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Significado de 1 Tessalonicenses 2:9-12

Paulo relembra aos tessalonicenses de que não lhes havia tirado comida ou dinheiro, mas que havia se auto-sustentado enquanto esteve com eles. Ele os havia tratado bem e não se aproveitou deles, de modo que tinha credibilidade para encorajá-los, como um pai amoroso faria, a continuar a caminhar com Deus.

Paulo continua a recapitular seu relacionamento com os tessalonicenses. Ele evoca o grande carinho que tinha por eles. Eles eram queridos por ele e sua equipe. Ele recorda: Pois vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e dificuldades, como trabalhamos noite e dia para não sermos um fardo para nenhum de vós, nós lhes anunciamos o Evangelho de Deus. Era importante para Paulo demonstrar que não havia pregado o Evangelho na esperança de obter qualquer ganho material, ou para explorar ou extrair daqueles a quem ele havia pregado. Ele inclusive nega ter pregado o Evangelho como “pretexto para a ganância" (v. 5).

Aqui, Paulo enfatiza que os tessalonicenses deveriam se lembrar de que ele e sua equipe haviam trabalhado noite e dia para levantar seu próprio sustento, visando não serem um fardo para eles. Parece claro que eles trabalhavam durante o dia para prover seu próprio alimento e à noite na pregação do Evangelho de Deus. É ainda mais provável que eles pregassem durante todo o dia enquanto trabalhavam, provavelmente no mercado de trabalho, falando com os tessalonicenses à sua volta. Lemos em Atos 18:3 que Paulo era um fabricante de tendas e que trabalhou com seus amigos recém-convertidos Priscila e Áquila enquanto morava em Corinto. É provável que ele tenha produzido tendas antes em Tessalônica também. Não sabemos o que Silas e Timóteo faziam, sabemos apenas que eles trabalhavam.

Isso foi uma grande dificuldade para Paulo e sua equipe; sem dúvida, Paulo e os outros estavam exaustos, sem dormir, já que dedicavam o máximo de tempo para ganhar seu próprio sustento e compartilhar as boas-novas. Tinham pouco tempo para descanso e pouco tempo para lazer. Porém, tudo aquilo valia a pena, porque Paulo não desejava ser um fardo para nenhum dos tessalonicenses. Paulo queria ter certeza de que seu testemunho era puro, protegendo-se de qualquer crítica de que estivesse lucrando com seu rebanho.

O apóstolo não fazia exigências financeiras às pessoas que buscava conquistar. Ele não queria tomar comida e bebida deles enquanto pregava as boas novas sobre Jesus. Mais tarde, em sua carta aos Coríntios, Paulo se defende longamente a respeito de ganhar seu próprio sustento; era uma grande prioridade para Paulo não ser um fardo para os outros, nem estar vulnerável à acusação de que só pregava por lucro. Ele queria poder dizer que pregava livremente a seu público, que eles não lhe deviam nada (1 Coríntios 9:15).

Há inúmeros exemplos na história e nos dias atuais de mestres religiosos que enriquecem e vivem luxuosamente do apoio de seus seguidores. Paulo ficou o mais longe possível dessa possibilidade, tornando puros seus esforços missionários ao trabalhar para se sustentar. Mesmo assim, Paulo achava ser apropriado que os pregadores fossem voluntariamente apoiados por outros crentes. Ele mesmo recebeu apoio de igrejas nas cidades para as quais havia se mudado, como a igreja de Filipos (Filipenses 4:15-16). No entanto, Paulo decidiu produzir seu próprio sustento em cada nova cidade, não fazendo exigências financeiras dos novos crentes aos quais ele ministrava pessoalmente.

Paulo ressalta que os tessalonicenses eram testemunhas de como ele e sua equipe os tratavam. Eles eram testemunhas de como Paulo havia se comportado de forma devota, reta e irrepreensível. Paulo parece estar se dirigindo às críticas feitas a ele e a seus colegas ministros por aqueles que buscavam derrubar a fé dos crentes tessalonicenses. Paulo apela para a experiência em primeira mão que os tessalonicenses haviam tido com ele e sua equipe, convidando-os a refletir sobre o que sabiam ser verdade.

Anteriormente, Paulo havia descrito a maneira como tratava aos tessalonicenses, ou seja, como uma "mãe que amamenta e cuida ternamente de seus filhos" (v. 7). Agora, o apóstolo se compara a um pai: Assim como sabeis como exortamos, encorajamos e imploramos a cada um de vós, como um pai faria por seus próprios filhos. Os esforços de Paulo em exortar, encorajar e implorar aos tessalonicenses vieram depois de sua declaração de fé inicial em Jesus. Eles haviam se tornado filhos de Deus através da fé em Cristo. Como tal, Paulo havia se tornado seu pai espiritual e sempre os exortava, encorajava e implorava a viver a melhor vida possível. Os pais desejam que seus filhos sejam altamente bem-sucedidos. Paulo desejava que seus filhos espirituais fossem altamente bem-sucedidos. Seus ensinamentos sinceros os levaria a compreender que a obediência radical a Jesus é o caminho para o maior sucesso na vida, uma vitória que durará para sempre.

Este é o ponto principal desta epístola e de 2 Tessalonicenses. Paulo desejava que seus filhos espirituais vivessem fielmente todos os dias, ansiosos por "Aquele Dia" — o dia da volta de Jesus, quando tudo o que fizermos será julgado. Paulo desejava continuar o trabalho de discipulado que havia sido interrompido; pelo fato de aquele trabalho ainda estar inacabado, ele sentia que os tessalonicenses estavam vulneráveis ao fracasso. Este foi o objetivo principal de sua carta.

Ele exorta, encoraja e implora a seus leitores para andarem de maneira digna do Deus que os chamou para Seu reino e glória. Como afirmará mais adiante, a vontade de Deus era a de que os tessalonicenses fossem santificados (1 Tessalonicenses 4:3). Ser "santificado" neste contexto significa viver uma vida separada para Deus. Eles foram chamados para longe da idolatria, impureza sexual e morte espiritual para caminhar em uma nova vida de obediência fiel a Deus. Deus os havia chamado para o Seu próprio reino e glória, para longe do "velho eu com suas más práticas" (Colossenses 3:9).

Assim, eles deveriam andar de maneira digna do Deus que os chamou, até o fim, até Jesus retornar (versículo 19). Paulo desejava que os tessalonicenses continuassem na expectativa de que Cristo voltaria, até mesmo antes de suas mortes, algo que eles e Paulo acreditavam que aconteceria. O apóstolo havia estabelecido isso anteriormente, mencionando que uma parte fundamental da nova vida do crente é "esperar o Filho [de Deus] do céu, que Ele ressuscitou dentre os mortos, isto é, Jesus, que nos resgata da ira vindoura" (1 Tessalonicenses 1:10).

A volta de Jesus confirmará o estabelecimento do Seu Reino e os crentes participarão de Sua glória. A palavra “glória” aqui significa "a essência de algo observado por um terceiro". Todo ser humano deseja alcançar glória. Todo ser humano ama ter suas capacidades honradas pelos outros. Os pais adoram ver seus filhos alcançarem a glória. Os pais assistem a longos e, muitas vezes, chatos recitais apenas para ver seus filhos alcançarem a glória de ter o aplauso da multidão ao final. Paulo desejava obter esta mesma glória, deleitando-se no sucesso de seus filhos espirituais quando eles fossem honrados por Jesus por sua vida de fidelidade.

O caminho para se obter essa glória no Reino de Jesus é viver fielmente, suportando as dificuldades e as oposições. A exortação de Paulo é que os tessalonicenses deveriam andar de maneira digna do Reino vindouro, implicando ser possível aos crentes não andarem desta maneira. O apóstolo João também escreve que os crentes deveriam "permanecer em [Jesus], para que, quando Ele aparecer, tenhamos confiança e não nos afastemos Dele com vergonha de Sua vinda" (1 João 2:28). É possível falharmos nesta vida, assim como qualquer criança pode destruir sua vida por conta de más decisões. Isso não significa a perda da justificação aos olhos de Deus, pois nada pode nos tirar isso (João 10:28). Nascer na família de Deus é uma questão de olharmos para Jesus em fé, esperando ser alcançados por Seu amor (João 3:14-16). O novo nascimento não pode ser perdido.

Porém, o sucesso ou insucesso na vida diz respeito às escolhas que fazemos. Não perdemos nosso novo nascimento, mas podemos perder nossas vidas. Podemos colher consequências negativas decorrentes de más escolhas, em vez de boas consequências que decorrem de boas escolhas. Paulo desejava que seus filhos espirituais obtivessem os maiores benefícios da vida ao fazerem as melhores escolhas. E isso é proveniente da nossa obediência radical a Deus (1 Coríntios 3:15).

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