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Significado de Jonas 4:9-11

Deus pergunta a Jonas se era apropriado ter raiva de uma planta. Jonas afirma ter todos os motivos para se irritar, até a morte. Deus o repreende por ter mais simpatia por uma planta que ele não havia plantado nem cultivado do que pelas almas dos ninivitas.

Deus cria uma planta sobre a cabeça de Jonas para fornecer-lhe sombra. Jonas ficou feliz por ser protegido do calor intenso. Porém, quando Deus fez com que um verme matasse a planta, deixando Jonas no calor, o profeta desejou que morrer (v. 8). Deus estava dando uma lição objetiva a Jonas. O SENHOR, agora, intervém com uma pergunta:  Tens boas razões para ficar com raiva da planta?

Vale a pena notar aqui que Deus estava falando diretamente a Jonas e isso não parecia anormal a ele. Isso parecia ser algo comum e típico para o profeta. Para os crentes do Novo Testamento, vale a pena considerar que o Espírito Santo de Deus habita dentro de nós e está sempre falando (Romanos 8:14-16). Portanto, podemos tomar instruções para nós mesmos a partir dessa interação entre Deus e Jonas, onde Deus exorta o profeta a confiar que Ele sabia o que era melhor para ele, convidando-o a escolher uma perspectiva verdadeira, uma perspectiva do ponto de vista de Deus.

Jonas ficou furioso porque Deus poupou aos ninivitas. Deus perguntou-lhe se era apropriado que ele ficasse com raiva (4:3). Ao fazer isso, Deus estava instruindo a Jonas a escolher uma perspectiva diferente, uma perspectiva do ponto de vista de Deus, uma perspectiva verdadeira. O profeta não dá uma resposta para a pergunta de Deus. Assim, novamente, Deus lhe faz uma pergunta semelhante, o que antecipa uma resposta negativa. No entanto, Jonas responde arrogantemente de forma afirmativa, dizendo: Eu tenho boas razões para estar com raiva, até a morte.

Tendo ouvido a resposta de Jonas, o SENHOR aproveita a oportunidade para mostrar-lhe a aplicação das lições objetivas. Ele diz: Tiveste compaixão da planta para a qual não trabalhaste e que não fizeste crescer. A palavra “compaixão” geralmente se refere à emoção de simpatia que alguém manifesta para com outra pessoa. Às vezes, no entanto, a palavra descreve a simpatia de alguém por algo, como bens materiais (Gênesis 45:20).

O SENHOR usa o termo “compaixão” para revelar o coração dividido de Jonas. Jonas não tinha motivos para se zangar com a perda da planta, porque nada fez para produzi-la, nada fez para cultivá-la e nada fez para salvá-la. Deus fez com que a planta crescesse para fornecer sombra extra para Jonas. Era um presente dado por Deus. Pelo poder de Deus, a planta surgiu da noite para o dia e pereceu da noite para o dia. Portanto, o profeta não havia tido participação naquilo e não tinha o direito de se zangar com aquilo. Deus, não Jonas, havia criado a planta e depois a fez secar.

Uma perspectiva adequada teria sido expressar gratidão pelo tempo em que ele conseguiu desfrutar do presente de Deus. Em vez disso, Jonas se tornou arrogante e, agora, ele expressa sua raiva porque suas expectativas de circunstâncias confortáveis não estavam sendo atendidas.

O SENHOR, então, dá a Jonas uma lição objetiva. Ele compara a planta a Nínive ao confrontar Jonas com uma pergunta impactante. Ele diz: Não devo ter compaixão de Nínive, a grande cidade em que há mais de 120.000 pessoas que não sabem a diferença entre sua mão direita e esquerda, bem como muitos animais? A resposta para a pergunta é "Sim". Se Jonas sentia simpatia pela perda de uma planta que não cultivara, quanto mais Deus deveria mostrar simpatia por Nínive, uma cidade cheia de pessoas criadas à Sua imagem?

A cidade chamada Nínive era a capital do poderoso império da Assíria. Ficava na margem oriental do rio Tigre. Hoje Nínive é Tel-Kuyunjik, localizada no rio Tigre, acima do Golfo Pérsico, no norte do Iraque, cerca de 500 quilômetros da Babilônia.

Deus diz a Jonas que Nínive era uma grande cidade. De acordo com os antigos padrões do Oriente Próximo, Nínive era uma cidade fabulosa. Para confirmar o tamanho de Nínive e sua necessidade de compaixão, Deus diz que havia mais de 120.000 pessoas nela que não sabiam a diferença entre sua mão direita e esquerda.

Isso poderia significar que havia uma população total de 120.000 pessoas e elas estavam vivendo em ignorância moral. Embora fossem responsáveis por suas ações perversas, elas não tinham a revelação especial de Deus pela qual pudessem determinar Sua vontade. Era por isso que Deus havia enviado Jonas para lá, para proclamar Sua vontade e para dar a eles a chance de se arrepender ou cair sob o julgamento de Deus.

No entanto, como Nínive era a capital do grande império assírio (Jonas 3:3), parecia mais provável que Deus estivesse dizendo que havia 120.000 crianças e jovens em Nínive que não sabiam ainda a diferença entre sua mão direita e esquerda. Isso mostra o conhecimento íntimo que Deus tinha da cidade pagã e Seu cuidado para com a vida dos inocentes.

Além das crianças inocentes que viviam em Nínive, havia também muitos animais. Se Jonas não pudesse ter compaixão dos adultos que poderiam pegar em armas contra Israel, ele poderia pelo menos ter compaixão das crianças inocentes e dos animais? Deus teve compaixão de todas as pessoas e estava dando a seguinte lição aqui: "Você teve compaixão de uma planta! Você pode ter compaixão de crianças e animais?" Deus parece estar tentando ajudar Jonas a ver as necessidades dos outros, em vez de apenas se concentrar em si mesmo.

Deus desejava enviar Seu profeta a Nínive para revelar Sua vontade ao povo para que eles não perecessem. Por esta razão, Deus repreendeu ao profeta por ter mais preocupação com a planta do que com as almas dos ninivitas, particularmente as crianças e animais inocentes.

O livro de Jonas termina abruptamente com uma pergunta de Deus a Jonas, indicando que o profeta entendeu a lição. Podemos inferir que Jonas a compreendeu pelo fato de este livro ter sido escrito - não parece haver nenhuma outra testemunha que pudesse ter escrito este livro além do próprio Jonas. No entanto, Jonas não registra sua reação. Talvez porque desejasse que o leitor se colocasse no lugar dele e se fizesse a mesma pergunta: "Tenho compaixão dos outros, particularmente dos inocentes?" O Novo Testamento adverte os crentes a não permitir que a experiência da iniquidade deixe seu amor esfriar (Mateus 24:12-13; Apocalipse 2:4-5). Essa experiência de Jonas nos permite considerar nossos próprios corações e escolher uma perspectiva de amor ao próximo, independentemente de seus comportamentos.

Deus usou a planta como lição objetiva para corrigir a falta de compaixão de Jonas por Nínive. Ao fazer isso, Ele também revelou Seu amor e compaixão por todas as nações. Jesus morreu por todos os pecados do mundo (João 3:16; Colossenses 2:14). Embora Nínive fosse uma nação pagã, Deus não queria que o povo perecesse em seus pecados. Então, Ele enviou o profeta Jonas para revelar Sua vontade e oferecer-lhes uma oportunidade de se arrepender. Quando o profeta advertiu ao povo sobre o julgamento de Deus, eles se afastaram de seus maus caminhos. Deus teve misericórdia deles porque Ele era "gracioso, compassivo, lento para se irritar e abundante em bondade" (Jonas 4:2). Que todos os que leem este livro experimentem o amor e a compaixão graciosos de Deus, como Jonas e os ninivitas experimentaram!

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