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Significado de Salmos 118:2-4
O rei Davi, provável autor do salmo, repete enfaticamente a crítica verdade declarada da linha inicial desta "Hosana Hallel" por três vezes em seu coro introdutório (Salmo 118:1-4) antes de começar a descrever sua intensa "angústia" pessoal (Salmo 118:5).
O Salmo 118 começa e termina com a mesma exortação: "Dai graças ao Senhor" (Salmos 118:1a, 29a). A gratidão é a perspectiva que o salmista escolhe adotar ao longo do salmo. Ele convida seus leitores a adotá-la também. A razão pela qual o salmista nos exorta a "dar graças" é porque "o SENHOR é bom" (Salmos 118:1a, 29a). A evidência dada pelo salmista para a bondade absoluta do SENHOR é: "Sua benignidade dura para sempre " (Salmos 118:1b, 29b).
A palavra hebraica traduzida como “benignidade” é חֶסֶד (H2616). Pronuncia-se "hesed”. Pode ser traduzida como "misericórdia", "bondade", "favor", "amor inabalável" ou "lealdade". O salmista se refere a todas essas definições ao descrever a eterna "hesed"/misericórdia do Senhor. A misericórdia do SENHOR dura para sempre (é eterna) e Seu "hesed" está em todos os lugares (Salmo 34:5).
A natureza eterna da misericórdia do Senhor é o pressuposto básico de todo este salmo. É a verdade à qual o salmista se apegará em meio à angústia descrita na primeira parte do salmo. A eterna benignidade do Senhor é celebrada na segunda parte do Salmo.
Esta verdade era tão fundamental para o salmista que ele a repete três vezes imediatamente após apresentá-la:
A sua benignidade dura para sempre (v. 2b, 3b, 4b).
Outra possível razão pela qual o salmista repete a frase várias vezes neste salmo (Salmos 118:1, 2, 3, 4, 29) é porque era fácil se esquecer de que o SENHOR era bom e que Sua misericórdia era eterna, especialmente em meio à angústia (Salmo 118:5).
Antes de cada uma das repetições, o salmista exorta a um grupo diferente de pessoas a proclamar este fato maravilhoso.
O primeiro grupo que o salmista exorta é Israel:
Diga, pois, Israel: a sua benignidade dura para sempre (v. 2).
Israel refere-se à nação de Israel, o povo da aliança com Deus.
A aliança eterna do SENHOR com Israel começou com Abraão (Gênesis 12:2-3), continuou através do filho prometido de Abraão, Isaque (Gênesis 21:12, 26:3) e foi perpetuada através do segundo filho de Isaque, Jacó (mais tarde renomeado "Israel" pelo Anjo do SENHOR — Gênesis 32:28) (Gênesis 28:13-15, 35:9-12).
O SENHOR, assim, estende Sua aliança eterna aos descendentes de Israel no Monte Sinai (Êxodo 19:5-6) e o povo de Israel concorda em fazer tudo o que o SENHOR havia falado (Êxodo 19:7-8). O restante de Êxodo 19, até o capítulo 23, apresenta os detalhes da aliança eterna — incluindo os dez mandamentos — entre o SENHOR e Israel. Esta foi a resposta do povo:
"Veio Moisés e referiu ao povo todas as palavras de Jeová e todas as ordenações; todo o povo respondeu a uma voz: Faremos tudo o que Jeová tem dito" (Êxodo 24:3).
Aquela mesma geração de israelitas violou repetidamente sua aliança eterna com o Senhor.
Apesar das constantes violações de Israel à aliança eterna com o SENHOR, a bondade do SENHOR ("hesed") para com Seu povo era eterna.
O SENHOR renovou Sua aliança eterna com a próxima geração de Israel (Deuteronômio 26:16-19) e o povo de Israel mais uma vez concordou em segui-la (Deuteronômio 26:17, 27:11-26).
As gerações de israelitas mais uma vez não cumpriram sua aliança eterna com o Senhor durante todo o período dos Juízes e foram enganadas pelo rei Saul. Porém, a bondade do SENHOR ("hesed") era constante em todas as suas deficiências. Conforme afirma o apóstolo Paulo, as promessas de Deus a Israel ainda permanece, porque Seus dons são irrevogáveis (Romanos 11:29).
Neste salmo, o rei Davi, o provável autor, exorta a nação de Israel a proclamar o eterno "hesed" do Senhor para com eles.
Depois de exortar a Israel, o segundo grupo exortado pelo salmista é a casa de Arão:
Diga, pois, a casa de Arão: a sua benignidade dura para sempre (v. 3).
O segundo grupo de pessoas referido pelo salmista sai da nação de Israel para uma tribo específica dentro de Israel.
A casa de Arão é uma referência à classe sacerdotal de Israel — um subconjunto dos levitas.
Arão era irmão de Moisés e seu parceiro no êxodo do Egito. Arão é considerado como o sumo sacerdote fundador de Israel (Êxodo 28:1-43, 29:9). Como sacerdotes, a casa de Arão deveria fazer mediação entre o Senhor e Israel, administrando os sacrifícios. Suas tarefas sacerdotais estão registradas no livro de Levítico.
Os membros da casa de Arão deveriam ser os líderes espirituais de Israel. Era seu trabalho lembrar ao povo de "dar graças ao SENHOR porque Ele é bom" (Salmos 118:1, 29) e “a sua benignidade dura para sempre”. Era bom que eles proclamassem: Sua benignidade dura para sempre.
Como líderes espirituais, era bom para a casa de Arão se lembrar da eterna "hesed"/misericórdia de Deus para que continuassem pacientes e piedosos para com as pessoas às quais deveriam servir. No entanto, a própria casa de Arão não cumpriu sua aliança com o Senhor:
A partir desses exemplos, fica claro que a casa de Arão havia violado as leis que o Senhor lhes havia dado. Assim, eles precisavam dizer e proclamar sobre a bondade de Deus para que pudessem manter a perspectiva verdadeira da vida.
Ainda que a casa de Arão tenha falhado em seu papel de mordomos do Senhor, Ele permaneceu misericordioso e fiel a ela. Sua bondade para com a casa de Arão era eterna.
Mesmo que a casa de Arão tenha experimentado consequências negativas por sua desobediência, a misericórdia do Senhor permaneceu com eles.
Uma aplicação contemporânea desta exortação seria: Qualquer pessoa em posição de liderança espiritual (pastores, missionários, chefes de ministério, pais, mentores, etc.), digam: "Sua benignidade dura para sempre."
O terceiro grupo exortado pelo salmista são os que temem ao Senhor:
Digam, pois, os que temem a Jeová: A sua benignidade dura para sempre (v. 4).
Em vez de passar da nação de Israel para uma tribo específica dentro de Israel, como fez com o segundo grupo, o terceiro e último grupo de pessoas ao qual o salmista se refere expande o campo para além de Israel. Ele amplifica sua exortação a todos os que temem ao Senhor.
Este terceiro grupo incluía a nação de Israel e a casa de Arão, mas também a qualquer pessoa que temesse ao Senhor — inclusive os gentios.
Os que temem ao SENHOR são aqueles que se preocupam com a opinião do SENHOR acima de qualquer outra coisa. Consequentemente, os que temem ao SENHOR procuram obedecer aos Seus mandamentos, custe o que custar (Mateus 6:33-34).
Os que temem ao SENHOR podem seguir sem medo a Deus, porque sabem que Sua benignidade dura para sempre. Eles não precisam se preocupar com as consequências atuais — como opressão política, doença, tortura, exílio ou morte, porque têm fé de que o SENHOR recompensa aos que O buscam (Hebreus 11:6).
Eles sabem que Suas recompensas são de valor muito maior e eterno do que qualquer benefício que receberiam por não O obedecerem nesta vida (Mateus 19:28-29, Romanos 8:16, Coríntios 4:16-18, Hebreus 10:35-36, Tiago 1:12, 1 Pedro 1:6-7 , Apocalipse 3:21). Os que temem ao SENHOR buscam primeiramente ao Seu Reino e à Sua justiça (Mateus 6:33).
É bom para aqueles que temem ao SENHOR proclamarem: Sua benignidade dura para sempre porque eles precisarão dessa perspectiva diante das tentações e provações desta vida.
Falar esta verdade em voz alta, como exorta o salmista à Israel, à casa de Arão e aos que temem ao SENHOR, nem que seja apenas como lembrança, é uma maneira de encorajar aos que temem ao SENHOR, da mesma forma como Jesus, o Messias, instruiu Seus discípulos a fazer sempre que se deparassem com qualquer tribulação neste mundo (João 16:33).
Novamente, o salmista repete esta linha quatro vezes nos quatro primeiros versículos para estabelecer seu conteúdo como a verdade predominante a ser lembrada durante a "angústia" que ele descreverá a seguir.
Proclamemos esta verdade mais uma vez, antes de começarmos a considerar as profundezas da angústia descritas por ele:
Sua benignidade dura para sempre!