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Significado de Provérbios 6:6-11
A seção anterior do capítulo 6 incentiva a audiência de Salomão a evitar assumir responsabilidades que pertencem aos outros. Devemos ser diligentes em administrar nossas próprias responsabilidades, evitando garantir uma que pertence a outro. Devemos diligentemente evitar tentar controlar os resultados.
Nesta seção, Salomão amplia a anterior, encorajando o foco na realização de nossas próprias responsabilidades. Embora precisemos ser diligentes para evitar nos tornarmos "fiadores" das obrigações de outra pessoa, isso não significa que devemos negligenciar nossas próprias. Pelo contrário, a principal vantagem de abrir mão de tentar controlar coisas que não podemos controlar é que nos dá mais energia para lidar com nossas próprias obrigações.
Salomão começa dando um comando com um tom bastante severo: Vai ter com a formiga, ó preguiçoso (v.6).
Isso é uma continuação do apelo de Salomão para ser diligente e evitar a preguiça. Ele disse anteriormente: "Não dês sono aos teus olhos" (Provérbios 6:4). A audiência de Salomão é formada por jovens, que podem ser notoriamente preguiçosos, buscando fazer o mínimo possível. Aqui, assim como em Provérbios 6:4 e ele está tentando incentivá-los à ação. Para isso, ele os chama a pensar na formiga.
Embora as formigas sejam uma das menores criaturas, são conhecidas por sua ética de trabalho. Elas podem levantar objetos dez vezes o seu tamanho, se comunicar umas com as outras e desempenhar seus papéis com uma diligência admirável. Salomão quer que seus jovens sejam como as formigas. Então, ele os convida a considerar seus caminhos e serem sábios (v.6). Não apenas observar, mas aplicar. A sabedoria tem um elemento prático ao longo dos provérbios. "Aprender e aplicar" é o cerne da instrução de Salomão. As formigas não tentam fazer o trabalho umas das outras. Pelo contrário, elas são diligentes em cumprir seu próprio papel para o bem da colônia.
As formigas, não tendo chefe, nem superintendente, nem governador, 8faz a provisão do seu mantimento no estio e ajunta, no tempo da ceifa, o seu alimento (v.7-8). Curiosamente, as formigas não têm um líder designado. Elas não têm um chefe, nenhum oficial ou governante dizendo o que fazer. Elas têm uma rainha, mas a rainha não é realmente uma instrutora de operações. Eleas têm que trabalhar juntas para descobrir como alcançar seu objetivo.
Este é um ótimo exemplo para Salomão usar, pois nos últimos trechos ele tem falado sobre assumir a responsabilidade de nossa própria jornada. Não a jornada de outra pessoa, mas a nossa. A formiga, não tendo um chefe, é forçada a fazer isso para ser eficaz, para sobreviver e prosperar, elas não dependem de ordens, mas preparam comida e recolhem provisões, tudo por meio de um esforço auto governante e coeso.
Este exemplo da formiga é particularmente comovente para Israel, porque em sua aliança/tratado com Deus, Yahweh os direciona a viver de maneira com autogoverno. Deus é seu governante; Ele fez sua aliança diretamente com o povo. Ele deu a eles os três pilares do autogoverno: estado de direito, consentimento dos governados e propriedade privada. A essência de uma sociedade auto governante é honrar a lei de Deus e, ao fazer isso, amar os outros como amamos a nós mesmos (Mateus 22:37-39).
Respeitar a propriedade de alguém é o aspecto mais facilmente mensurável de amar o próximo como a si mesmo, a aplicação central do autogoverno. A aliança de Deus com Israel claramente estabeleceu que suas bênçãos dependiam de suas ações. Se eles agissem como as formigas, respeitando seus colegas israelitas enquanto serviam à comunidade com seus próprios dons, seriam grandemente abençoados.
Isso ocorreu por duas razões. Primeiro, Deus estabeleceu uma relação de causa e efeito no universo moral tanto quanto no físico. Os seres humanos sempre prosperam quando amam e servem uns aos outros. A segunda razão é que Deus é o soberano governante de tudo e escolhe derramar bênçãos extras sobre aqueles que seguem Seus caminhos (1 Coríntios 2:9). Um obstáculo primário para os seres humanos é a nossa natureza egoísta (Gálatas 5:13-16). Somos propensos a sermos centrados em nós mesmos, o que frequentemente se manifesta na preguiça centrada no egoísmo.
Salomão, talvez depois de considerar a propensão egoísta/preguiçosa dos humanos em comparação com as formigas, começa um lamento: Até quando, ó preguiçoso, ficarás deitado? (v. 9).
A pergunta é destinada a ser uma acusação. Ele está chamando os jovens de apáticos e complacentes: Quando te levantarás do teu sono? "Volte à vida", ele parece estar dizendo. Faça suas escolhas, administre seus recursos e pare de desperdiçar seu tempo. Viva com sabedoria. Pare de tentar se acomodar. Comece. Seja intencional. Tenha metas e objetivos, e esforce-se para alcançá-los.
Ele então faz uma citação retórica, talvez o tipo de coisa que ele ouve dos jovens, para enfatizar ainda mais o sentimento contra o qual ele está alertando: Um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para cruzar os braços em repouso. (v.10). Salomão já disse à sua audiência para fugir da tentação do mal como se estivesse sendo atacada por um caçador (Provérbios 6:5), que não há tempo a perder. As duas opções - sabedoria ou maldade - estão sempre à mão, e precisamos fazer nossa escolha.
Salomão está mostrando como a apatia pode levar ao cochilo e disso a um estilo de vida. Salomão está apontando aqui a atitude básica da apatia: "Vou primeiro me entregar e trabalhar depois". A atitude de "Um pouco não faz mal" é uma consequência de "Isso não custa muito, posso me dar ao luxo de me entregar um pouco aqui". Ambas levam à pobreza. Indulgir o desejo de gastar em vez do desejo de economizar e investir leva à pobreza financeira. Indulgeir o desejo de procrastinar em vez do desejo de trabalhar leva à pobreza de realizações.
Qual é a consequência disso? Assim, virá a tua pobreza como um salteador (v.11). A palavra hebraica para pobreza aqui ("reysh") é encontrada apenas sete vezes em toda a Escritura - e todas as sete estão no Livro de Provérbios. Sempre carrega uma conotação de perspectiva dentro de circunstâncias desagradáveis. Muitas vezes está associada à vergonha.
A palavra hebraica traduzida como salteador tem a ideia de progresso constante, como alguém que caminha, ou um rio que flui. A falta de diligência leva a um fluxo constante e implacável de pobreza.
Salomão adverte aqueles que são preguiçosos: E a tua indigência, como um homem armado (v.11). Não apenas o resultado da preguiça é um fluxo constante e implacável de pobreza, mas a sua necessidade virá até você como um homem armado. Um homem armado é agressivo e ataca, buscando arrancar ou tirar algo. Assim também é com a preguiça, ela extrai sua vida de forma agressiva e te rouba de florescer.
Então, sua necessidade (o que você não tem) virá sobre você como a tensão de um soldado armado, desesperado e violento. O surgimento da pobreza também é implacável e constante para aqueles que carecem de intencionalidade e diligência.
Resumindo, se você não for diligente, estará em apuros. Sua apatia é perigosa. Você será negligente em relação às coisas certas e excessivamente indulgente nas coisas erradas. A ruína que vem com a passividade, a indulgência e a inatividade levam à pobreza tão certamente quanto um rio flui para o mar.