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Significado de Êxodo 20:4-6

O 2º mandamento proíbe a fabricação de ídolos ou objetos que representem a natureza para adoração. O SENHOR julgará aqueles que O rejeitam, mas recompensará aqueles que O amam e O obedecem.

O segundo mandamento proibia a fabricação de qualquer imagem que fosse usada como objeto de adoração. A palavra hebraica para ídolo ("pesel") refere-se a algo feito de madeira ou pedra moldada para representar algo a ser adorado (Isaías 44:17). Os israelitas foram proibidos de fazer ídolos ou qualquer semelhança com o que está no céu acima ou na terra embaixo ou na água sob a terra. Em outras palavras, nada no mundo natural criado deveria ser representado ou adorado como um deus.

Israel não deveria adorá-los ou servi-los. O verbo adorar refere-se ao ato de curvar-se diante de um superior ou de um governante para demonstrar reverência e obediência (Gênesis 37:9-10; 1 Reis 1:16). O verbo servir significa seguir aos mandamentos do superior, o que incluiria fazer oferendas (Êxodo 10:26; Isaías 19:21). O povo havia voluntariamente firmado um acordo de aliança com Deus; assim, servir a outro governante seria um ato de traição. Eles quebrariam seu tratado com Deus como seu governante e entrariam em um tratado com outro deus para governá-los.

O SENHOR estava deixando claro que Israel não podia servir a Ele e, ao mesmo tmepo, às divindades das nações vizinhas. Era uma escolha binária. Eles não deveriam servir a outros deuses enquanto mantivessem sua parte do "acordo" mútuo no qual entraram. Há também uma questão prática aqui: o propósito do pacto seria violado caso Israel se tornasse como as outras nações. Eles não cumpririam a função sacerdotal de demonstrar um modo de vida superior. Eles seriam como as outras nações.

Os israelitas foram proibidos de fazer qualquer representação artística como objeto de adoração. Isso incluía fazer ídolos para representar o próprio Deus. O Criador do universo nunca deveria ser representado por nenhum aspecto de Sua criação. A própria criação reflete a glória de Deus (Salmo 19). Essa proibição também deixa claro que Deus não está sujeito a ser manipulado como outros deuses. Uma das principais atrações do paganismo é a promessa de que podemos manipular aquele “deus” e obter o que quisermos dele (muitas vezes incluindo promiscuidade sexual, que é uma atração adicional). Deus buscava o melhor para Israel. Ele não estava tentando "comprar" sua lealdade. Ele os estava levando a entender que sua melhor escolha seria obedecer aos Seus mandamentos.

O SENHOR afirma: Eu, o Senhor teu Deus, sou um Deus ciumento. A palavra para ciúme (hebraico "qanna") é traduzida pela Septuaginta (o grego do Antigo Testamento ou LXX) como "zeloso". Ser ciumento é ter um desejo por aquilo que é seu por direito. Isso difere da inveja, que é um desejo por aquilo que não é seu por direito. O povo do SENHOR havia se comprometido com Ele e concordado com a aliança. Deus estava deixando claro que haveria consequências se eles decidissem desobedecer a Seus mandamentos e quebrar a aliança. Deus exigia que Israel guardasse sua aliança com outras nações também. Ele disciplinou Israel por ter quebrado sua aliança com os gibeonitas, feita cerca de quatrocentos anos antes (2 Samuel 21:1). Além disso, uma das principais razões pelas quais Deus exilou Israel na Babilônia é porque eles quebraram seu tratado com a Babilônia e, em vez disso, confiaram no Egito (Ezequiel 17:11-21). Deus adverte Israel que haveria graves consequências caso quebrassem seu tratado com Ele e confiassem em outros deuses.

A aliança com Israel era como um casamento. Deus, como marido, desejava que Sua esposa fosse leal a Ele, como Ele era leal a ela. A analogia conjugal de Deus com Israel é usada em todas as Escrituras, como em Ezequiel 16 e no livro de Oséias. Adorar aos ídolos é separar-se do único Deus verdadeiro. O SENHOR considera isso adultério espiritual (Oséias 4:12). Os israelitas estavam fazendo uma aliança não muito diferente da do casamento e a adoração a outras divindades equivalia ao adultério. Qualquer marido devoto terá ciúmes da fidelidade de sua esposa.

A violação este mandamento não isenta ninguém das consequências. Para aqueles que fazem e adoram ídolos, o SENHOR promete visitar a iniquidade dos pais sobre os filhos, sobre a terceira e a quarta gerações daqueles que Me odeiam. A palavra visitar (hebraico "paqad") traz a idéia de que o SENHOR trabalha ativamente na vida de uma pessoa, seja para conceder algo bom (como em Gênesis 21:1; Rute 1:61 Samuel 2:21) ou para executar julgamento (aqui e em Jeremias 11:22).

Essa visita ocorreria na terceira e na quarta gerações. No hebraico, a palavra gerações (no plural) não é registrada; as palavras terceira e quarta são plurais. Assim, lemos literalmente: "Sobre as terças e quartas partes". A expressão Gerações é implícita, portanto, foi acrescentada pelos tradutores.

Ainda que o julgamento seja certo, Deus constrói, em Sua misericórdia, um tempo para o arrependimento. O fato de Deus demorar a julgar não significa que o julgamento não vem. Em vez disso, significa que Deus é misericordioso e decide aguardar duas ou três gerações antes de executar totalmente Seu juízo. Podemos ver esse princípio aplicado por Deus até mesmo sobre nações pagãs, pois Deus estava relutante em julgar Nínive (Jonas 4:11). Deus também adiou o julgamento dos amorreus até a "quarta geração", porque a "iniquidade dos amorreus ainda não está completa" (Gênesis 15:16).

Em contraste com o julgamento contra aqueles que violam a este mandamento, o SENHOR promete mostrar bondade a milhares de pessoas, àqueles que Me amam e guardam os Meus mandamentos. A palavra bondade (hebraico "chesed") é uma palavra importante no Antigo Testamento. É melhor traduzida como "amor leal" e é usada frequentemente nos Salmos ao declarar quem é o SENHOR (Salmos 18:50, 25:10, 100:5 e muitos outros). Está ligada à Sua fidelidade (Salmos 36:5) e à Sua compaixão (Jeremias 16:5). Aqui, o SENHOR declara Sua lealdade a milhares. Compare isso com as terças e quartas partes no versículo anterior. A palavra "gerações" está implícita nos milhares. O SENHOR estava declarando que Sua bondade duraria infinitamente mais do que Seu julgamento. O Deus Susserano diz que recompensaria aqueles que O amam e guardam Seus mandamentos. Aqueles que amam ao SENHOR são aqueles que permanecem fiéis à Sua aliança.

Uma vez que a bondade amorosa de Deus dura milhares de gerações e esse tempo se estende além da terceira e quarta gerações, antes que experimentem o juízo, será que isso significa que Sua bondade está em curso mesmo durante o tempo em que Ele executa Seu juízo? A resposta é “sim”. Na verdade, um versículo bastante famoso de Jeremias ilustra esse ponto. O versículo afirma:

"Porque conheço os planos que tenho para vós", declara o Senhor, "planos de bem-estar e não de calamidade para vos dar um futuro e uma esperança" (Jeremias 29:11).

Este versículo é declarado por Deus no meio da iniciação de Seu grande julgamento sobre Israel por sua falta de fidelidade, exilando-os da Terra Prometida para a Babilônia (1 Crônicas 9:1). O exílio babilônico durou setenta anos. Em seguida, o retorno levou mais setenta anos, até que os muros de Jerusalém foram restaurados sob a liderança de Neemias.

É comum que os contratos sejam seguidos por um aviso prévio e um tempo para conserto de eventuais violações. Deus instituiu um período de graça de três a quatro gerações, mas o julgamento seria certo caso não houvesse arrependimento. No entanto, o momento deixa claro que a bondade amorosa de Deus por Israel seria contínua, mesmo em meio ao Seu julgamento.

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