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Significado de Gálatas 2:6-10
Paulo continua seu relato no Concílio em Jerusalém, referindo-se àqueles que eram de alta reputação, deixando claro que ele, pessoalmente, não se importava com a hierarquia entre os homens, porque Deus não mostrava parcialidade. Aqueles de alta reputação diante dos homens, os anciãos e apóstolos de Jerusalém, incluíam Tiago, o meio-irmão de Jesus, o ancião-chefe da igreja de Jerusalém e, provavelmente, o autor do livro de Tiago. Também incluía os apóstolos de Jesus, Pedro e João. Não há nomes superiores no Cristianismo. Porém, para Paulo, apesar de sua posição elevada, esses importantes líderes não contribuíram em nada. Eles não o instruíram nem corrigiram seu Evangelho. O Evangelho de Paulo, recebido diretamente de Jesus, foi plenamente confirmado.
Depois de explicar seus ensinamentos aos presbíteros de Jerusalém (Gálatas 2:2), eles não tiveram nada a acrescentar ao que Paulo havia dito. Eles estavam de acordo. Atos foi escrito por Lucas, um aliado e parceiro de ministério de Paulo. Parte da motivação de Lucas em escrever o Evangelho de Lucas e o Livro de Atos pode ter sido para ajudar a consolidar a autoridade de Paulo como apóstolo e sua autoridade no Evangelho.
Lucas relata a declaração de Pedro no Concílio de Jerusalém, afirmando completamente o Evangelho da graça ao qual Paulo pregava: "Depois de muito debate, Pedro levantou-se e disse-lhes: 'Irmãos, vocês sabem que nos primeiros dias Deus fez uma escolha entre vocês para que, pela minha boca, os gentios ouvissem a palavra do evangelho e acreditassem. E Deus, que conhece o coração, testificou a eles dando-lhes o Espírito Santo, assim como também fez conosco; e Ele não fez distinção entre nós e eles, purificando seus corações pela fé. Ora, pois, por que colocais Deus à prova, pondo sobre o pescoço dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós fomos capazes de suportar? Mas cremos que somos salvos pela graça do Senhor Jesus, da mesma forma que eles também são'" (Atos 15:7-11).
Nesta declaração ao Concílio de Jerusalém, Pedro afirma a mensagem de Paulo de que as regras religiosas judaicas não tinham nenhum benefício na salvação dos gentios. Seus corações haviam sido purificados pela fé e tanto os judeus quanto os gentios eram "salvos pela graça do Senhor Jesus". Além disso, Deus deixa claro que havia purificado seus corações ao dar-lhes o Espírito Santo sem a circuncisão ou sem seguirem a regras. “Colocar sobre o pescoço dos discípulos um jugo que nem nossos pais nem nós fomos capazes de suportar" referia-se à realidade de que as regras judaicas não funcionavam de forma alguma. Assim, insistir que os gentios também seguissem a tais regras que não funcionavam, era "colocar Deus à prova".
As autoridades de Jerusalém não ficaram ao lado dos opositores de Paulo em Antioquia. Pelo contrário, os anciãos de Jerusalém viram, corretamente, que a Paulo havia sido confiado o Evangelho aos incircuncisos. Paulo havia operado em seu ministério independente daqueles homens. Tiago era meio-irmão de Jesus (1:19); Pedro serviu de perto com Jesus durante Seu ministério e foi fundamental no crescimento de Sua igreja (Mateus 16:18); João era o discípulo a quem Jesus amava, o autor do Evangelho de João (João 21:24). Esses homens haviam estado intimamente ligados a Jesus, servido e sofrido ao lado Dele.
Paulo, no entanto, passou a ter fé em Jesus depois que Ele voltou ao Céu. Paulo foi confrontado por Jesus no caminho de Damasco (1:16). Paulo apenas conheceu a Pedro (também chamado de Cefas) e a Tiago algumas semanas após sua conversão (1:18-19), antes de passar quatorze anos separado deles, pregando o Evangelho que havia recebido de Cristo. No entanto, apesar dessas divisões de tempo e espaço, houve unidade no Concílio de Jerusalém em relação ao Evangelho, pelo menos por enquanto. Essa unidade, porém, não duraria muito.
Os apóstolos no Concílio de Jerusalém estavam de acordo que a missão de Paulo, dada por Deus, era a de ir aos gentios para pregar sobre Jesus aos incircuncisos. Os apóstolos reconheceram a graça que havia sido dada a Paulo. Aquele era um homem através do qual Deus estava trabalhando para trazer a salvação aos gentios. O Evangelho lhe fora dado diretamente por Jesus (1:12).
Assim, Tiago e Cefas e João, os pilares e líderes da igreja de Jerusalém, estendem a Paulo e seus companheiros a mão direita da comunhão. Neste ponto, aqueles homens estavam em acordo, ensinando o mesmo Evangelho, defendendo a fé em Jesus e em Sua graça, descartando a idéia de que os gentios precisariam seguir à lei ou ser circuncidados para serem salvos. Os apóstolos em Jerusalém endossaram o trabalho missionário de Paulo junto aos povos não-judeus e permaneceram comprometidos em ensinar o Evangelho aos judeus: Poderíamos ir aos gentios e eles aos circuncidados.
A única coisa que os apóstolos pedem a Paulo é que ele se lembrasse dos pobres, o que já estava na mente de Paulo, ou seja, ele estava ansioso para fazê-lo. Vemos isso em Atos 11, onde um crente chamado Ágabo profetiza com precisão uma fome, de modo que os crentes gentios em Antioquia arrecadam dinheiro para enviar aos cristãos judeus por meio de Paulo e Barnabé: "Então os discípulos determinaram, cada um de acordo com sua capacidade, enviar alívio aos irmãos que viviam na Judeia. E assim o fizeram, enviando-o aos anciãos pela mão de Barnabé e Saulo" (Atos 11:29-30).
No entanto, a unidade do Concílio de Jerusalém não pareceu durar muito tempo. Não sabemos como isso se desenrolou, mas podemos imaginar que os fariseus que haviam perdido a discussão no Concílio de Jerusalém começaram a trabalhar para minar a decisão que havia sido tomada. Eles devem ter sido bastante persuasivos, porque depois de pouco tempo, quando o apóstolo Pedro veio visitar Antioquia, onde Paulo pregava, Paulo teve de confrontar a Pedro por não ser fiel às palavras que ele próprio havia proferido no Concílio em Jerusalém.