AaSelect font sizeSet to dark mode
AaSelect font sizeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.
Significado de Deuteronômio 28:38-44
Moisés continua passando a Israel o roteiro da cerimônia que deveriam realizar assim que entrassem na Terra Prometida. O roteiro contém bênçãos para a obediência e maldições para a desobediência ao pacto. Isso seguia à antiga forma dos tratados de susserania-vassalagem.
Esta seção dá continuidade às maldições declaradas pelas seis tribos em pé no Monte Ebal após Israel entrar na terra de Canaã (Deuteronômio 27:13). Moisés, aqui, continua o roteiro da cerimônia, como parte de suas instruções a Israel logo antes de entrarem na terra (Deuteronômio 27:1-13).
Nesta seção, Moisés diz aos israelitas que seus principais produtos agrícolas seriam desperdiçados e destruídos caso caíssem sob a maldição de Deus: Levarás muito produto à lavoura, porém recolherás pouco (v. 38). Esta maldição enfatizava a futilidade de trabalhar duro e obter poucos resultados. A razão para isso seria a destruição dos produtos agrícolas pelos gafanhotos. O termo "gafanhoto" refere-se a um inseto que se move em enxames e é capaz de causar grande devastação nas plantas (Joel 1:4). O SENHOR frequentemente usava os enxames de gafanhotos como instrumentos de seu juízo (2 Crônicas 7:13; Joel 1:1-4; Apocalipse 9:3, 7). Os israelitas semeariam muita semente, mas colheriam apenas alguns grãos, pois esses insetos destruiriam as plantações.
Da mesma forma: Plantarás vinhas e as cultivarás, porém não lhes beberás o vinho, nem colherás as uvas, porque o bicho (uma larva de inseto) as devorará. (v. 39). Da mesma forma, embora os israelitas tivessem oliveiras por toda a sua terra, não haveria o suficiente para ungirem-se com o óleo (v. 40). Em outras palavras, o povo de Deus não seria capaz de usar o azeite de oliva em seus corpos, como costumavam fazer durante o clima quente e seco, pois suas azeitonas apodreceriam. Diante disso e dos outros fracassos mencionados anteriormente, a economia de Israel entraria em colapso.
No que diz respeito à família, Israel não teria mais o privilégio de desfrutar de seus filhos, porque desde tenra idade seus filhos e filhas não seriam mais deles, pois seriam levados cativos (v. 41). Os adversários de Israel arrancariam seus filhos deles e os levariam embora para usá-los como servos ou vendê-los como escravos. Criar filhos se tornaria um exercício doloroso, pois eles os veriam sendo levados cativos por seus inimigos.
Israel sentiria na pele a frustração porque em vão trabalhariam a terra. Todos os seus produtos agrícolas não lhes trariam benefício algum. O “gafanhoto” (hebraico "ṣelāṣal") possuiria todas as árvores de Israel e a produção de sua terra (v. 42). Todas as plantas e árvores seriam despojadas de sua folhagem, não sobrando frutos ou grãos. Isso resultaria em completo caos.
Além disso, a desobediência de Israel às leis da aliança causaria a reversão da estrutura da sociedade israelita e os levaria ao caos governamental. O peregrino (v. 43), aqueles entre os menos afortunados na sociedade israelita, agora se elevaria cada vez mais acima dos israelitas, enquanto estes desceriam cada vez mais.
Ao ser elevado a uma posição de autoridade e prosperidade, o peregrino seria capaz de emprestar ao israelita (v. 44). Mas o israelita, sendo degradado e privado, não seria capaz de emprestar ao peregrino. O peregrino se tornaria, então, o cabeça. Ele ocuparia uma posição de liderança e autoridade, capaz de controlar o que acontecia na nação. O israelita seria a cauda. Ele obedeceria à autoridade do peregrino. Isso era o oposto da bênção baseada na obediência mencionada no versículo 12.
Tudo isso foi estabelecido na cerimônia a ser realizada por toda a nação, para que entendessem a gravidade de suas escolhas de seguir ou não aos caminhos do pacto no qual haviam entrado com seu Deus Susserano.