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Significado de Sofonias 1:1
O livro de Sofonias começa afirmando a credibilidade e a fonte da profecia. Ele informa ao leitor que a mensagem é a palavra do SENHOR (v. 1). O termo hebraico para “SENHOR” é Yahweh, o nome da aliança de Deus. O nome fala do relacionamento de Deus com Seu povo e significa "Aquele que Existe" (Êxodo 3:14). A expressão “palavra do SENHOR” se refere à revelação de Yahweh a Seu povo (1 Reis 6:11; 16:1). Deus falou as palavras desta profecia a um homem, revelando uma mensagem importante ao Seu povo da aliança.
Nos tempos bíblicos, Deus frequentemente revelava Sua vontade a certas pessoas que, por sua vez, deveriam transmitir a mensagem divina a outros. Por exemplo, Ele falou com Oséias, filho de Beeri (Oséias 1:1), Joel, filho de Petuel (Joel 1:1). Ele falou a Miquéias, de Moressa (Miquéias 1:1), Ele falou a Jonas, filho de Amitai (Jonas 1:1).
Em nosso contexto, essa pessoa à qual a palavra do Senhor veio era Sofonias (v. 1). Quem era ele? Quando profetizou? Quem era seu ancestral?
O nome Sofonias significa "O SENHOR escondeu." O significado do nome sugere que o SENHOR escondeu ao profeta no momento de seu nascimento para protegê-lo da perseguição durante o reinado do maligno rei Manassés de Judá. De fato, o livro de 2 Reis nos diz que Manassés era extremamente perverso — ele "derramou muito sangue inocente até encher Jerusalém de um extremo a outro" (2 Reis 21:16). Porém, Deus protegeu a Sofonias, assim como o fez a muitos outros que sobreviveram à perseguição de Manassés.
O versículo inicial contém a linhagem do profeta: Sofonias, filho de Cusi, filho de Gileade, filho de Amarias, filho de Ezequias (v. 1). Isso traça a genealogia de Sofonias até a quarta geração, a mais longa entre os profetas na Bíblia. O escritor provavelmente queria confirmar a linhagem real de Sofonias, significando que Sofonias era o bisneto de Ezequias, um rei piedoso que havia governado Judá entre 716 a.C. e 686 a.C.
O versículo inicial também diz ao leitor que Sofonias profetizou nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá. (v. 1). O rei Josias (640 a 609 a.C.) era primo de Sofonias, que também tinha sua linhagem até Ezequias, passando por Manassés e Amom.
Quando Ezequias governou como co-regente com seu pai Acaz em 729 a.C., Judá já era um estado vassalo da Assíria, pagando tributo e vivendo em subserviência àquele poderoso império. Durante esse período, Judá não experimentou progresso espiritual. Porém, quando Ezequias começou a governar independentemente de seu pai em 715 a.C., ele iniciou uma reforma religiosa na qual "removeu os altos lugares, quebrou as colunas sagradas e cortou os postes-ídolos de Aserá" (2 Reis 18:4).
Quando Ezequias morreu em 686 a.C., seu filho e sucessor, Manassés, reverteu o progresso espiritual de Judá. Ele "reconstruiu os lugares altos que Ezequias, seu pai, havia destruído, e erigiu altares para Baal e fez uma Aserá, como Acaz, rei de Israel, tinha feito, e adorou todo o exército do céu e os serviu" (2 Reis 21:3). Ele até mesmo praticou o cruel ritual do sacrifício infantil:
“Fez passar a seu filho pelo fogo, e usou de augúrios e encantamentos, e teve relações com os que tinham espíritos familiares e com os feiticeiros” (2 Reis 21:6).
Parte da maldade de Manassés pode ter sido resultado da influência da Assíria sobre ele. Quando Manassés morreu em 642 a.C., seu filho Amom o sucedeu. Amom seguiu os passos de seu pai e "fez o que era mau aos olhos do SENHOR" (2 Reis 21:20). Ele reinou por dois anos e foi assassinado por seus servos (2 Reis 21:23).
Assim, quando Josias, filho de Amom, ascendeu ao trono em 640 a.C., a esperança reapareceu em Judá. Essa esperança se tornou evidente em 627 a.C., quando o último líder da Assíria (Assurbanipal) morreu, causando um rápido declínio do Império Assírio. Aproveitando a queda da Assíria como uma oportunidade, Josias renunciou à posição de vassalo da Assíria.
A seguir, Josias iniciou uma reforma religiosa na qual eliminou a todos os altares de Baal juntamente com as imagens fundidas (2 Crônicas 34:3-7). Sofonias, que começou a profetizar por volta de 627 a.C., pode ter influenciado ao rei Josias nessa decisão, pois denunciava exatamente a situação que Josias abordava: a decadência moral e espiritual de Judá (Sofonias 1:4-9; 3:3-4).
Por volta de 621 a.C., o rei Josias decretou que o templo fosse reformado, o que resultou na descoberta do Livro da Lei (2 Crônicas 34:14). A aliança de Deus com Israel deveria ser ensinada pelos levitas e lida em sua totalidade ao povo a cada sete anos (Deuteronômio 31:9). Aparentemente, sob os reis ímpios que antecederam ao rei Josias, o melhor que os levitas puderam fazer havia sido esconder a Lei, visando preservá-la da destruição.
Quando Josias ouviu as palavras da Lei, rasgou suas vestes em luto, reconhecendo a extensão do pecado em seu reino (2 Crônicas 34:19). Ele também reconheceu que Judá havia violado sua aliança com Deus e buscou a orientação do profeta de Deus em nome de Judá. Josias reconheceu e declarou que "grande é a ira do Senhor que se derramou sobre nós, porque nossos pais não guardaram a palavra do Senhor, para fazerem tudo o que está escrito neste livro" (2 Crônicas 34:21).
A descoberta e leitura da Lei por Josias resultaram em um avivamento em Judá. Deus falou com Josias por meio da profetisa Hulda e lhe disse que adiaria o julgamento sobre Judá porque Josias havia humilhado seu coração. Sobre Josias é dito que:
“Não houve antes dele rei que lhe fosse semelhante, que se convertesse a Jeová de todo o seu coração, de toda a sua alma e de toda a sua força, conforme toda a lei de Moisés; nem depois dele, lhe houve outro semelhante” (2 Reis 23:23).
No entanto, o Senhor não deixou de julgar a Judá devido aos males praticados sob Manassés, Ele apenas adiou o julgamento (2 Reis 23:26-27). Durante toda a vida de Josias, o povo manteve a aliança e seguiu a seu Deus, adiando o julgamento (2 Crônicas 34:31).
Foi durante esse período do reinado de Josias que Sofonias profetizou. A mensagem de Sofonias complementa a do profeta Jeremias. Ambos procuraram encorajar a Judá a se arrepender e retornar ao seu Deus Soberano, honrando sua aliança com Ele, adiando ou até mesmo evitando o dia da Sua ira.
Josias reinou em Judá de 640 a 609 a.C. O filho de Josias, Jeoaquim, fez o mal depois dele (2 Crônicas 36:5). O Egito colocou Judá sob servidão logo após a morte de Josias, em 605 a.C. O rival político do Egito, Nabucodonosor, rei da Babilônia, impôs sua autoridade sobre Israel e capturou a Jeoaquim, exilando-o na Babilônia. Judá se rebelou contra Nabucodonosor, em oposição ao conselho profético de Jeremias, e finalmente Jerusalém foi destruída. Quase todo o povo, exceto os mais pobres, foi exilado em 586 a.C. (2 Reis 24:14).