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Significado de Romanos 12:2
Uma vida de justiça é vivida de acordo com os bons desígnios de Deus; por isso, ela não pode ser uma vida de pecado, que reflete uma separação dos bons desígnios de Deus. É por isso que Paulo nos diz para não nos conformarmos (assemelhar-se, seguir) com este mundo (v. 2).
A palavra “conformar”, como imagem, significa tomar a forma de outra coisa. A água toma a forma do receptáculo no qual está. Os crentes são admoestados a não serem moldados pelas forças do mundo, com suas idéias próprias a respeito do que é honroso e do que é vergonhoso - essas forças sempre se opõem à justiça de Deus.
Pelo contrário, os crentes são admoestados a serem “transformados pela renovação da vossa mente” (v. 2), vivendo uma vida fora dos caminhos do mundo e dentro dos caminhos de Deus. Isso é possível quando nossas mentes são mudadas para pensarmos segundo os caminhos de Deus.
O livro de Romanos é um excelente exemplo do tipo de mudança de mentalidade necessária. Paulo argumenta que o pecado é autodestrutivo. O mundo certamente não ensina isso. O mundo diz que o pecado é algo prazeroso e desejável. O mundo diz que temos o direito de fazer o que quisermos e merecemos ser felizes. Isso é pecaminoso porque nos separa da realidade de causa-efeito criada por Deus.
Paulo nos admoesta a perceber o quão contraproducente e indesejável é uma vida de pecado; uma vida egoísta, auto-justificável e impulsionada por apetites humanos é uma vida que produz a morte. O mundo diz que quanto mais apetites pudermos satisfazer, mais felizes seremos. Porém, a lógica nos diz que isso não é verdade. Se estivermos sempre em busca da satisfação de novos apetites, jamais conseguiremos encontrar a felicidade no que vivemos. Assim, passamos a maior parte do nosso tempo infelizes.
Paulo afirmara no capítulo 1 que o pecado tem uma progressão. Ele vai da luxúria ao vício e à perda da saúde mental (Romanos 1:24, 26, 28). Podemos alcançar o oposto dessa autodestruição apenas seguindo aos caminhos de Deus.
Quando transformamos nossas mentes, provamos “a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (v. 2).
Podemos viver como Deus deesja que vivamos. Quando isso acontece, fazemos a vontade de Deus e seguimos aos desígnios que Ele tem para nós. Assim, provamos a perfeita vontade de Deus.
A palavra “perfeita” é a tradução da palavra grega "teleios", usada na Bíblia para se referir a um destino, como a linha de chegada em uma corrida. A palavra aqui indica que, ao vivermos uma vida transformada através da renovação da nossa mente, nos tornamos tudo o que Deus deseja que sejamos. Viveremos de acordo com a maneira como Deus nos projetou e, portanto, seremos plenamente realizados.
Quaisquer que sejam nossos objetivos na vida, eles devem incluir a idéia de que nos tornaremos quem Deus deseja que sejamos sempre que mudarmos dos nossos pensamentos para os pensamentos de Deus e vivermos segundo Deus nos orienta a viver. Todos os outros caminhos nos levarão à futilidade e à perda. Todos os outros caminhos nos separam dos bons desígnios de Deus para nós. Essa separação é a morte (Romanos 6:23).
É irônico que, ao tentarmos viver uma vida à parte de Deus e de Seus caminhos, perdemos de vista o que fomos projetados a ser e, portanto, perdemos nosso verdadeiro eu.
O estilo de vida dos cristãos que buscam a justiça através da fé não se parece com o estilo de vida do mundo. Isso ocorre porque o mundo não busca a justiça de Deus; o mundo busca os desejos pecaminosos. Pecar significa viver separado dos caminhos de Deus, fora de Seus bons desígnios para nós.
Se a busca d justiça pela fé fosse algo inevitável, não faria sentido para Paulo admoestar os crentes romanos a buscarem uma mente renovada. Ele já os havia elogiado pela fama de sua fé em todo o mundo (Romanos 1:8). No entanto, ele os admoesta a buscar a constante renovação de suas mentes. Este processo de transformação é uma jornada e exige muito esforço da nossa parte. Essa jornada tem tudo a ver com o fato de nossas vidas na terra refletirem a realidade da justiça de Deus no céu.
Como crentes, somos separados em Cristo do restante do mundo; assim, faz sentido que Paulo nos instrua a sermos transformados e renovarmos as nossas mentes. Ao renovarmos as nossas mentes, vivemos a realidade da redenção de Cristo em nossa vida diária. Não somos mais escravos do pecado e da morte. Portanto, devemos começar a renovar e mudar nossas mentes para vivermos longe do nosso passado pecaminoso através da fé. A fé que devemos adotar é confiar nos caminhos de Deus e deixar de lado os nossos próprios caminhos.
A fé que precisamos é aquela que crê no que Deus diz ser verdade e agir de acordo com isso. Vimos isso em Romanos 10, que a justiça da fé é alcançada ao reconhecermos o que é verdadeiro em nossos corações. Assim, precisamos falar essa verdade e vivê-la (Romanos 10:6-10).
Ao fazermos isso, cumprimos a vontade de Deus. É comum aos crentes pensarem que a busca pela vontade de Deus demanda o descobrimento de uma circunstância particular. Porém, a Bíblia indica que o que Deus realmente se importa é que O sirvamos de forma obediente e sacrificial, não importa quais sejam as circunstâncias. 1 Tessalonicenses 4:3 afirma isso claramente: "Porque esta é a vontade de Deus, a vossa santificação".
"Santificação" significa simplesmente ser "separação" para um serviço especial. Ao termos uma vida de sacrifício vivo a Deus, vivemos de uma maneira agradável a Ele e somos separados para Seu serviço. Esta é a vontade de Deus para nossas vidas.
Ao renovarmos as nossas mentes, poderemos entender melhor o que é bom e o que Deus deseja que façamos. Podemos mudar nossa mentalidade das recompensas resultantes da exploração ou controle das pessoas e, ao invés disso, nos concentrar em servir e buscar o melhor uns aos outros. Como Jesus nos mostrou, às vezes buscar o melhor aos outros inclui dizer-lhes algo que não desejam ouvir (Mateus 23). No entanto, em todos os casos, ao buscarmos agradar a Deus e não aos homens, estaremos semeando no espírito e colheremos vida e paz (Gálatas 6:8).