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Significado de Hebreus 1:1-2
Os estudiosos discordam sobre quem escreveu essa carta, já que o autor não é identificado. Muitos consideram Paulo como o autor; no entanto, outros autores também são sugeridos. Há muitos argumentos a serem feitos para a autoria de Paulo. Várias seções de versículos da carta têm frases muito semelhantes a outras cartas paulinas. Os estudiosos apontam para as seguintes comparações com versículos em Hebreus e outras cartas de Paulo:
A carta pode ter sido escrita enquanto Paulo estava preso em Roma. Com base em Hebreus 13:24 e esta carta provavelmente foi escrita na Itália, o que apoia a autoria de Paulo. O autor também menciona Timóteo (13:23), um companheiro próximo de Paulo. É certamente possível que Paulo tenha escrito esta carta e, de muitas maneiras, isso parece bastante provável. Reconhecemos não saber ao certo quem é o autor, mas por uma questão de simplicidade, este comentário se referirá ao autor como Paulo.
A identidade específica do público original de Hebreus também é desconhecida. Com base em comentários ao longo do livro sobre ocorrências e características do público, parece que a carta foi escrita para uma comunidade específica com a qual Paulo estava familiarizado. A carta deixa claro que os destinatários originais eram considerados por Paulo como judeus que criam em Jesus como seu Messias. É importante lembrar que os crentes judeus não deixaram de ser judeus e continuaram a seguir às práticas judaicas.
Atos 15 registra uma decisão vital na igreja cristã primitiva. Paulo, Pedro e outros líderes da época se reuniram em Jerusalém para discutir a questão das diferenças entre judeus e gentios. Um grupo de judeus alegava que, para serem justos diante de Deus, os gentios precisavam seguir à lei. Pedro corajosamente proclamou neste concílio que a salvação de Deus havia chegado aos gentios e aos judeus da mesma maneira, pela fé. Ele também apontou que ninguém era capaz de cumprir toda a lei e o fardo de seguir as práticas religiosas judaicas não deveria ser colocado sobre os gentios. O concílio concordou que os judeus poderiam continuar seguindo à circuncisão e às regras da lei, mas os gentios não deveriam ser obrigados a segui-las. Os crentes gentios são convidados apenas a se lembrar dos pobres e abster-se de certas práticas alimentares que dificultariam sua comunhão com os judeus crentes.
Paulo não escreveu esta carta a seus companheiros hebreus para ordenar que interrompessem as práticas do judaísmo. De fato, durante todo o seu ministério, o próprio Paulo manteve as práticas judaicas. Isso pode ser visto em Atos 28:17, quando o apóstolo chega a Roma. Ele chama os "líderes dos judeus" e diz a eles que não fez “nada contra nosso povo ou contra os costumes de nossos pais". Esta declaração ocorre no final do ministério de Paulo em Roma, talvez pouco antes de ele escrever esta carta a seus amigos judeus. Isso demonstra seu amor contínuo por seus companheiros judeus, bem como o quão fielmente ele honrava o acordo estabelecido em Atos 15.
Paulo honrava os costumes judaicos enquanto insistia vigorosamente que os gentios não deveriam adotar a tais costumes como necessidade para a justiça, mas deveriam viver pela fé. Paulo escreveu esta carta a um grupo de amigos judeus crentes pedindo-lhes que permanecessem fortes em sua fé e buscassem obedecer a Cristo. A prática religiosa é boa, desde que não substitua uma caminhada de fé. Paulo estava claramente preocupado que seus amigos judeus crentes deixassem de se concentrar na caminhada de fé e, em vez disso, se concentrassem em seus costumes judaicos.
Também é importante notar que a audiência de Hebreus era um grupo de crentes, o que significa que eles criam na obra de Cristo na cruz para sua salvação e eram justificados diante de Deus. Fica claro que esse grupo de judeus era crente porque, ao longo da carta, Paulo continuamente se refere a eles como irmãos, encorajando-os e repreendendo-os a permanecerem fortes em sua fé. Não faria sentido escrever uma carta motivando o público a permanecer forte em sua fé, manter-se firme até o fim e ter esperança se eles não confiassem em Cristo e tivessem sido justificados diante de Deus.
A salvação, ou libertação, da qual fala em Hebreus não tem, na maioria das vezes, nada a ver com ser liberto do inferno e ir para o céu pelo novo nascimento na família de Deus. Os destinatários do livro já eram crentes. Trata-se, portanto, da libertação do peso do pecado em sua caminhada diária que poderia impedi-los de cumprir a missão para a qual Deus os havia chamado como Seus filhos, a mesma missão seguida por Jesus e à qual Ele nos exorta a seguir. Surpreendentemente, se andarmos neste caminho, compartilharemos as mesmas recompensas recebidas por Jesus.
A maioria das cartas no Novo Testamento começa com alguma forma de saudação (Romanos, Gálatas, 1 & 2 Timóteo, etc.). Esta carta aos hebreus, no entanto, vai direto ao ponto: Jesus é maior que a lei e as profecias, porque Ele as cumpriu. O primeiro versículo aponta que Deus havia falado há muito tempo aos pais pelos profetas, mas tudo foi cumprido em Cristo. Deus havia falado aos judeus por meio da lei e dos profetas em muitas partes e de muitas maneiras, mas agora Ele falava por meio de Seu Filho, Jesus. Este será o tema principal ao longo do livro. Os costumes judaicos apontavam para Jesus e eram subordinados a Jesus; assim, seguir a Jesus deve sempre ter prioridade sobre a obediência a regras religiosas.
Jesus não era apenas o cumprimento da lei e das profecias; Ele também era o herdeiro de todas as coisas e aquele por meio do qual Deus fez o mundo (Mateus 5:17, Hebreus 1:2). O livro fala muito a respeito da herança de Cristo e o que ela significa para os crentes. Como o público era judeu, eles estavam muito familiarizados com a lei e os profetas. Esta é uma das razões pelas quais Paulo cita as Escrituras extensivamente nesta carta. Paulo aponta para seu público judeu que, pelo fato de tanto a lei quanto os profetas apontarem para Cristo, eles deveriam ouvi-Lo. Jesus é o ponto principal da Bíblia, não as regras e os costumes.