AaSelect font sizeSet to dark mode
AaSelect font sizeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.
Significado de Romanos 9:19-21
Paulo antecipa um argumento e diz a Seus oponentes: “Dir-me-ás, então: Por que se queixa ele ainda? Pois quem resiste à sua vontade?" (v 19).
Paulo indica que seus oponentes poderiam insinuar que Deus não poderia julgar a ningúem exatamente por ser soberano e estar no controle de tudo. Os oponentes de Paulo poderiam dizer: “Deus não pode me julgar, porque você está dizendo eu não tenho escolha alguma nesse processo; portanto, não posso ser responsabilizado por Ele” (“Quem resiste à Sua vontade?”).
Paulo responde: “Mas, antes, ó homem, quem és tu que replicas a Deus?” (v. 20). A mensagem de Paulo é clara aqui. Ele essencialmente estava dizendo: "Vamos esclarecer isso. Deus é Deus. E nós não somos." Paulo afirma ao longo de sua carta aos romanos que Deus julgaria a todos (Romanos 1:18; 2:16,; 1414:12). Deus julgaria não apenas às autoridades judaicas ou a ele próprio. Somos todos responsáveis por nossas ações diante de Deus. Ele é soberano, mas também nos deu uma escolha; e nossas escolhas são reais.
Curiosamente, Paulo novamente usa a expressão “ó, homem” para se dirigir a Seus detratores, as autoridades judaicas. Ele os repreendera no capítulo 2 com as seguintes palavras de correção:
"Tu, ó homem, que julgas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que escaparás do juízo de Deus?" (Romanos 2:3).
Paulo faz uma pergunta retórica para responder à seguinte acusação: “Se Deus está no comando de como somos feitos, se Deus é completamente soberano, então como Ele pode nos julgar?” A resposta de Paulo é: não devemos discutir com Deus: “quem és tu que replicas a Deus?” (v. 20). Nós somos criaturas; Ele é o Criador.
Paulo faz, aqui, uma analogia sobre o oleiro que molda a argila para a produção de diferentes tipos de vasos. Um é feito para um propósito especial e outro para um propósito comum: “Porventura, a coisa formada dirá a quem a formou: Por que me fizeste assim?” (v. 20).
Paulo afirma que seria uma loucura fazer uma pergunta como essa. O oleiro é quem tem a prerrogativa de fazer o que quiser com o barro. Se o oleiro faz um vaso de uma certa forma, o vaso será daquela forma. O vaso não pode perguntar ao oleiro por que ele o fez daquela maneira. Ele é e sempre será um vaso, mesmo que insista em fazer essa pergunta.
Portanto, Deus nos criou e Ele é soberano sobre nossas vidas. Deus cuida de nós (Romanos 8:28): “Porventura, não tem o oleiro poder sobre o barro para fazer da mesma massa um vaso para honra e outro para desonra?” (v. 21). Não devemos questionar ao Criador por que Ele faz as coisas como faz. Deus não tem a obrigação de nos responder.
É benéfico para nossa compreensão da Bíblia lembrar que muitos de seus princípios fundamentais são construídos sobre o paradoxo. Grande parte da nossa vida é guiada por processos gerado pelo pensamento ocidental grego, ligados a sistemas lógicos. A maneira como somos ensinados a pensar como gregos e romanos é que precisamos saber tudo. Para mais informações sobre este tema, leia nosso artigo, "Paradoxo Fundador".
Paulo usa a lógica para defender ao Evangelho, mas começa numa posição de fé calcado na Palavra de Deus, não na premissa do conhecimento humano. O livro de Eclesiastes nos diz que confiar na razão e na experiência para entender o mundo é como tentar agarrar e segurar uma névoa - é algo fútil.
Há mistérios incognoscíveis desvendados na Bíblia através da fé em Deus. Paulo usa a lógica, mas termina os capítulos 9-11 exclamando que os caminhos maravilhosos e surpreendentes de Deus são para a glória de Deus (Romanos 11:33-36). Quando começamos em Deus e na fé Nele, podemos aceitar as verdades paradoxais sem que elas sejam uma contradição, porque estão enraizadas na natureza de Deus.
O paradoxo/mistério constante na Bíblia é o de que Deus é duas coisas ao mesmo tempo. Por exemplo, Deus está dentro do tempo e fora do tempo. Deus é homem (Jesus) e espírito. Jesus é humano e também um ser transcendente. Jesus é totalmente homem e plenamente Deus (Hebreus 2:5-18).
O paradoxo em Romanos 9 é este: Deus é soberano ou Deus nos concede o livre arbítrio? A resposta é: ambas as premissas são verdadeiras. A Bíblia não começa com: "No princípio, o ser humano conheceu". Ela se inicia com a declaração: "No princípio, Deus criou".
Deus é paradoxal para nós como seres criados. Porém, Deus não é uma contradição, porque Deus é Deus. Tudo o que existe foi feito por Deus. Deus é o "Eu Sou" - Aquele que existe sem ser criado. Deus criou a todas as coisas e todas as coisas são mantidas juntas por Deus (Colossenses 1:17).
Ainda que Deus seja soberano sobre todotudo, Ele tem o direito de julgar. Da nossa parte, como criaturas, temos escolhas. Portanto, cabe a cada um de nós fazer escolhas que produzam vida, porque todas as nossas escolhas têm consequências. No entanto, podemos descansar no entendimento de que Deus está no controle dos resultados. Podemos confiar em Sua vontade soberana.