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Jó 38:12-15 explicação

Jó 38:12-15 destaca que somente Aquele que comanda a aurora pode verdadeiramente governar a ordem moral e física. Deus é o doador da luz, o Juiz justo.

Em Jó 38:12-15, Deus continua a “sessão de treinamento” com Jó, deixando claro o quão pouco ele entende da criação — neste caso, em relação à órbita do sol. Jó havia pedido para ser ouvido por Deus, a fim de apresentar sua perspectiva, esperando que Ele mudasse de rumo (Jó 23:3-7). Em vez disso, Deus deixa claro para Jó que é o oposto: Jó precisa mais da perspectiva de Deus. Deus agora pergunta: “Porventura, alguma vez na tua vida deste ordens à manhã e mostraste à aurora o seu lugar” (v. 12).

Ao evocar a imagem da manhã e do amanhecer, Deus aponta para um fenômeno que ocorre diariamente, sem falha, ressaltando que Jó não tem capacidade de controlar os ritmos naturais. Todos os dias, o sol nasce, e Deus questiona se Jó alguma vez desempenhou um papel nesse evento diário. A resposta, é claro, é "não". O nascer do sol a cada dia é, na verdade, um milagre completo. O fato de o considerarmos comum apenas demonstra o quanto pouco compreendemos e subestimamos a fidelidade do nosso Criador.

O Senhor então expande Sua descrição do nascer do sol, perguntando a Jó se ele pode fazer a aurora surgir, para que pegasse nos limites da terra, e deles os ímpios fossem sacudidos? (v. 13).

A frase "para que pegasse nos limites da terra" traduz uma única palavra hebraica, "ahaz" a ideia é preencher, estender—se até a borda. Quando o sol nasce, não há lugar que se esconda de sua luz. Os ímpios se aproveitam das trevas para prosperar. Quando o sol nasce, eles são arrancados das trevas e forçados à luz, quer queiram ou não, isso porque Deus ordenou as coisas de tal forma que o nascer do sol é uma inevitabilidade inescapável. E é algo com que Jó nunca teve qualquer envolvimento em sua vida.

Em seguida, Deus descreve como, quando o sol nasce, A terra se transforma como o barro que é estampado; e todas as coisas se apresentam como um vestido (v. 14).

Nas culturas antigas, os selos eram usados para imprimir marcas distintivas em argila ou cera, funcionando como uma assinatura que transmitia propriedade ou domínio. Nesta passagem, a imagem transmite a ideia de que o amanhecer instituído por Deus remodela a Terra a cada novo dia. Assim como um selo recém—cunhado transforma um pedaço de argila sem forma, a luz da manhã cobre a paisagem e revela as formas, as cores e os limites que Ele projetou. Dessa forma, o nascer do sol pode ser entendido como um lembrete contínuo do poder criador e do domínio de Deus sobre todas as coisas.

No contexto do diálogo de Deus com Jó, este é um ponto crucial, visto que a principal mensagem que Ele transmite ao seu servo é que não apenas criou o universo, mas o governa a cada dia. Essa simples observação deveria tornar óbvio para Jó, que era muito sábio para um ser humano, que Deus não precisa de sua perspectiva para agir com perfeito juízo em todas as coisas. A frase "E eles se apresentam como um vestido " parece descrever a superfície da Terra revelando—se à luz da manhã, tal como uma vestimenta em alguém que sai vestido. A ideia sugere que Deus reveste a Terra a cada dia com a mesma solicitude com que uma mãe veste seu recém—nascido.

Finalmente, o Senhor conclui esta seção do Seu julgamento por Jó proclamando que "e dos iníquos é retirada a sua luz, e quebra—se o braço levantado" (v. 15). Aqui, Deus contrasta a vida justa à luz do dia com as trevas em que os ímpios operam. O braço erguido simboliza o orgulho e o desafio dos malfeitores contra Deus. Deus frustra o mal quebrando o seu poder, quando o seu braço erguido é quebrado. Assim como Deus traz a luz do dia com o amanhecer, Ele também purifica a terra com a luz da Sua justiça.

Isso reforça o Seu compromisso com a justiça. O mal pode prosperar por um tempo, mas, no fim, toda pessoa enfrentará o julgamento divino (Romanos 2:5-6) e, embora nos pareça que Deus está demorando para corrigir as coisas, para Ele mil anos são como um dia; pois, no tempo determinado, Ele restaurará a terra (2 Pedro 3:9, 13).

Isso também implica que, a qualquer momento e em todos os momentos, Deus sabe quem está fazendo o quê. Ele sabe quem é justo e quem é mau. Ele não precisa que ninguém o informe; Ele sabe. Deus continua a enfatizar para Jó (e para nós) que Ele já conhece a nossa perspectiva; o que precisamos é da perspectiva d'Ele, a visão de um Deus infinito que não só é onisciente, mas também onipresente e totalmente bom.

Num contexto bíblico mais amplo, esta passagem antecipa a luz e a orientação que o próprio Deus provê, culminando no envio de Jesus Cristo ao mundo para ser a sua luz (ver João 1:4-5).

Jesus estava no princípio e criou todas as coisas; ele também veio ao mundo como um ser humano para iluminar um mundo mergulhado em trevas.

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