente. Tudo o que é preciso para nascermos de novo e nos tornarmos filhos na família de Deus é ter fé suficiente para olhar para Jesus na cruz, esperando que Deus cumpra Sua promessa de nos livrar do veneno mortal do pecado (João 3:14-15). Da mesma forma que Israel nunca deixará de ser o povo de Deus, nenhum filho de Deus jamais perderá sua posição na família de Deus (Romanos 11:29, 8:38-39). Porém, a desobediência gera consequências. Israel foi quebrado por sua incredulidade. Isso é semelhante aos exílios causados pela desobediência deles a Deus no Antigo Testamento (1 Crônicas 9:1). Apesar disso, Deus sempre permaneceu fiel a Israel (Romanos 11:29).
Paulo observa a “severidade de Deus” para com Israel, que caiu em desobediência, em contraste com a “bondade de Deus” para com os gentios:
Notai, pois, a bondade e a severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, mas bondade de Deus para contigo, se permaneceres nessa bondade; doutra maneira, também tu serás cortado (v. 22).
Paulo observa a consistência de Deus. Se os gentios seguissem ao mesmo padrão de desobediência do "eu sei mais do que Deus o que é melhor para mim" (orgulho), eles também seriam “cortados” das bênçãos de andar em comunhão com Deus e seguir aos Seus caminhos.
Em Atos 7:53, o diácono Estêvão deixa claro que a rejeição de Israel era um padrão. O povo de Deus foi exilado pela desobediência ao não dar ouvidos aos profetas. Os crentes que não ouvem a Jesus seguem a esse mesmo exemplo. Porém, em ambos os casos, Deus não rejeita a Seu povo. Ele não rejeitou a Israel; eles apenas experimentaram as consequências negativas de suas escolhas. Se escolhermos ser escravos do pecado, o salário do pecado sempre será a morte - separação das bênçãos de andarmos nos caminhos de Deus. O problema fundamental em ambos os casos é o orgulho.
Eles também, se não permanecerem na sua incredulidade, serão enxertados; pois Deus é poderoso para os enxertar de novo (v. 23).
Os judeus serão reenxertados na oliveira, a verdadeira nação espiritual de Israel. “Se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, foste enxertado em boa oliveira, quanto mais não serão enxertados na sua própria oliveira aqueles que são ramos naturais!” (v. 24).
Paulo argumenta que, se os gentios podiam receber grandes bênçãos por meio de sua caminhada de fé, quanto mais o povo original de Deus, caso andassem pela fé!
Os dons e o chamado de Deus são irrevogáveis (Romanos 11:29). Os cristãos rebeldes são convidados a voltar a andar no Espírito. Os cristãos justos podem tropeçar e se afastar da fé. Não podemos interromper o caminho da santificação/discipulado. Assim, os crentes não devem ser orgulhosos; em vez disso, devem ser gratos pela bondade de Deus e temer Sua severidade. Colheremos o que semeamos e se semearmos na carne, colheremos destruição (Gálatas 6:8).
Como vimos em Romanos 1, se desejarmos as coisas do mundo e da carne, Deus acabará concedendo os desejos do nosso coração juntamente com as consequências negativas do nosso pecado (Romanos 1:24, 26, 28).
Algumas coisas são incondicionais. Os dons e o chamado de Deus são incondicionais (Romanos 11:29). Deus criou Israel e nunca os rejeitará (Deuteronômio 7:7, 8). O novo nascimento na família de Deus é um presente incondicional. Deus nos dá, nós o recebemos (Efésios 2:8-9).
Os dons de Deus são concedidos incondicionalmente. Ter ao Senhor como nossa maior herança é um presente incondicional (Romanos 8:17a). Porém, há muitas outras coisas que são absolutamente condicionais. Por exemplo, os benefícios da vida ressurreta dependem de andarmos ou não pela fé (Gálatas 6:8).
A recompensa de sermos co-herdeiros com Cristo é condicional (Romanos 8:17b; Apocalipse 3:21). Se quisermos ser co-herdeiros com Cristo e compartilhar Sua recompensa de reinar, precisaremos sofrer os mesmos sofrimentos de Cristo. Se desejamos as bênçãos e benefícios da fé, precisamos andar em fé.
O versículo tema de Romanos é encontrado em 1:17: "Pois no evangelho é revelada, de fé em fé, a justiça de Deus, como está escrito: Mas o justo viverá da fé". Deus claramente nos ordena a viver pela fé; esta é a maneira como Ele projetou para vivermos, confiando totalmente Nele. É assim que alcançamos a maior realização da vida.
Se nos tornarmos altivos e impusermos nossas posições sobre as pessoas que caíram, Deus lidará conosco da mesma forma que lidou com elas. Como Jesus diz ao explicar o ponto principal da oração do Pai Nosso:
"Pois, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; mas, se não perdoardes aos homens, tão pouco vosso Pai perdoará as vossas ofensas" (Mateus 6:14, 15).
Esta é uma espécie de aplicação especial da chamada “regra de ouro”: Deus nos tratará da mesma forma que tratamos aos outros. Portanto, cabe a nós permanecer sempre humildes (ver a realidade como ela é) e reconhecer que a graça (favor) de Deus é derramada sobre os humildes. Deus não recompensa aos orgulhosos (1 Pedro 5:5).