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Significado de Salmos 118:27
O rei Davi, o provável autor do salmo, conclui sua narrativa poética com duas declarações e uma exortação à adoração.
A primeira dessas declarações finais é: Jeová é Deus (v. 27a).
Em meio às nações politeístas que cercavam Israel, o principal ponto da declaração do salmista é: Jeová é o único Deus.
Era uma confissão central da crença judaica: "Ouve, ó Israel! Jeová é o único Deus!" (Deuteronômio 6:4). Jesus concordou com a crença comum entre os judeus durante Seu tempo de ministério na terra de que este era o primeiro e maior dos mandamentos (Mateus 22:35-37).
Este versículo do Deuteronômio é a linha de abertura do "Shemá" dada por Moisés. “Shemá” significa "ouvir". O Shemá foi e ainda é uma oração usada pelo povo de Israel todas as manhãs e noites. O salmista aplica a primeira parte do Shemá: Jeová é Deus, antecipando que todos os israelitas preencheriam a segunda metade: "Jeová é o único Deus!" (Deuteronômio 6:4). Esta declaração era um anúncio da autoridade do Senhor como Deus. Somente o SENHOR é Aquele que está no comando e tem domínio sobre todas as coisas.
A segunda coisa que o salmista declara é: Nos concede a luz (v. 27a) - Hosana/Estamos salvos!".
A luz aqui é uma metáfora comum para a verdade ou o entendimento. A luz ilumina e nos ajuda a ver o nosso entorno e as circunstâncias com mais clareza. Em outra parte dos Salmos lemos: "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos" (Salmo 119:105). Deus nos deu a luz de Seus mandamentos e Sua Palavra. A revelação desta luz é uma expressão de Sua graça a nós.
A declaração do salmista também é profética a respeito do Messias.
Jesus, o Messias, é a “Luz do mundo; quem Me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (João 8:12). Ele era e é "a verdadeira Luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem" (João 1:9). Deus nos enviou Jesus, o Messias, não apenas para nos oferecer a vida eterna (João 3:16), mas para nos ensinar a viver como Deus deseja que vivamos — confiando Nele.
A seguir, o salmista narra poeticamente sua resposta à autoridade e graça de Deus:
Ata a vítima com cordas até os chifres do altar (v. 27b).
Tendo sido milagrosamente resgatado de sua aflição (Salmo 118:5, Salmo 118:12-14), e proclamado a salvação do SENHOR com gritos de alegria em suas tendas de batalha e uma entrada triunfal pelos portões da cidade (Salmo 118:16-17, Salmo 118:15 , Salmo 118:19-20), o salmista, agora, cumpre sua promessa de dar graças ao Senhor (Salmo 118:21), fazendo um sacrifício.
Para os que seguem ao SENHOR, a resposta adequada à bondade e ao poder de Deus é a adoração, a celebração e o sacrifício. A expressão “atar a vítima cordas até os chifres do altar” refere-se à oferta ritualística de sacrifícios de animais ao Senhor. O animal era amarrado ao altar com cordas durante o sacrifício, para garantir que não caísse do altar e se tornasse impuro. Os “chifres” do altar faziam parte da construção da peça. Vários exemplos já foram encontrados na arqueologia (ver foto).
Quando se amarrava o animal, o sacrifício era definitivamente entregue. Isaque se submeteu a ser amarrado e colocado sobre o altar por seu pai (Gênesis 22:9). Na tradição judaica este evento é chamado de "A Amarração". A submissão de Isaque foi um retrato profético de Jesus, que se submeteria a ser sacrificado na cruz (Hebreus 10:5-7).
O sacrifício que o salmista tinha em mente provavelmente era um dos sacrifícios oferecidos durante um dos dias santos do calendário de Israel. Além do sábado semanal, havia sete outros dias santos descritos na Torá aos quais Israel deveria observar (Levítico 23:4-36):
Para saber mais sobre as festas de Israel, também chamadas de “tempos designados pelo Senhor”, veja nosso comentário sobre Levítico 23.
A inclusão deste sacrifício é mais uma indicação de como o Salmo 118 e ra regularmente cantado durante os festivais e, portanto, familiar a todo Israel. Para um israelita, a familiaridade com o Salmo 118 e ra comparável a um dos cantos natalinos na cultura ocidental.
O versículo 27 é profético a respeito de Jesus, o Messias, de várias maneiras:
O SENHOR é Deus; Ele nos deu a luz;
Ata a vítima com cordas até os chifres do altar.
Jesus foi "o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo" (João 1:29). Ele é "a nossa Páscoa" (1 Coríntios 5:7). Além disso, Jesus foi executado durante a semana da Páscoa (João 18:28).
Para saber mais sobre como Jesus foi nosso Cordeiro Pascal, veja o artigo de A Bíblia Diz: "Jesus e os Cumprimentos Messiânicos da Páscoa e dos Pães Ázimos".
É importante refletirmos com sobriedade que, mesmo que haja uma porção triunfante neste salmo (Salmo 118:19-27), há uma morte sacrificial. Para o salmista, era a morte de um animal, como uma ovelha ou cabra. Porém, em um sentido profético, o sacrifício da festa refere-se à morte do Filho de Deus, Jesus.
Mesmo ao entrar Jesus triunfalmente em Jerusalém sob gritos de “Hosana” (Salmo 118:25-26) cantado nas ruas, Jesus estava se oferecendo como sacrifício (Mateus 26:47-56); Ele seria falsamente condenado (Mateus 26:57-68), amarrado (Mateus 27:2) e vergonhosamente levado até a morte na cruz (João 19:16-17).
A narrativa poética do Salmo 118 termina apresentando um Messias triunfante dentro de um aparente momento de derrota. Jesus triunfou porque foi obediente até a morte (Isaías 53:10-12, Filipenses 2:5-11, Hebreus 12:1-2).
Sofrer fielmente pela causa do SENHOR deve ser nosso caminho para o triunfo também — seguindo ao exemplo de Jesus de confiar em Deus, independente do que aconteça — até a morte (Mateus 20:26-28, Lucas 9:23-26, Romanos 8:17-18, 2 Timóteo 2:12, 1 Pedro 4:12-13, 19, Apocalipse 2:10-11).