AaSelect font sizeSet to dark mode
AaSelect font sizeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.
Significado de Salmos 121:1-2
Os dois versículos iniciais do salmo são traduzidos na primeira pessoa do singular. O autor (anônimo) diz: Elevo os meus olhos para os montes. O anonimato aqui serve de grande alento. Alcançar uma experiência de fé viva, vibrante e prática não é algo dedicado apenas aos grandes reis que escreveram os salmos, como Davi e Salomão, mas a toda e qualquer pessoa. O salmista declara sua confiança voltada ao futuro e uma intenção proposital aqui. Seja numa das viagens do peregrino ou simplesmente no curso diário da vida, o autor deliberadamente dirige sua visão para cima: Elevo meus olhos. Esta metáfora retrata uma resposta ativa às preocupações e esperanças na mente e no espírito do salmista, dirigindo sua atenção para cima através de uma fé resoluta.
O salmista parece ter montanhas de verdade em mente; como este é um salmo de ascensão associado às festas anuais realizadas em Jerusalém, parece provável que o escritor tivesse as colinas da Judéia em torno de Jerusalém em mente aqui.
A idéia de olhar para os montes produz uma sensação de grandeza e poder natural; porém, as montanhas sobre as quais a Cidade Santa de Jerusalém está localizada apelam para o contexto da peregrinação religiosa a Jerusalém, a Cidade de Davi, e ao templo dentro da cidade, localizado no Monte Moriá. Qualquer uma das definições serve aos propósitos do salmista: havia algo muito maior do que qualquer montanha, algo que vinha do "alto" (Deuteronômio 4:39; Colossenses 3:1-3). O escritor está determinado a olhar para os lugares sagrados majestosamente colocados nas alturas. O salmista anseia por ser visto e por encontrar ao Santo de Israel.
Ele prossegue com sua intenção de olhar para o alto usando uma pergunta de natureza mais retórica do que prática: Donde há de vir o meu socorro? O contexto da pergunta sugere o que se segue imediatamente no versículo 2: seu socorro viria do Senhor. É notável observar duas percepções significativas dentro da própria questão, como insights sobre a expectativa quanto à ajuda necessária. Seria ela suficiente para que o salmista pudesse enfrentar os desafios da vida? E qual a importância da fonte dessa ajuda eficaz estar localizada no caráter de Deus?
Uma das coisas que sabemos na vida é o seguinte: sempre precisaremos de ajuda (hebraico "ezer"). Em algum momento da vidas, mesmo a pessoa mais autossuficiente dependerá de outra pessoa para um conselho, apoio, treinamento, encorajamento, companheirismo e até mesmo correção. Essa ajuda pode ser dada em necessidades puramente físicas, como um bebê que é protegido e nutrido por uma mãe carinhosa.
Da mesma forma, a ajuda pode ser direcionada para necessidades da vida associadas ao desenvolvimento pessoal ou social, como educação, vocação ou relações interpessoais. O crescimento espiritual, por exemplo, nos convida a estarmos abertos a receber ajuda de outras pessoas que já passaram tempo lidando com as questões práticas da fé. O Novo Testamento nos lembra que ajudar uns aos outros - e podemos concluir que isso se aplique a todos os aspectos da ajuda - faz parte do ethos cristão. Como Deus é nosso Ajudador, devemos espelhar ao nosso Criador; com isso, segue-se que também devemos ser ajudadores. Os seguidores de Jesus devem "carregar os fardos uns dos outros e, assim, cumprir a lei de Cristo" (Gálatas 6:2).
A questão da origem da ajuda é de extrema importância para o salmista. A pergunta retórica “de onde” é apresentada em antecipação à resposta inequívoca fornecida no versículo 2: O Senhor. Podemos facilmente imaginar uma série de cenários plausíveis em que alguém que busque ajuda não saiba de onde essa ajuda poderá vir. Não é assim com o salmista. É como se sua própria pergunta sugerisse a resposta: "Existe apenas uma única fonte de ajuda confiável, completa e justa".
O meu socorro vem de Jeová. O Criador do céu e da terra é a única fonte de ajuda na qual o salmista pode confiar acima de todas as outras. O Senhor — apresentado por Seu nome pessoal em hebraico, "Javé", significando "o Único existente". Este Deus é santo, além de todo conceito ou capacidade humana de compreensão, porém ciente de toda limitação humana. Ele é Aquele em quem o salmista deposita toda a sua esperança de ajuda. Mais do que apenas esperança, porém, esta declaração está saturada de uma fé inabalável e uma confiança imutável. É uma questão de convicção sincera: Deus, o Criador de tudo o que existe sempre cuidará daqueles a quem Ele criou, trazendo exatamente a ajuda certa no momento certo.
É notável que a raiz da palavra hebraica traduzida aqui como "ajuda" ocorra pela primeira vez nas Escrituras em Gênesis 2:18 ao descrever o propósito divino para o qual Eva foi criada:
"Então, o Senhor Deus disse: 'Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora idônea" (Gênesis 2:18).
O papel de Ajudador está enraizado no caráter de Deus.
Esta palavra de raiz hebraica é usada principalmente para descrever a natureza de Deus no Antigo Testamento. Deus afirmou que a solidão não era algo bom para o homem (Gênesis 2:18) e que a mulher seria Sua provisão para resolver a solidão de Adão, de acordo com o desígnio divino.