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Significado de Gálatas 2:18-21

Estamos mortos para a lei porque morremos espiritualmente com Cristo e recebemos uma nova vida para viver. Cristo vive através de nós. Porém, se reavivamos a lei, criamos fracasso para nós mesmos, porque estamos procurando aumentar o dom gratuito da graça de Deus. Esta nova vida é resultado da vida de fé contínua em Jesus, não da obediência à lei.

Esta seção completa o discurso de Paulo condenando a Pedro por sua hipocrisia em excluir/rejeitar aos crentes gentios em Antioquia. Pedro havia se recusado a comer com os gentios, insinuando que eles precisavam ser circuncidados e obedecer às regras religiosas judaicas. O que acontece se tentarmos buscar ser justificados em Cristo? Pecamos porque quebramos regras das quais Jesus nos libertou. Talvez Paulo também tenha lembrado a Pedro das palavras que ele próprio havia proferido no Concílio de Jerusalém de Atos 15, quando afirmou claramente que tanto os judeus quanto os gentios eram salvos da mesma maneira: pela graça através da fé em Jesus.

Paulo está relatando este episódio a seus discípulos na Galácia não para trazer vergonha a Pedro, ou para se elevar acima de Pedro. Ele está relatando a eles que já havia se levantado contra o falso ensinamento das "autoridades" judaicas antes, incluindo até mesmo o apóstolo mais eminente, Pedro.

Já que o Concílio de Jerusalém ter emitido uma carta concordando com Paulo, podemos perguntar por que Paulo não se referiu apenas a essa carta como autoridade. Talvez seja porque Paulo desejasse levar os gálatas para longe de qualquer autoridade humana e para perto da autoridade de Jesus. Isso é consistente com o ensinamento de Paulo de que a única cabeça verdadeira do Corpo de Cristo era Jesus. Parece provável que tal ensino se devesse ao fato de as "autoridades" judaicas alegarem que sua autoridade vinha de Jerusalém, conforme vemos no caso das "autoridades" que desviaram a Pedro em Antioquia.

É encorajador, ainda que preocupante, perceber as maneiras pelas quais Paulo acusava ao apóstolo Pedro. Paulo mostra que Pedro estava buscando ser justificado por coisas que aumentariam a fé em Jesus, descartando a própria fé em Jesus como o único agente que poderia justificá-los diante de Deus. Pedro estava reconstruindo a lei da qual havia sido liberto, tornando-se novamente um transgressor da lei. Este foi o grande apóstolo Pedro! Por um lado, Pedro viveu a vida testificando de Jesus. Por outro, está claro que ele cometeu incontáveis erros. Isso é preocupante, porque significa que não importa quão espirituais possamos nos tornar, podemos ser levados a seguir aos homens em vez de dependermos de Jesus.

Não há registro de uma resposta de Pedro a Paulo. Paulo não termina seu relato registrando sobre a reação de Pedro. Em vez disso, Paulo testifica como devemos viver. Não devemos viver buscando ser justificados por obras. Já somos justificados diante de Deus. Qualquer um que creia em Jesus é justificado aos olhos de Deus. João 3:14-16 nos diz que só precisamos da quantidade de fé que os israelitas tinham quando olhavam para a serpente no deserto, esperando ser curados do veneno em seus corpos. Da mesma forma, quando percebemos que temos o veneno do pecado em nossos corpos e olhamos para Jesus, que também foi levantado, confiando que Ele nos curará, seremos curados. É assim que somos justificados aos olhos de Deus. Porém, isso é apenas o começo da nossa nova vida. Ser justificado aos olhos de Deus nos traz ao novo nascimento e nos faz novas criaturas (Gálatas 6:15). A partir disso, como devemos viver?

Paulo atesta o poder da nossa ressurreição em Jesus. Paulo se considerava morto para a lei porque havia sido crucificado com Cristo, o que significava que sua antiga vida havia terminado e, em certo sentido, não era mais Paulo quem vivia, mas Cristo vivia nele. Procurar ser justificado por obras é toilce (porque já somos justificados) e nos levará ao fracasso. Faz muito mais sentido andar no poder da ressurreição de Jesus.

Antes de crer em Jesus, Paulo era um pecador, distante de Deus; depois de "morrer" com Cristo, Paulo recebe uma nova vida, a vida da ressurreição de Cristo. Esta é a posição de todos os crentes: estávamos mortos, mas agora somos chamados a viver como Cristo, pois todos vós que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo (3:27).

Paulo expõe mais sobre isso: A vida que agora vivo na carne eu vivo pela fé no Filho de Deus. Novamente, ao condenar a hipocrisia de Pedro, Paulo explica que, embora Pedro tivesse voltado a se preocupar em obedecer à lei, a vida que Paulo vivia era pela fé em Jesus. Este era o tema do Evangelho de Paulo. Na carta aos Romanos, ele escreve: Porque nela a justiça de Deus é revelada da fé para a fé, como está escrito: "Mas o justo viverá pela fé". (Romanos 1:17). Nossa nova vida em Cristo começa com a fé e continua com a fé. A lei não desempenha papel algum em nos dar o poder de viver uma vida ressurreta através da fé.

Paulo vivia esta nova vida pela fé em Jesus, que amou e se entregou por Paulo. Portanto, Paulo não anulava a graça de Deus, nem a ignorava ou a rejeitava. A graça de Deus é o fundamento da nossa fé. Não merecíamos Seu favor. Deus concede Sua graça, ou favor, gratuitamente a todos os que crêem, tanto judeus quanto gentios. Paulo abraçou a graça de Deus, o que significava, por implicação, que as "autoridades" judaicas e os seguidores da lei ignoravam a graça de Deus. Em vez de descansarem no amor de Jesus, eles procuravam ser justificados.

Paulo apresenta este ponto com uma observação final incrivelmente clara: Se a justiça vem através da Lei, então Cristo morreu desnecessariamente. Se podemos ser justificados diante de Deus obedecendo à lei, não houve razão absolutamente alguma para Jesus morrer por nossos pecados. Porém, todo o fundamento da nossa fé é a morte e ressurreição de Jesus ao sermos justificados diante de Deus e recebermos o novo nascimento. Este é o poder de vivermos a vida de ressurreição de Jesus em nossa caminhada diária de fé.

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