AaSelect font sizeSet to dark mode
AaSelect font sizeSet to dark mode
Este site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação e fornecer conteúdo personalizado. Ao continuar a usar este site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de privacidade.
Significado de Mateus 21:33-41
Os relatos paralelos do Evangelho quanto a esta parábola são encontrados em Marcos 12:1-9 e Lucas 20:9-16.
Esta é a segunda de duas parábolas registradas por Mateus usada por Jesus para responder aos principais sacerdotes e anciãos no templo depois que eles questionaram Sua autoridade (Mateus 21:23).
A primeira parábola era sobre o dono da vinha e seus dois filhos desobedientes (Mateus 21:28-30). Nessa parábola, Jesus comparou os saduceus e fariseus a um filho mentiroso e desobediente que disse que trabalharia na vinha, mas não o fez. Jesus lhes disse que os pecadores arrependidos entrarão no Reino de Deus antes deles (Mateus 21:31).
A segunda parábola também era sobre um proprietário de uma vinha.
Jesus diz aos sacerdotes e anciãos para ouvirem outra parábola. Ele começou assim: Havia um proprietário de terras que plantou um vinhedo e colocou um muro em torno dele e cavou uma prensa de vinho nele, e construiu uma torre.
O sujeito e o objeto direto desta parábola são, respectivamente, o proprietário da terra e a vinha que ele plantou.
Os vinhedos eram porções de terra altamente cultivadas. Seu produto principal eram as uvas. As uvas eram, muitas vezes, esmagadas em uma prensa de vinho, e seu suco era coletado em potes para sere fermentado e vendido como vinho. As vinhas geravam muita riqueza. Os proprietários de vinhedos eram vistos como pessoas muito ricas.
Este proprietário não havia comprado uma vinha existente. Ele mesmo a plantou e cultivou. O fato de ter plantado a vinha exigia que ele investisse pessoalmente seu tempo, atenção e energia. Ele se dedicou à vinha e não poupou detalhes. Ele colocou uma parede ao redor dela para protegê-la dos animais. Ele criou uma prensa de vinho nela e construiu uma torre para defendê-la dos ladrões. Uma vez concluídas estas obras, ele esperou até que a vinha produzisse os frutos e o vinho. É típico que as videiras recém-plantadas levem três anos para começarem a produzir.
Enquanto suas videiras cresciam, o proprietário da terra se afastou de sua vinha para uma viagem. Depois de se concentrar na vinha, ele possivelmente teve outros empreendimentos que exigiam sua atenção. Enquanto estava fora, alugou sua vinha a alguns viticultores. Esses viticultores foram contratados para cuidar, podar e proteger sua vinha. Eles deveriam garantir que ela fosse produtiva para que, quando a colheita chegasse, houvesse bons produtos. Quando o tempo da colheita se chegou, o proprietário enviou seus trabalhadores aos viticultores para receber os produtos da vinha que havia plantado.
O fato de o proprietário de terras ter enviado seus servos (a palavra grega traduzida como escravos aqui é "Doo'los", que significa "escravos" ou "servos" contratados) quando o tempo da colheita se aproximava pode indicar que ele os enviou antes da colheita, a fim de fazerem arranjos para coletar o retorno acordado quanto a seu trabalho e investimento, em virtude de ter arrendado a vinha. O produto pode se referir a uma parte dos lucros financeiros ou uma porcentagem das uvas ou do vinho que saiu de sua vinha.
Até agora, tudo o que Jesus compartilhou em Sua parábola correspondia às expectativas. Não era incomum que os proprietários de terras se ausentassem para cuidar de outros assuntos, pois seus trabalhadores cuidavam das fazendas ou vinhedos em seu nome através de contrato de arrendamento. Se o proprietário estivesse ausente durante a época da colheita, era típico que ele enviasse alguém para receber seus produtos. Mas, o que se segue na parábola é inesperado e muito incomum. O que se segue é uma violação grave e deliberada do contrato.
Quando os escravos apareceram para coletar os produtos de seu senhor, em vez de os viticultores tratá-los como representantes respeitados do proprietário da terra e dar-lhes a parte acordada do proprietário da terra, como deveriam ter feito, os viticultores pegam os servos, espancaram a um, matam a outro e apedrejam a um terceiro. Eles trataram aos escravos do latifundiário como inimigos. Eles agiram como se os servos do proprietário tivessem vindo para roubar ou atacar a vinha. Esta era essencialmente a reivindicação dos viticultores: eles agora agiam como legítimos donos daquela terra. Eles faziam as regras. Eles fariam o que quisessem e não reconheceriam mais sua aliança com o proprietário da terra. Eles não reconheceriam mais o proprietário da terra como senhor da vinha.
Isso era preocupante. O proprietário de terras insistiu; ele enviou um outro grupo maior de escravos. Mas, os viticultores fizeram a mesma coisa com o segundo grupo de escravos. O proprietário da terra deu-lhes outra chance, mas eles endureceram seus corações contra ele novamente.
Quando o dono da vinha soube do que aconteceu, ele sabia que os viticultores não iriam respeitar ou receber bem a seus servos, e que provavelmente continuariam a tratar seus escravos como inimigos. O proprietário, então, considerou suas opções. Ele pensou: 'Eles não terão escolha, irão respeitar a meu filho'. Assim, ele enviou seu filho para coletar sua parte dos viticultores.
Mas quando os viticultores viram o filho, disseram entre si: 'Este é o herdeiro; venham, vamos matá-lo e confiscar sua herança'. Eles o levaram, o jogaram para fora da vinha e o mataram.
Os viticultores não só trataram o filho do proprietário da terra de forma semelhante à forma como trataram os seus escravos; eles claramente o fizeram sabendo muito bem que ele era seu filho. Eles raciocinaram que, matando o filho do proprietário da terra, eles confiscariam sua herança - que incluía a vinha. Os viticultores demonstraram insolência e insubordinação ao nível da rebelião em grande escala. Eles agiram de forma escancarada, repudiando sua aliança com o proprietário da terra e tomando posse total da terra. Ao assassinarem o filho do proprietário, eles rejeitaram totalmente a autoridade do proprietário da terra.
Jesus, então, pergunta aos principais sacerdotes e anciãos no templo: Portanto, quando o dono da vinha vier, o que ele fará com aqueles viticultores?
E eles responderam a Jesus corretamente: Ele levará aqueles homens a um fim miserável, e alugará a vinha a outros viticultores que lhe pagarão os rendimentos nas estações apropriadas."
Na parábola de Jesus dos viticultores:
A parábola de Jesus sobre os viticultores era provavelmente uma alusão ao profeta Isaías:
"Deixe-me cantar agora para o meu bem amadoUm cântico do meu amado a respeito de Sua vinhaMeu bem amado tinha uma vinha em uma colina fértilEle cavou-a ao redor, removeu suas pedras, e plantou-a com a videira mais escolhida. E Ele construiu uma torre no meio delaE também lavrou nela uma cuba de vinho; Então Ele esperava que produzisse boas uvas, mas só produzia uvas inúteis." (Isaías 5:1-2)
Na passagem de Isaías, a vinha era uma metáfora para a nação de Israel. Quem a plantou foi Deus: "Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel..." (Isaías 5:7).
Como uma vinha, Israel não se criou sozinha. Deus escolheu os filhos de Israel, chamou-os para fora da escravidão no Egito e estabeleceu o povo em uma nação na terra que havia prometido a Abraão. O Senhor prometeu-lhes por meio de Moisés que os abençoaria e que prosperariam entre as nações se "guardassem os mandamentos... e andassem em Seus caminhos" (Deuteronômio 28:9).
O povo concordou em entrar em um pacto com Deus e guardar Seus mandamentos (Êxodo 19:7-8). Isto era análogo ao contrato de arrendamento celebrado pelos viticultores. Israel concordou com o pacto apresentado por Deus, pelo qual eles seriam abençoados se guardassem Seus mandamentos e amaldiçoados se não o fizessem. Em grande parte, a bênção derivaria diretamente da causa-efeito natural de Israel funcionar como uma nação autônoma, onde os cidadãos amavam e cuidavam uns dos outros, diziam a verdade e protegiam uns aos outros. Isso contrastava com as culturas ao redor, nas quais os fortes exploravam os fracos (Levítico 18). As bênçãos seriam como uma parte da colheita prometida aos viticultores.
Moisés lhes deu uma advertência divina de que muitas maldições aconteceriam aos filhos de Israel se eles violassem aquela aliança, ou o "contrato de aluguel" e não obedecessem ao Senhor (Deuteronômio 28:15-68). As maldições de Deuteronômio 28:15-68 soam bastante semelhantes à descrição dos saduceus sobre julgamento adequado para os viticultores quando responderam à parábola de Jesus: "Ele levará aqueles homens a um fim miserável, e alugará a vinha a outros viticultores que lhe pagarão os rendimentos nas estações apropriadas."
Os filhos de Israel não foram fiéis a Deus e sofreram as maldições proféticas que Moisés havia predito. Eles haviam repetidamente se afastado de Deus. E, como os viticultores da parábola, eles violentamente abusaram e mataram Seus profetas. E agora Deus lhes enviara o Seu próprio Filho.
A parábola de Jesus provou ser profética sobre o que eles fariam a Ele. Os sacerdotes e anciãos a quem Ele falou essas coisas seriam os que orquestrariam Seu assassinato (Mateus 26:3-4). Seriam eles os que matariam o filho do dono da vinha. Jesus seria crucificado em menos de uma semana após contar esta parábola. Os líderes judeus haviam pronunciado seu próprio julgamento quanto ao que seria apropriado aos que mataram ao filho do proprietário da terra. No entanto, apesar de sua rejeição, Jesus pede a Deus para perdoá-los enquanto estava pendurado na cruz (Lucas 23:34). Parece que Deus respondeu à Sua oração, uma vez que Pedro deixa claro que Israel recebeu outra chance de receber a Jesus, depois que Ele subiu ao céu (Atos 3: 19-21).
Porém, antes que a parábola se mostrasse profética, ela foi primeiramente uma advertência. Foi um alerta aos anciãos religiosos de Israel de que Deus estava falando diretamente com eles. Aquele momento presente era uma oportunidade para aceitarem a Jesus como seu Messias, em vez de matá-lo vergonhosamente como os viticultores da parábola haviam feito. Esta era sua chance de não colherem o que suas próprias bocas disseram, ou seja, serem como aqueles homens que enfrentariam um fim miserável e teriam sua mordomia da vinha removida deles e dada a outros.