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Significado de Deuteronômio 24:17,18
Ao longo do livro de Deuteronômio, Moisés expressa suas preocupações com os mais vulneráveis na comunidade israelita - o estrangeiro, o órfão e a viúva. Era costume em algumas sociedades antigas do Oriente Próximo que juízes e advogados distorcessem a justiça, levando pessoas afortunadas a desfrutar de privilégios judiciais sobre aqueles mais vulneráveis. Porém, não deveria ser assim em Israel, que havia sido chamado pelo Deus Susserano (Governante) a ser uma nação santa e justa, representando a Deus como um "reino de sacerdotes" (Êxodo 19:4-6; Deuteronômio 16:18-20).
Portanto, Moisés diz aos israelitas que não pervertem a justiça devida a um estrangeiro ou a um órfão, nem tomem as vestes de uma viúva em penhor (v.17). A justiça aqui mencionada está no contexto de um tribunal. Estes eram os menos favorecidos da sociedade e poderiam ser facilmente abusados; assim, esta lei foi concebida para protegê-los dos abusos do sistema jurídico. Quando Deus levou Israel ao exílio, uma das principais razões que Ele teve para fazê-lo foi que a justiça estava sendo sonegada aos pobres (Amós 5:14-15).
O estrangeiro (hebraico "gēr") era alguém que vivia em Israel, mas não era israelita. No entanto, tal estrangeiro poderia receber plena participação e aceitação na comunidade israelita, desde que concordasse em ser circuncidado e seguisse os outros rituais israelitas (Êxodo 12:48-49).
O mesmo tratamento também deveria ser dado ao órfão. Na Bíblia, o órfão (hebraico "yāthôm") geralmente se referia a uma criança sem pai. Tal pessoa era especialmente vulnerável porque não desfrutava da proteção do pai. Consequentemente, Moisés ordena aos israelitas que tratassem aos órfãos de forma justa na corte.
Assim como essa lei exigia tratamento justo no tribunal para o estrangeiro e o órfão, ela também afirmava que ninguém era autorizado a levar a roupa de uma viúva como penhor. A viúva, uma mulher que havia perdido ao marido por morte e ainda era solteira, não tinha a proteção do marido e, portanto, poderia ser facilmente vitimizada e reduzida à pobreza. Era possível que ela estivesse constantemente endividada; portanto, nenhum credor deveria usar sua roupa como garantia para o pagamento de um empréstimo. Assim como no v.24, a vestimenta refere-se a uma peça de roupa usada como cobertura contra o frio. Isso colocaria sua saúde e, possivelmente, seu bem-estar geral em risco.
A base para dizer ao povo que eles precisavam tratar aos outros de maneira justa e misericordiosa é que eles precisavam se lembrar de que haviam sido escravos no Egito, e que o Senhor, seu Deus, os havia redimido de lá (v.18). Eles passaram mais de 400 anos vivendo sob o domínio egípcio. Seu soberano SENHOR da aliança mostrou-lhes misericórdia, livrando-os da escravidão, sustentando-os no deserto e protegendo-os dos inimigos em seu caminho para a Terra Prometida. Agora, todo israelita deveria refletir sobre essas ações, demonstrando Seu caráter e graça aos outros. Foi por essa razão que Moisés (e o SENHOR) estava ordenando que fizessem isso.
Em resumo, Moisés prescreve um tratamento justo para o estrangeiro, o órfão e a viúva. O SENHOR (por meio de Moisés) ordena aos israelitas que demonstrem compaixão por eles, porque estavam entre as pessoas mais desfavorecidas e vulneráveis da sociedade e precisavam de proteção contra a exploração de outros. Isso novamente ressalta o princípio básico subjacente aos últimos cinco dos Dez Mandamentos: os israelitas deveriam amar uns os outros como amavam a si mesmos. Neste caso, Israel deveria tratar aos pobres como esperavam ser tratados caso eles próprios fossem pobres.