AaSelect font sizeSet to dark mode
AaSelect font sizeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.
Significado de Êxodo 38:8
A próxima peça de mobília para o tabernáculo era a pia de bronze. A pia era uma bacia para lavagem. Era usada para conter água para lavagens e purificações cerimoniais. Deveria ser construída com sua base de bronze, feita dos espelhos das mulheres que serviam à porta da tenda da reunião. Os espelhos eram feitos de bronze altamente polido, mas não há menção do tamanho e dimensões da pia. Provavelmente, esses espelhos foram dados às mulheres pelos egípcios, pouco antes de saírem do Egito (Êxodo 12:33-36).
Não nos é dito qual tarefa específica era realizada pelas mulheres que serviam, apenas que elas haviam fornecido o bronze para a pia de bronze. Talvez o serviço delas estivesse relacionado com a pia.
O livro de Êxodo destaca as ações das mulheres israelitas em várias ocasiões. As parteiras hebréias corajosamente desafiaram e desobedeceram à ordem de Faraó de matar os bebês hebreus do sexo masculino, porque "temiam a Deus" (Êxodo 1:16-22). Miriã, irmã de Moisés, liderou as mulheres em uma celebração após a passagem pelo Mar Vermelho (Êxodo 15:20-21). Aqui, em Êxodo 38:8, as mulheres que serviam à porta da tenda da reunião forneceram o bronze para a pia de bronze ao doar seus espelhos de bronze.
A pia de bronze foi colocada no pátio entre o tabernáculo e o altar. Em Êxodo 30, Deus prescrevera que os sacerdotes, Arão e seus filhos, deveriam lavar as mãos e os pés antes de entrarem na tenda da reunião. Sem a lavagem, os sacerdotes não podiam entrar na presença de Deus, ou morreriam (Êxodo 30:18-21). Isso retrata a natureza do pecado e as consequências do pecado, que são a morte (Romanos 6:23). Permanecer em comunhão com Deus e andar em Seus caminhos é a maneira de evitar tais consequências negativas, pois Deus conhece o que é melhor para nós (Deuteronômio 30:15-20).
Na era do Novo Testamento, Deus oferece a todos que crêem em Jesus o perdão de uma vez por todas, para remover nossa separação eterna de Deus e nos inserir em Sua família (João 3:14-16). Nosso relacionamento como filhos de Deus é assegurado, porém o relacionamento não garante comunhão. A Bíblia frequentemente usa a metáfora da lavagem para simbolizar o perdão, uma necessidade contínua para mantermos nossa comunhão com Ele.
Para os crentes em Jesus, somos chamados a ser batizados após crermos Nele. O batismo representa a purificação de todos os nossos pecados em relação ao nosso relacionamento com Deus, ao sermos imersos na morte de Jesus e, em seguida, levantados para andar em novidade de vida por meio da ressurreição de Jesus. Da mesma forma, Deus retrata Israel como Seu povo ao "batizá-los" em Moisés e ao fazê-los atravessar o Mar Vermelho (1 Coríntios 10:1-2). Em ambos os casos, esta foi a escolha de Deus, independentemente das obras (Efésios 2:8-9). Em ambos os casos, o batismo simboliza a consolidação de um relacionamento entre Deus e Seu povo, um relacionamento que é uma dádiva irrevogável (Romanos 11:29).
Curiosamente, o livro de Hebreus, no Novo Testamento, foi escrito para os crentes judeus e fala sobre o "ensino sobre lavagens", um ensino que é "elementar" (Hebreus 6:1-2). Talvez isso explique o fato de a pia de bronze estar localizada fora do tabernáculo. A lavagem é um prelúdio para se entrar na tenda da reunião, na presença de Deus. Da mesma forma, Hebreus urge os crentes a entrarem espiritualmente no verdadeiro Santo dos Santos no céu, a fim de receberem graça no momento de necessidade e terem suas consciências purificadas (Hebreus 4:14-16; 10:19-22).
No entanto, para experimentar as bênçãos das promessas da aliança de Deus, o pecado deve ser erradicado, visando manter a comunhão contínua. Isso é retratado na lavagem simbólica. Quando Jesus lavou os pés dos discípulos, aquele foi um símbolo de perdão, permitindo a comunhão contínua deles com seu Mestre (João 13:5). Jesus também ensinou que era necessário perdoarmos àqueles que pecam contra nós como parte de nos apresentarmos diante de Deus, com o objetivo de sermos perdoados por nossos pecados (Mateus 6:12, 14).
A exigência de os sacerdotes israelitas lavarem-se antes de conduzirem o serviço perante o SENHOR também ilustra este mesmo princípio, que a comunhão contínua requer uma purificação contínua. Isso reconhece a realidade da fragilidade humana. No que diz respeito ao relacionamento com Deus como Seu povo, os seres humanos não podem atender a tais requisitos; assim, Deus nos oferece um relacionamento com Ele como dádiva, através da fé em Seu Filho. Ele também escolheu a Israel como Seu povo porque os amava e cumpriu o juramento feito aos seus antepassados (Deuteronômio 7:6-8). Porém, para continuar em comunhão de aliança e receber as bênçãos da aliança, Seu povo foi instruído a andar em obediência, em comunhão contínua. Deus reconhece a necessidade da restauração da comunhão para seres humanos frágeis que sempre tropeçam. Ele provê este caminho através da confissão dos pecados, simbolizada no Antigo Testamento por meio das lavagens e dos sacrifícios.
O SENHOR providenciou a pia de bronze para que Seus sacerdotes pudessem se purificar antes de se aproximarem Dele na adoração. Os espelhos de bronze fornecidos pelas mulheres podem ser vistos como símbolos da Palavra de Deus que, quando contemplada, revela à pessoa a sua necessidade de purificação. No Novo Testamento, o povo de Deus é purificado ao confessar seus pecados, sem a necessidade de cerimônias (1 João 1:9).
Os crentes do Novo Testamento são designados a servir como sacerdotes no Reino de Deus e interceder pelo mundo (Apocalipse 1:6). Como Esposo espiritual da igreja, Jesus lava os crentes na água da Palavra (Efésios 5:26). Os crentes são chamados a andar em confissão e arrependimento (1 João 1:9) e entrar no verdadeiro Santo dos Santos no céu para terem suas consciências purificadas, a fim de estarem preparados para fazer a obra de Deus no mundo, assim como Arão e seus filhos fizeram a obra de Deus no tabernáculo (Hebreus 10:19-22).