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Significado de Atos 2:1-4
Jesus retornara ao Céu depois de ressuscitar dos mortos. Ele passara quarenta dias aparecendo a Seus discípulos e ensinando-lhes sobre o Reino de Deus. Antes de deixar a terra, Ele instrui Seus seguidores a esperar em Jerusalém, onde o Espírito Santo viria para ajudá-los (Atos 1:3-4). Eles obedeceram, reunindo-se em uma sala da cidade, investindo seu tempo orando e esperando.
Quando chegou o dia de Pentecostes, estavam todos juntos em um só lugar, o cenáculo de uma casa em Jerusalém (Atos 1:13). Pentecostes era uma celebração judaica que ocorria cinquenta dias após a Páscoa. A palavra “Pentecostes” vem do grego "pentekostos", que significa "quinquagésimo". Pentecostes também era chamado de "Festa das Colheitas" ou "Festa das Semanas". Era um festival criado por Deus que remonta ao Livro de Deuteronômio, quando Ele, como seu Susserano (Governante), deu a Moisés os mandamentos e as leis sobre como Israel, o vassalo de Deus, deveria viver na Terra Prometida após conquistá-la.
O Pentecostes ocorre no final da festa da cevada e no início da festa do trigo, bem no meio dessas colheitas. Esta festa era tradicionalmente colocada 50 dias depois que os israelitas deixaram o Egito, quando Moisés subiu ao Monte Sinai e trouxe ao povo as tábuas da lei. Assim, no período Inter testamental (os séculos entre o Antigo e o Novo Testamento, 400 a.C. a 25 d.C.), os judeus começaram a celebrar a descida de Moisés do monte trazendo a lei de Deus no Pentecostes. Deus usa esse mesmo momento para enviar o Espírito Santo aos discípulos, o que altera todo o significado de Pentecostes para os crentes em Jesus. Vale ressaltar que, como o povo judeu estava celebrando a descida de Moisés do monte trazendo a Lei, Deus visita novamente Seu povo enviando o Espírito Santo, que escreve a lei de Deus no coração dos crentes, conforme prometido em Jeremias 31:33.
O Espírito Santo chega, conforme prometido. Ele vem de maneira maravilhosa: E de repente veio do céu um barulho como um vento violento e impetuoso, e encheu toda a casa onde eles estavam sentados. Esse som vinha do céu, de fora da sala e fora do reino físico. Era um barulho como de um vento violento, como o vento de uma tempestade, como um tornado ou furacão. Era um som tão significativo que encheu toda a casa onde os 120 discípulos estavam sentados (Atos 1:13, 15).
Após o vento impetuoso, apareceu mais uma manifestação visível do Espírito: Apareceram aos discípulos línguas como de fogo se distribuindo, e elas descansaram sobre cada um dos discípulos. Quando lemos que Jesus batizaria Seus seguidores com fogo (Mateus 3:11), havia uma verdade física nessa promessa, línguas flamejantes que repousariam sobre cada um dos homens e mulheres ali. Assim, os discípulos ficaram todos cheios do Espírito Santo. A primeira coisa que fizeram depois desse enchimento foi começar a falar em outras línguas, enquanto o Espírito lhes dava voz.
As outras línguas que eles falavam eram outros idiomas humanos. Lucas atribui esse poder ao Espírito que lhes dava a palavra.
Há várias imagens aqui atribuídas ao Espírito. Ele chega com o som de um vento impetuoso e a evidência visível de Sua chegada é o fogo.
Durante Seu ministério, Jesus comparou os que são nascidos do Espírito ao vento que sopra (João 3:8). Não podemos saber se o vento soprará violentamente ou suavemente, como uma brisa. No Antigo Testamento, a palavra para "Espírito" também significava "vento" ou "sopro" ("rûaḥ"). Na visão de Ezequiel, Deus diz ao profeta que Ele traria a vida de volta aos ossos mortos: "Assim diz o Senhor Deus a esses ossos: Eis que farei entrar em vós o sopro [espírito] para que venhais à vida" (Ezequiel 37:5). Quando Jesus se reuniu com os discípulos após Sua ressurreição, Ele sopra sobre eles e diz: "Recebei o Espírito Santo", como um prenúncio da vinda do Espírito (João 20:22).
Assim, o sopro e o vento são consistentemente associados ao Espírito Santo em toda a Escritura, talvez por causa de seus atributos indomáveis, avassaladores e invisíveis. Deus pode aparecer aos seres humanos da forma que quiser e Ele escolhe essa maneira para o Espírito se manifestar aos irmãos no cenáculo.
Deus também usa o fogo quando fala aos seres humanos. A imagem do fogo - línguas como de fogo - é associada muitas vezes à intervenção de Deus nas Escrituras. Deus falou a Moisés pela primeira vez no deserto através de uma sarça em chamas (Êxodo 3:2-4). Deus conduziu Israel através do deserto na forma de uma coluna de fogo (Êxodo 13:21-22). Deus é descrito como descendo ao Monte Sinai "em fogo" quando os israelitas estão acampados em sua base e Moisés sobe a montanha para receber a lei (Êxodo 19:18).
O escritor de Hebreus descreve ao Senhor como "fogo consumidor" (Hebreus 12:29). É muito claro que o que estava acontecendo no Pentecostes era Deus descendo no meio dos discípulos.
Deus criou o vento e o fogo. Ele sabe como a humanidade reage a ambos. Há beleza e terror em ambos. O vento pode nos acalmar ou nos destruir, é um poder além do nosso controle. O fogo, grande ou pequeno, cativa ao olhar humano. Também pode ser uma fonte de conforto, em uma lareira em uma noite fria, ou pode ser uma força destrutiva imparável, queimando tudo em seu caminho. Deus usa esses elementos para nos ensinar uma lição sobre Seu poder, sobre quem Ele é, uma vez que está além de nossas habilidades de ver ou compreender Sua verdadeira face (Êxodo 33:20).
Como resultado do enchimento do Espírito Santo, os discípulos começam a falar em línguas que não conheciam. O papel do Espírito era o de ensinar e ajudar os discípulos a pregar o Evangelho e imediatamente após Sua chegada Ele os leva a fazer exatamente isso, porém em línguas que eles não falavam anteriormente, para que as pessoas de todo o mundo pudessem ouvir sobre Jesus Cristo.
Este evento é surpreendentemente semelhante à chegada de Deus ao Monte Sinai, porém com resultados diferentes. Em Êxodo 19:18, Deus desce do céu para fazer uma aliança com Israel: "Ora, o Monte Sinai estava todo em fumaça, porque o Senhor desceu sobre ele em fogo; e sua fumaça subiu como a fumaça de uma fornalha, e toda a montanha tremeu violentamente." A presença ardente de Deus no monte é aterrorizante para os israelitas. Quando Ele fala ao povo de Israel, eles temem morrer: "Agora, então, por que devemos morrer? Porque este grande fogo nos consumirá; se ouvirmos mais a voz do Senhor, nosso Deus, morreremos" (Deuteronômio 5:25). Eles imploram a Moisés que interceda por eles, falando ele próprio com Deus. Eles não suportavam ouvir Sua voz. Assim, Moisés sobe ao monte e traz a Lei de Deus ao povo.
Agora, milhares de anos depois, no Pentecostes, enquanto o povo judeu celebrava a descida de Moisés do monte de fogo com as tábuas da Lei, Deus novamente desce sobre Seu povo com demonstrações de fogo e sons de tempestades. Porém, desta vez, Ele fala por meio de Seu povo. Eles levarão a lei da fé em Jesus para o resto do mundo (Romanos 3:27).