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Significado de Mateus 27:1,2

Mateus resume o terceiro e último julgamento religioso de Jesus. Lemos que ele ocorreu pela manhã e conta resultou na condenação de Jesus à morte. Após a conclusão do julgamento já pré-determinado, Jesus foi imediatamente levado a Pilatos, o governador romano. Este evento é conhecido como o Julgamento de Jesus ao Nascer do Sol.

Os relatos paralelos do Evangelho sobre esse evento são encontrados em Marcos 15:1, Lucas 22:66 - 23:1 e João 18:28.

  • Nota: Ao longo deste comentário, cada vez que uma lei judaica era quebrada pelos principais sacerdotes e anciãos enquanto eles processavam Jesus, identificamos isso por meio de colchetes [Exemplo: Regra 2 - Neutralidade]. A sequência dessas regras foi determinada pela série A Bíblia Diz sobre o Processo Religioso de do Julgamento de Jesus.

Para obter uma lista completa das regras quebradas, consulte o artigo A Bíblia Diz: O Julgamento de Jesus, Parte 1. As Leis Quebradas pelos Líderes Religiosos: Um Resumo.

Tendo concluído sua narração sobre Pedro e suas três negações de Jesus (Mateus 26:69-75), Mateus relata o que aconteceu com Jesus depois que Caifás, o sumo sacerdote, e o Conselho do Sinédrio o condenaram por blasfêmia e o sentenciam à morte em Seu Julgamento Noturno (Mateus 26:57-66). Após a condenação de Jesus, eles passaram a golpeá-Lo violentamente e a zombar Dele (Mateus 26:67-68).

Nesta passagem, Mateus resume o terceiro e último julgamento religioso de Jesus que o levou oficialmente à morte. Este julgamento é chamado de Julgamento de Jesus no Nascer do Sol diante do Sinédrio. Lucas narra o Julgamento do Nascer do Sol com mais detalhes que o resumo de Mateus (Lucas 22:66-71).

O Julgamento do Nascer do Sol diante do Concílio ocorreu ao amanhecer, provavelmente entre 5:30 - 6:00 da manhã no dia 15 de Nisan (manhã de sexta-feira, pelo cálculo romano).

Para saber mais sobre o tempo e a sequência desses eventos, veja o artigo de A Bíblia Diz "Linha do tempo: as últimas 24 horas de Jesus".

Houve um total de três processos religiosos pelos quais Jesus passou entre Sua prisão nas primeiras horas da manhã no Getsêmani (Mateus 26:47-56) até ser entregue a Pilatos logo após o amanhecer (Mateus 27:2; Marcos 15:1Lucas 23:1; João 18:28). Esses três processos foram:

  1. O Julgamento Preliminar de Jesus na casa de Anás, o antigo sumo sacerdote
    (João 18:12-14, 19-24);
  2. O Julgamento Noturno de Jesus na casa de Caifás, o sumo sacerdote em exercício;
    (Mateus 26:57-68; Marcos 14:53-65Lucas 22:54; João 18:24)
  3. O Julgamento de Jesus no Nascer do Sol diante do Sinédrio (Mateus 27:1-2; Marcos 15:1Lucas 22:66-71).

Para saber mais sobre o Julgamento Preliminar de Jesus, consulte o comentário de A Bíblia Diz para João 18:12-14.

Para saber mais sobre o segundo julgamento religioso de Jesus na casa de Caifás, veja o comentário da Bíblia Diz que começa em Mateus 26:57-58.

Para saber mais sobre o relato de Lucas sobre o terceiro julgamento religioso de Jesus, veja o comentários de Lucas 22:66-71.

João é o único a descrever o primeiro julgamento. Mateus e Marcos descrevem o segundo; Lucas e João o mencionam ou fazem alusão a ele. Lucas descreve o terceiro julgamento juntamente com Mateus e Marcos, fornecendo breves resumos dele. Nenhuma narrativa evangélica descreve em detalhes todas as três provações religiosas de Jesus. Porém, juntas, as narrativas se complementam e fornecem uma imagem completa do que aconteceu com Jesus após Sua prisão e antes de ser entregue aos romanos para Seu julgamento civil.

Para entender melhor a sequência desses eventos, consulte o artigo de A Bíblia Diz: "A Provação de Jesus, Parte 3. Os 5 Estágios da Perseguição Religiosa de Jesus".

O resumo de Mateus quanto ao terceiro julgamento religioso de Jesus consiste em duas declarações.

A primeira declaração descreve o momento e o propósito do julgamento: “Pela manhã, todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo entraram em conselho contra Jesus, para o entregarem à morte(v. 1).

A segunda declaração descreve os resultados: e, tendo-o maniatado, levaram-no e entregaram ao governador Pilatos” (v. 2).

A provável razão pela qual Mateus resume este julgamento é pelo fato de ter seguido os argumentos de acusação de Caifás no segundo julgamento quase textualmente (Lucas 22:66-71). Portanto, repetir os detalhes não era importante para Mateus. A razão pela qual Mateus menciona este julgamento provavelmente foi porque este seria o julgamento oficial de registro.

Mateus muda da cena anterior - segundo julgamento de Jesus e das negações de Pedro - usando a frase: “Pela manhã”.

Esta expressão também sinaliza um ponto jurídico. Os julgamentos envolvendo a pena capital eram proibidos de acontecerem à noite, de acordo com a lei judaica. Ao comentar que o terceiro julgamento de Jesus ocorreu quando a manhã chegou, Mateus lembra a seu público judeu que os dois julgamentos anteriores haviam sido ilegais porque ocorreram durante a noite [Regra 5: Tempo Ilegal]. Esta breve introdução também explica a seu público a necessidade legal para o terceiro julgamento de Jesus.

Marcos registra que o julgamento ocorreu "de manhã cedo" (Marcos 15:1). O Sinédrio também entregou Jesus às autoridades romanas enquanto "era (ainda) cedo" (João 18:28), sugerindo que o julgamento oficial não tenha durado mais que meia hora, talvez menos.

Quando consideramos que o julgamento romano de Jesus durou aproximadamente três horas e que Marcos nos diz que Jesus já estava na cruz às 9:00 da manhã (Marcos 15:25), isso indica que esse Julgamento do Nascer do Sol provavelmente tenha ocorrido em algum momento entre 5:30 e 6:00 da manhã.

Lucas também nos diz que o terceiro julgamento de Jesus ocorreu na "assembléia dos anciãos" do Sinédrio (Lucas 22:66). Esta assembléia era conhecida como "Salão da Pedra Talhada" e estava localizada no pátio do templo. Era o lugar legalmente sancionado onde os julgamentos deveriam ser decididos.

Ao realocar e conduzir o julgamento oficial de Jesus ali, os principais sacerdotes e anciãos do povo seguiram à regra que haviam violado em ambos os julgamentos anteriores. A mudança para a assembléia e a espera até a chegada da manhã eram as evidências tácitas de que os julgamentos noturnos haviam sido ilegais [Regra 5: Tempo ilegal; Regra 6: Localização ilegal].

Embora o local do julgamento oficial de Jesus estivesse no ambiente oficial, o tempo ainda era ilegal em dois aspectos.

  1. Não deveria haver julgamentos até que os sacrifícios matinais tivessem sido realizados. Esses sacrifícios eram costumeiramente oferecidos por volta das 9:00 da manhã; conforme explicado acima, o julgamento oficial de Jesus começou e terminou horas antes do momento em que os sacrifícios normalmente ocorriam.
  2. Os julgamentos não poderiam prosseguir às vésperas de um sábado ou de um dia de festa. Este dia era muito provavelmente 15 de Nisã, o primeiro dia da Festa dos Pães Ázimos. A véspera, 14 de Nisã, era o dia de preparação para a Páscoa. O julgamento de Jesus ocorreu durante essas festas.

Portanto, mesmo que o julgamento oficial de Jesus tenha tecnicamente ocorrido durante o dia, eles ainda violaram várias leis sobre quando o mesmo poderia ocorrer [Regra 6: Tempo Ilegal].

O resumo de Mateus para o julgamento iindica que todos os principais sacerdotes e os anciãos do povo (respectivamente os saduceus e os fariseus, que se assentavam no Conselho do Sinédrio) se uniram contra Jesus para matá-lo.

Este resumo mostra múltiplas violações da lei judicial judaica, incluindo:

  • Regra 1: Conspiração - Os juízes se reuniram com o propósito de assassinar Jesus.
  • Regra 2: Neutralidade - Os juízes eram contra Jesus.
  • Regra 3: Julgamento manipulado - O resultado para matá-lo era pré-determinado.

O relato detalhado de Lucas sobre o terceiro julgamento religioso de Jesus também revela a violação de leis adicionais para que aquele resultado perverso fosse alcançado.

Além disso, a abordagem dos líderes judaicos violou a várias de suas próprias leis.

  • Regra 7: Ausência de acusação - O julgamento não foi baseado em uma acusação por um crime cometido anteriormente; foi baseado na tentativa de produzir um novo crime (Lucas 22:67).
  • Regra 8: Falta de defesa - O julgamento não começou com uma declaração em nome do réu, conforme exigido pela lei judaica (Lucas 22:67).
  • Regra 9: Falta de provas - O julgamento não estava pesando provas por um crime cometido anteriormente; os acusadores criaram provas para condenar Jesus (Lucas 22:67).
  • Regra 12: Acusação imprópria - Os juízes não podiam agir como defensores a favor ou contra o réu, mas eram exatamente eles quem estavam julgando a Jesus (Lucas 22:67). Tampouco eles poderiam atuar como testemunhas em um caso sobre o qual estivessem decidindo (Lucas 22:69).
  • Regra 13: Autoincriminação forçada - Era ilegal usar o testemunho de um réu sobre si mesmo (Lucas 22:67-70).
  • Regra 15: Ignorância das Evidências - Os juízes em momento algum verificaram as evidências disponíveis de que Jesus era quem Ele dizia ser (Lucas 22:70-71).
  • Regra 16: Veredito insuficiente - O veredito de culpa parece ter sido unânime, o que deveria ter desencadeado uma absolvição automática (Lucas 22:71).
  • Regra 17: Sentença apressada - Deveria haver uma espera de um dia entre a condenação e a emissão da sentença de morte; ambas foram conferidas em questão de minutos (Lucas 22:71).

O julgamento oficial de Jesus se concretizou a partir da traição de Judas e do pagamento de trinta moedas de prata (Mateus 26:14-16), tornando-o ilegal [Regra 4: Suborno].

O veredito e a condenação vieram rapidamente. Jesus seria condenado à morte pelo crime religioso de blasfêmia (Lucas 22:69-71). É provável que a pressa das autoridades religiosas tenha ocorrido porque elas desejavam que Jesus fosse crucificado rapidamente, para que pudesse ser morto antes do sábado (João 19:31), além de sua urgência em eliminar Jesus antes que seu complô contra Ele se tornasse público.

Tendo cumprido o que se propuseram a fazer (conluio para matar Jesus), todos os príncipes dos sacerdotes e os anciãos do povo O amarraram e O entregaram a Pilatos, o governador.

Pelo fato de terem falhado, apesar de seus melhores esforços, em forçar Jesus a blasfemar contra o templo (Mateus 26:59-62; Marcos 14:55-60), e levando em conta que os romanos não lhes haviam concedido autoridade para julgar e executar a pena de morte, o Sinédrio precisou obter a aprovação romana para que Jesus fosse morto.

Foi por este motivo que eles foram direto a Pilatos, o governador romano, após a condenação oficial em sua corte religiosa.

Mateus narra o julgamento político de Jesus diante de Pilatos em Mateus 27:11-26. Porém, nas próximas seções de seu relato evangélico, Mateus fixa sua narrativa no que aconteceu com Judas, o traidor de Jesus (Mateus 27:3-10).

Para uma explicação detalhada das leis quebradas durante o julgamento de Jesus, veja o artigo A Bíblia Diz: A Provação de Jesus, Parte 4. Os princípios jurídicos violados.

Para uma explicação detalhada das outras leis quebradas durante o julgamento de Jesus, ver o artigo A Bíblia Diz: A Prova de Jesus, Parte 5. As leis práticas violadas.

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