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Significado de Filipenses 1:12-18a

Apesar de estar preso em Roma, o ministério de Paulo aumenta. Ele se torna conhecido dos guardas do imperador e prega o Evangelho a eles. Os crentes em Roma tornaram-se mais corajosos na partilha da sua fé. Porém, havia alguns que pregavam a Cristo para ganhar status entre os crentes; como Paulo estava preso, eles acreditavam ter uma oportunidade de ganhar influência na igreja. Porém, Paulo fica feliz que o Evangelho é pregado, fosse por motivo puro ou egoísta.

Paulo, agora, deixa a parte introdutória de sua carta e traz algumas novidades. Ele escreve esta carta da prisão em Roma. Ele passaria dois anos em prisão domiciliar, aguardando o julgamento de seu recurso diante do César (Atos 28:30). Sem dúvida, os crentes em Filipos tinham grande preocupação com o seu bem-estar; eles haviam chegado à fé sob seu ministério, sendo a única igreja a participar com ele financeiramente (Filipenses 4:15). Paulo, agora, traz uma boa notícia: Quero, porém, irmãos, que conheçais que as coisas que me aconteceram têm, antes, contribuído para o progresso do Evangelho.

Consistente com sua mensagem geral, Paulo não expressa preocupação com seu próprio conforto. Sua principal preocupação é com a missão à qual servia. Ele estava feliz que sua prisão tivesse resultado no avanço do Evangelho. A prisão de Paulo pela causa de Cristo tornara-se bem conhecida por toda a guarda pretoriana. Durante este período, a guarda pretoriana era como o Serviço Secreto americano. Eles eram o grupo de elite de soldados que protegia ao César. Eles também eram conhecidos por terem derrubado imperadores, bem como por tê-los instalado. Eles eram, portanto, altamente influentes em Roma. Paulo não diz quantos da guarda pretoriana se tornaram crentes, apenas que a causa de Cristo se tornara bem conhecida a eles.

Paulo faz uma observação especial sobre a guarda pretoriana, mas também observa que sua prisão pela causa de Cristo se tornara conhecida por todos os outros. Parece que o ministério de Paulo em Roma, através de sua prisão domiciliar, havia se tornado um avanço muito bem-sucedido ao Evangelho. Deus havia trabalhado a partir de uma situação ruim. Paulo fora acusado injustamente e realmente não deveria ter recorrido a César em primeiro lugar (Atos 28:19-20). Porém, Deus trabalhou isso para o bem.

Outro resultado positivo da prisão de Paulo em Roma foi que a maioria dos irmãos, confiando no Senhor por causa de sua prisão, passaram a ter muito mais coragem de falar a palavra de Deus. Já havia uma igreja em Roma antes da chegada de Paulo. Na epístola de Paulo aos Romanos, ele escreve que sua fé estava "sendo proclamada em todo o mundo" (Romanos 1:8). Paulo deixa claro nesta epístola que ainda não havia estado em Roma. Parece claro que Priscila e Áquila tiveram muito a ver com a fundação da igreja em Roma. Eles foram colaboradores com Paulo, levados pelo apóstolo ao conhecimento de Jesus enquanto eram refugiados da perseguição sob o imperador Cláudio, que os levara a fugir de Roma por um tempo (Atos 18:2; Romanos 16:3).

Era provável que Paulo pudesse se conectar diretamente a uma rede de crentes em Roma após sua chegada e prisão. Por causa da mensagem e conduta de Paulo, os irmãos em Roma se fortaleceram em sua fé e tiveram muito mais coragem de falar a palavra de Deus. Paulo transbordava em confiança de que qualquer coisa que ele perdesse nesta vida por causa de Cristo seria um grande ganho em recompensas de Jesus no Céu (como ele declarará abertamente em 3:7-8).

Em seguida, Paulo reconhece a realidade de que nem todos os que pregavam a Cristo o faziam pelos motivos apropriados. Ele afirma: Alguns, com certeza, estão pregando a Cristo até mesmo por inveja e conflito. Aqueles que pregavam por inveja e contenda o faziam por ambição egoísta e não por motivos puros. Essas pessoas pregavam o Evangelho, mas não para agradar a Cristo, como deveriam, pelo contrário. Paulo diz que esses pregadores pensavam em causar-lhe angústia na prisão. Parece que aquelas pessoas tinham inveja da autoridade de Paulo e procuravam criar competição e divisão, buscando remover Paulo de sua posição. Sua prioridade não era a de equipar as pessoas para seguirem a Jesus, mas criar seguidores para si mesmos. Seria natural que Paulo se opusesse a tais pessoas.

No entanto, Paulo parece não se importar. Paulo pergunta: Mas que importa? Ele responde à sua pergunta com a afirmação: Somente que, em todos os sentidos, seja em pretensão ou em verdade, Cristo seja proclamado; nisto me alegro. Paulo não se importava se aquelas pessoas que pregavam o Evangelho o fizessem em fingimento, esperando algum ganho terreno, desde que pregassem o Evangelho verdadeiro. Aquelas pessoas proclamavam a Cristo por ambição egoísta e não por motivos puros. Um motivo puro seria ter em mente a obediência que Jesus teve quando veio à terra. Paulo nos instrui sobre isso no capítulo 2. Jesus obedeceu a Seu Pai, sabendo que era para o Seu bem e confiava na benevolência de Seu Pai que iria recompensá-Lo abundantemente. Porém, os concorrentes de Paulo não tinham em mente agradar a Deus e alcançar as recompensas Dele. Seu motivo era uma ambição egoísta.

Em Romanos 2, Paulo contrasta as ações "egoisticamente ambiciosas" com aquelas que têm "perseverança em fazer o bem" e, ao fazê-lo, "buscam glória, honra e imortalidade" de Deus (Romanos 2:7-8). A ambição egoísta busca a glória, honra e legado do mundo. Aqueles que escolhem fazer o bem, confiando em Deus para recompensá-los, alcançarão grandes recompensas. Eles alcançarão a maior realização possível na vida. Aqueles que são "egoistamente ambiciosos" experimentarão a "ira e indignação" no julgamento de Cristo (Romanos 1:7-8). Suas obras arderão em chamas no fogo do juízo de Deus (1 Coríntios 3:11-17). Sabendo disso, Paulo não se preocupa com essas pessoas. Deus julgaria a todos. Isso não dependia de Paulo. Paulo só estava preocupado em ver o Evangelho se espalhar.

Como Paulo sabia sobre os motivos impróprios daquelas pessoas? Ele não nos diz. Porém, além de fornecer proteção ao imperador, a guarda pretoriana era também o serviço de inteligência do líder maior. Assim, pode ser que Paulo tivesse fontes que traziam informações até ele, permitindo-lhe fazer tal julgamento. Paulo diz que alguns propagadores do Evangelho pensavam em lhe causar angústia na prisão. Pelo contexto, parece que esta angústia seria gerar temor em Paulo de que aquelas pessoas tivessem tomado seu lugar, diminuindo seu status. Porém, o objetivo de Paulo não era se elevar sobre outras pessoas. Era servir a Jesus, o Senhor de todos. Contanto que a missão que Deus lhe dera de espalhar o Evangelho progredisse, ele estaria feliz.

Felizmente, alguns também pregavam o Evangelho de boa vontade. Eles o faziam por amor, sabendo que Paulo havia sido designado para a defesa do Evangelho. Algumas pessoas tinham a mesma atitude de Paulo e estavam contentes em poder trabalhar ao lado dele como colegas de chamado. Eram pessoas que reconheciam que havia todos um só corpo e apenas um Cabeça, Jesus (Efésios 5:23). Eles pregavam o Evangelho por amor. A palavra “amor” traduzida aqui é a palavra grega "ágape", que significa a escolha de beneficiar aos outros com base em valores. Talvez Paulo estivesse interpretando sua escolha de servir a Jesus como seu amor dedicado a ele, dado que tal ação o ajudava a cumprir a missão que Jesus lhe havia confiado. Se isso for verdade, Paulo diz: Nisso eu me alegro. Paulo deixa o julgamento para Deus. Ele se alegra quando a missão de espalhar o Evangelho de Jesus Cristo avança.

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