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Significado de Lucas 16:18
Este ensinamento pode ser encontrado em Mateus 5:32 e Mateus 19:9.
Ao confrontar os fariseus por sua justiça própria, seu amor pelo dinheiro e apontar a loucura de sua zombaria das leis infalíveis de Deus, Jesus usa suas posições sobre casamento e divórcio como exemplos.
À primeira vista, a colocação deste ensinamento sobre o divórcio em meio a uma conversa sobre dinheiro e a lei de Deus pode parecer um tópico não relacionado, mas é bastante relevante como ilustração da abordagem legalista de autojustificação dos fariseus.
Lucas registra que Jesus diz aos fariseus: Todo aquele que se divorcia de sua esposa e se casa com outra comete adultério, e aquele que se casa com alguém divorciado de um marido comete adultério.
É possível que o registro de Lucas seja um resumo muito condensado do que Jesus disse. Mateus 19:3-9 é um diálogo mais completo de Jesus e dos fariseus discutindo sobre o divórcio. Em Lucas, lemos uma versão simplificada dessa conversa; ou, pode ser que tal diálogo tenha sido uma conversa separada. De qualquer forma, vale a pena considerar que Jesus diz mais sobre o divórcio do que o que está registrado aqui por Lucas.
Este comentário se concentra no registro de Lucas sobre o ensino de Jesus a respeito do divórcio no fluxo desse confronto particular com os fariseus. Se você deseja ler um relato mais completo do que Jesus ensinou sobre divórcio e casamento, recomendamos que leia os comentários de Mateus 5:31-32; 19:3-9; e 19:10-12.
A palavra que Jesus usou para o “divórcio” neste versículo são derivadas de "apoluo". Significa "mandar embora". Jesus ensina que todo aquele que mandasse sua esposa embora e se casasse com outra cometeria adultério, e aquele que aquele que se casasse com uma mulher mandada embora cometeria adultério.
Ao dizer isso, Jesus parece estar fechando uma brecha fabricada e explorada pelos fariseus em relação à Lei de Deus, que não falhava nem era manipulada (Lucas 16:17).
Moisés ordenou em Deuteronômio 24:1-2 que sempre que um homem mandasse sua esposa embora, ele deveria dar-lhe uma certidão de divórcio que a tornasse elegível para se casar novamente. Este comando foi dado como proteção para as mulheres. Naquela época, as mulheres dependiam da força masculina para proteção e mão-de-obra, para cuidar das plantações e para a provisão básica da vida. O casamento e a família forneciam essa proteção. Se um homem simplesmente dispensasse e mandasse sua esposa embora, ela ficaria desamparada e seria incapaz de se casar novamente sem uma certidão de divórcio. Mesmo rejeitada, ela ainda era legalmente casada com o marido. Porém, se ele lhe desse uma certidão de divórcio quando a mandasse embora, ela poderia demonstrar que era elegível para um novo casamento.
Porém, os homens, corruptos que são, exploravam até mesmo essa proteção. Eles se divorciavam de suas esposas, não porque suas esposas tivessem sido infiéis, mas por qualquer motivo. Entre os fariseus, parecia não haver limite para quantas esposas eles podiam ter. Se um homem quisesse uma nova esposa, ele poderia mandar sua esposa embora e se divorciar dela. Portanto, se um homem na cultura judaica antiga quisesse uma esposa diferente (e não pudesse arcar com o custo de duas) ele poderia mandar sua esposa embora (apoluo - divórcio) e justificar seu comportamento, desde que lhe desse uma certidão de divórcio (a palavra grega para "certificado de divórcio" é "Apostaseeon").
Tais ações violavam a essência da Lei de Deus e zombavam dela. Isso foi tão longe que a própria Lei havia virado chacota. Jesus aponta essa hipocrisia no Sermão da Montanha:
"Foi dito: 'Quem mandar sua esposa embora, que lhe dê uma certidão de divórcio', mas eu vos digo que todo aquele que se divorcia de sua esposa, exceto por motivo de falta de castidade, a faz cometer adultério; e quem se casa com uma mulher divorciada comete adultério" (Mateus 5:31-32)
Jesus fechou essa brecha. O adultério era o único motivo biblicamente aceitável para mandar sua esposa embora e se divorciar dela.
Jesus afirma, ainda, que quem se casasse com uma mulher mandada embora pelo marido sem uma certidão de divórcio cometeria adultério. Dada a implicação comum dos fariseus se divorciarem das esposas, como se trocassem por um novo veículo, a declaração de Jesus aqui implicaria os fariseus como culpados de cometer adultério. O adultério era proibido no sétimo dos Dez Mandamentos.
A observação de Jesus sobre o divórcio se encaixa naturalmente dentro desta conversa com os fariseus. Ela mostra a natureza grotesca de sua autojustificação. Eles alegavam ser escrupulosamente religiosos, enquanto na verdade eram grosseiramente imorais.
Pouco antes da observação de Jesus sobre o divórcio, os fariseus haviam zombado de Seus ensinamentos sobre a Lei no que dizia respeito ao dinheiro (Lucas 16:1-14). Jesus os repreende e os lembra de que a lei de Deus era perfeita e duradoura (Lucas 16:17), enquanto as autojustificações dos homens eram detestáveis (Lucas 16:15). Ao mencionar a brecha do casamento e do divórcio fabricada por sua autojustificação, Jesus expôs o exemplo de como os fariseus justificavam comportamentos totalmente detestáveis aos olhos de Deus.
Em seguida, Jesus lhes conta uma parábola que revela a miopia de seus comportamentos, mostrando-lhes as consequências negativas de suas decisões pecaminosas, algo que geraria grandes sofrimentos na próxima vida (Lucas 16:19-31).