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Significado de Romanos 9:14-16

À luz da decisão de Deus de amar/escolher a um irmão e odiar/não escolher ao outro, podemos nos perguntar: "Já que Deus escolheu Jacó ao invés de Esaú, isso não tornaria Deus injusto?" A resposta de Paulo é clara: "Não!" Deus disse a Moisés que Ele escolheria demonstrar misericórdia e compaixão a quem quisesse. Não podemos forçar o favor de Deus ou Sua misericórdia. Deus é quem os estende a nós.

Paulo já responde à afirmação que provavelmente seria feita pelas autoridades judaicas de que Deus seria injusto caso, de fato, tivesse decidido de antemão que os da fé (incluindo os gentios) herdariam a promessa enquanto muitos israelitas, descendentes físicos de Abraão, não.

Paulo antecipa sua pergunta: “Que diremos, pois? Há, porventura, em Deus injustiça?” (v. 14). Ele responde à pergunta com a exclamação: “De modo nenhum!” (v 14). Como acontece com outras objeções ao ensino de Paulo às autoridades judaicas, o apóstolo usa as Escrituras para refutá-los. Podemos inferir que aquelas autoridades afirmavam que o ensino de Paulo sobre a graça em substituição à Lei significava que Deus era injusto. Paulo repete sua objeção e responde categoricamente que Deus nunca era injusto (“De modo nenhum!”).

Paulo indica que Deus já havia feito algo assim ao escolher a Jacó ao invés de Esaú. Deus estava apenas fazendo algo semelhante ao escolher aos gentios fiéis ao invés dos israelitas incrédulos. Paulo responde à pergunta sobre a injustiã de Deus. Afinal, Jacó e Esaú ainda não haviam nascido quando Deus decidiu a quem iria amar. Nenhum dos irmãos tinha feito nada para ganhar ou perder o favor de Deus. Isso demonstrava o direito de Deus de decidir como quiser.

Assim, agora, se Deus havia decidido recompensar aos gentios com uma herança, essa era Sua prerrogativa. Deus é sempre justo, porque Ele é Deus. Paulo diz de forma categórica: "Deus não é injusto. Ele deixou claro que concede misericórdia e compaixão a quem quiser." Por que? Porque Ele é Deus.

Ao longo de sua carta aos romanos, Paulo ratifica seu argumento vez após vez: "Não se trata de obedecer a regras. Não se trata de obedecer a regras." As regras religiosas não nos justificam na presença de Deus. Nenhum trabalho é suficiente para nos justificar na presença de Deus, somente a obra de Jesus.

A justificação na presença de Deus ocorre através da fé (João 3:14-15). Além disso, a viver uma vida diária de retidão também vem através da fé. A obediência a Deus e a vida de justiça são realizadas por meio da fé (Romanos 1:16-17). A aprovação de Deus é uma questão de misericórdia, porque Ele não pode ser colocado em padrão humano algum e, portanto, não temos base alguma para exigir nada Dele.

É interessante notar, no versículo 15, o contexto da citação de Paulo sobre Êxodo 33:19: "Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão".

O contexto de Êxodo 33 é que os israelitas haviam sido resgatados da escravidão no Egito por Deus. Moisés subiu ao monte para conversar com Deus e em Êxodo 32 os israelitas impacientemente exigiram a criação de um ídolo de ouro ao qual adorar. Em resposta, Deus deseja eliminá-los completamente e recomeçar Sua nação escolhida a partir da linhagem de Moisés.

Moisés pede a Deus que poupe aos israelitas e, apesar de seu total desrespeito aos Seus mandamentos, Deus diz que Ele trataria com compaixão e misericórdia a quem escolhesse (Êxodo 33:19). Apesar da traição da nação, Deus demonstra graça. Nosso padrão como seres humanos é a pecaminosidade. Nada do que façamos conseguirá produzir a misericórdia de Deus; não merecemos favor algum. Deus, no entanto, demonstra Seu favor sempre que deseja  fazê-lo: “Assim, pois, não é daquele que quer, nem daquele que corre, mas de Deus, que usa de misericórdia(v. 16).

Portanto, Deus mostrou favor a Jacó de uma maneira que não mostrou a Esaú. Nenhum dos dois merecia o favor de Deus, mas Jacó o recebeu herdando a promessa que Deus havia concedido a Abraão: ser pai de uma grande nação. É importante notar aqui que o assunto é a herança da bênção prometida a Abraão. Fica claro nos capítulos anteriores de Romanos que a graça de Deus para a justificação diante de Seus olhos é oferecida de forma completamente livre, sem amarras a qualquer um que a receba pela fé (Romanos 3:21-22, 4:3).

A palavra grega "charis" às vezes é traduzida como "graça" e outras vezes como "favor". Deus dá Seu favor a quem Ele escolher, mas quando se trata de ser justificado aos Seus olhos através do sangue de Jesus, Ele claramente a oferece a todos os que crêem. Deus promete dar favor/graça aos que se humilham (1 Pedro 5:5). Porém, é Ele quem decide quem se humilha; ninguém pode determinar o padrão de humildade, apenas Deus, porque só Ele é Deus. Todo favor concede por Ele é um ato de Sua misericórdia, pois Ele não deve nada a ninguém.

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