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AS ÚLTIMAS SETE PALAVRAS DE JESUS NA CRUZ
3. UMA PALAVRA DE AMOR
“Mulher, eis aí teu filho! Eis aí tua mãe!”
(João 19:26b, 27b)
Pouco depois de os soldados dividirem as vestes de Jesus (Mateus 27:35-36; João 19:23-25a), Jesus proferiu sua terceira declaração registrada na cruz.
O Evangelho de João descreve a cena:
“Assim, pois, fizeram os soldados. Perto da cruz de Jesus, estavam sua mãe, e a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléopas, e Maria Madalena.”
(João 19:25)
Mateus escreve que essas mulheres estavam servindo a Jesus enquanto ele estava na cruz (Mateus 27:55). Os guardas romanos aparentemente permitiam que simpatizantes ajudassem a aliviar o sofrimento de suas vítimas na cruz. Os simpatizantes só podiam amenizar a dor das vítimas. Eles não podiam removê-la ou resgatá-las. Provavelmente foi mais um gesto de compaixão do que um alívio físico significativo.
João pode ter listado essas quatro mulheres em ordem de seu relacionamento com Jesus.
A primeira mulher que João mencionou como estando ao pé da cruz de Jesus era a mãe de Jesus.
A mãe de Jesus se chamava Maria (Mateus 1:18, 24-25; Lucas 1:26-56, 2:4-7, 19). Como mãe de Jesus, seria natural para Maria estar ao lado de seu filho enquanto ele era crucificado, mesmo que sua agonia e humilhação fossem terríveis para ela testemunhar. Ela superou esses horrores e os suportou porque amava seu filho. A presença de sua mãe durante esse doloroso e mortal calvário provavelmente deu a Jesus um certo conforto interior na cruz.
A segunda mulher mencionada por João como estando ao pé da cruz de Jesus era a irmã de sua mãe.
Isso a tornava tia de Jesus por relação de sangue. Marcos diz que o nome dela era Salomé (Marcos 15:40). Mateus a identifica como "a mãe dos filhos de Zebedeu" (Mateus 27:56). A comparação desses três versículos paralelos indica que ela era mãe de Tiago e João - dois dos discípulos mais próximos de Jesus. Essa comparação também indica que Tiago e João eram primos de Jesus por sangue. Como irmã da mãe de Jesus, Salomé estava lá para confortar sua irmã enquanto ela assistia seu filho morrer uma morte terrível e para cuidar de seu sobrinho — a quem ela amava e acreditava ser o Messias (Mateus 20:20-21, 27:55).
A terceira mulher que João mencionou como estando ao pé da cruz de Jesus era Maria, esposa de Clopas.
João diz que seu nome também era Maria. A igreja primitiva ensinava que Clopas era irmão de José, pai terreno de Jesus (Eusébio de Cesareia, História da Igreja, III.112). Se este relato for verdadeiro, então "Maria, esposa de Clopas" teria sido tia de Jesus por casamento. Marcos acrescenta que ela era mãe de "Tiago, o menor, e de José" (Marcos 15:40, veja também Mateus 27:56). "Tiago, o menor" é uma descrição de outro dos doze discípulos de Jesus, chamado Tiago. Ele foi chamado de "Tiago, o menor" para diferenciá-lo do discípulo de Jesus, "Tiago, filho de Zebedeu", que é mencionado de forma mais proeminente nos Evangelhos e no Livro de Atos. O Tiago menos proeminente é nomeado como um dos doze discípulos por Mateus, Marcos e Lucas, onde é descrito como "Tiago, filho de Alfeu" (Mateus 10:3; Marcos 3:18; Lucas 6:15). Aparentemente, Alfeu e Clopas eram a mesma pessoa. Este discípulo seria parente de Jesus como primo por casamento.
Mais uma vez, se Maria, esposa de Clopas, era tia de Jesus por casamento, como afirmava a igreja primitiva, então seus motivos para estar presente na cruz teriam sido semelhantes aos de Salomé. Ela estava lá para apoiar Maria, mãe de Jesus, e mostrar compaixão por seu sobrinho. Maria, esposa de Clopas, também era crente e seguidora de Jesus (Mateus 27:55).
A quarta mulher que João mencionou como estando ao pé da cruz de Jesus era Maria Madalena.
Esta Maria não era parente de Jesus. Mas ela era uma seguidora devota dele desde o seu ministério na Galileia. Maria era da cidade de Magdala, e foi lá que ela recebeu seu nome. Magdala ficava na margem ocidental do mar. Lucas identificou Maria Madalena como uma das mulheres que o seguia e apoiava seu ministério (Lucas 8:2-3). Neste relato, Lucas também revela que Jesus expulsou sete demônios dela. Geralmente se acredita que Maria foi a mulher que ungiu os pés de Jesus com um frasco de alabastro, enxugando-os com seus cabelos e lágrimas na casa de Simão, o fariseu (Lucas 7:36-50).
Enquanto Jesus estava na cruz, ele "Jesus, vendo a sua mãe e, perto dela, o discípulo a quem ele amava" (João 19:26a).
Apesar de seus próprios sofrimentos, os pensamentos de Jesus se voltaram para o futuro bem-estar de sua mãe.
Maria provavelmente era viúva neste ponto de sua vida. Os Evangelhos não mencionam José, seu marido, em nenhum momento depois da infância de Jesus. José é mencionado pela última vez quando Jesus tinha doze anos e foi deixado no templo (Lucas 2:41-51). O silêncio dos Evangelhos indica que José, marido de Maria, havia falecido, deixando a mãe de Jesus viúva. Na cultura judaica, caberia ao filho mais velho ser o cuidador e provedor de qualquer mulher solteira na família. Isso seria responsabilidade de Jesus.
Mas agora Jesus estava morrendo e não seria mais capaz de prover para Sua mãe. Mais cedo em seu relato do Evangelho, João destacou que nenhum de Seus irmãos acreditava Nele naquele momento (João 7:5). Jesus colocou a responsabilidade de cuidar de Sua mãe nas mãos de um discípulo confiável, em vez de deixar essa importante responsabilidade para seus irmãos incrédulos.
Ele comunicou isso e transferiu essa importante obrigação e responsabilidade com sua terceira declaração da cruz.
Jesus disse à sua mãe: "Mulher, eis o teu filho!"
(João 19:26b).
Ele se dirige a Maria como "Mulher", um termo que pode soar incomum aos ouvidos modernos, mas era um sinal de respeito e afeto naquele contexto cultural. Jesus disse a Maria: "eis o teu filho!" A expressão "teu filho" referia-se ao Seu discípulo, João, que estava ao lado dela. Ele estava dizendo à sua mãe que, a partir daquele momento, João sucederia a Ele como seu protetor e provedor legal.
Essa foi a primeira parte da terceira declaração de Jesus na cruz.
A segunda parte da terceira declaração de Jesus foi dirigida a João.
“Depois, disse ao discípulo: Eis aí tua mãe!”
(João 19:27)
Jesus disse isso para garantir que João entendesse sua responsabilidade de cuidar e proteger a mãe de Jesus como se fosse sua própria mãe. Ele estava pedindo a João que cumprisse a responsabilidade terrena que Ele não poderia mais desempenhar quando partisse.
João entendeu isso e obedeceu ao seu Senhor. Ele escreveu:
“Dessa hora em diante, o discípulo a tomou para sua casa.”
(João 19:27)
Tudo isso mostra como Jesus, mesmo sofrendo uma agonia inimaginável na cruz, ainda buscava o melhor para os outros. Ele estava servindo ativamente sua mãe ao transferir seu cuidado para João. Este breve comentário foi um ato pessoal e poderoso de amor.
E ao dizer essas coisas, Jesus deu um exemplo para Seus discípulos seguirem ao buscar prover o bem-estar de seus familiares vulneráveis, sejam eles filhos ou pais idosos. A ação de Jesus estava alinhada com Seu ensinamento de que é honrar a Deus cuidar de nossos familiares quando eles não conseguem cuidar de si mesmos (Marcos 7:9-13).
“Mulher, eis aí teu filho! Eis aí tua mãe!”
(João 19:26b, 27b)
Leia sobre a quarta palavra final de Jesus na cruz aqui: "4: Uma Palavra de Desolação".