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Significado de Oséias 6:1-3

Depois de serem severamente afligidos, uma futura geração de israelitas buscaria fervorosamente ao SENHOR. Uma voz exorta o povo a retornar ao SENHOR para que possa viver em Sua presença e experimentar Suas bênçãos.

Esta seção é composta por uma canção na forma de uma oração penitente. É um breve interlúdio que muda dos oráculos de julgamento (Oséias 5:10-15) para os oráculos de salvação e esperança. Um interlúdio semelhante já havia ocorrido nos dois primeiros capítulos de Oséias. Lá, o profeta havia parado de falar sobre a morte de Israel (v. 9) e começado a prever a restauração de Israel e Judá (Oséias 1:10 - 2:1). Aqui temos uma voz que fala, exortando o povo a voltar-se a Deus.

A seção se conecta em pelo menos quatro maneiras à última parte do capítulo anterior:

  • Primeiro, em 5:13, os israelitas "foram à Assíria" pedir ajuda, mas aqui eles são ordenados a se voltar a Deus (6:1).
  • Em segundo lugar, em 5:13, o rei assírio foi incapaz de "curar" o povo de sua ferida, mas aqui Deus os curaria (6:1).
  • Terceiro, em 5:14, o SENHOR diz que iria "despedaçar" a Israel como um leão faz com sua presa. Aqui, nesta petição, Ele rasgou o povo, mas agora irá curá-lo (6:1).
  • Quarto, em 5:15, Deus diz que retiraria Sua presença, fazendo com que Seu povo buscasse Sua face; aqui o povo deseja continuar a conhecer ao SENHOR ou a buscá-Lo (6:3).

Esta breve oração penitente registra as palavras de uma futura geração de israelitas, após experimentarem o severo julgamento do SENHOR. Falando da perspectiva de haver sido severamente afligida, a futura geração de israelitas buscaria ao SENHOR com honestidade.

Um orador sem nome entre o povo ordenaria a Israel e a Judá, dizendo: Vinde, voltemos ao SENHOR (vs 1). Naquele tempo, o povo de Deus voltaria a seus sentidos e perceberia que o SENHOR não os restauraria caso não O "buscassem fervorosamente" (5:15). Jesus também declarou este princípio em Seu Sermão da Montanha. Ele deu a Seus seguidores a admoestação de buscarem o Reino de Deus em primeiro lugar; ao buscamos primeiro o Seu Reino e Sua Justiça (harmonia com o plano de Deus), alcançamos a todos os nossos desejos (Mateus 6:33). Porém, ao buscarmos o reino do mundo, alcançamos apenas a futilidade e a corrupção (Gálatas 6:8).

Com grande confiança, o orador encoraja ao povo do pacto, dizendo-lhes que, embora o SENHOR os tivesse dilacerado, Ele os curaria. Deus os havia ferido, mas os sararia (vs 1). O povo, então, perceberia o erro que havia cometido (de recorrer ao cruel reino da Assíria em busca de ajuda em vez de se voltar ao Senhor).

É claro que a Assíria era incapaz de curar o povo (5:13), mas o Deus Susserano (Governante) podia fazer isso, pois é Todo-poderoso. Uma vez que o povo percebesse sua situação desesperadora, eles buscariam ao SENHOR com fé e Ele os sararia das feridas infligidas por Ele mesmo, de acordo com a aliança/contrato que o povo havia firmado com Deus (Deuteronômio 28:15-68). Só Deus é o grande médico; Somente Ele é a fonte e o sustentáculo da vida (Deuteronômio 32:39).

O orador expressa seu fardo e seu desejo de que Deus restaure a Israel e a Judá rapidamente. Isso é indicado no versículo seguinte, onde ele diz: Ele nos reanimará depois de dois dias; Ele nos levantará no terceiro dia (vs 2). As expressões "após dois dias" e "no terceiro dia" referem-se a um curto período de tempo. Isso expressa a noção de que o Deus Susserano está sempre pronto para restaurar Sua comunhão com Seu povo a partir do momento em que eles se arrependam de todo o coração (Deuteronômio 30:1-3).

Essa ressurreição de Israel no terceiro dia pode ser uma imagem profética de Jesus ressuscitando no terceiro dia (Lucas 24:1-7). Essa voz anônima, chamando Israel a retornar ao Senhor, pode ter tido seu cumprimento em João Batista, que chamou a nação a se arrepender/retornar (Mateus 3:1-2). Oséias 6:2 pode ser o versículo ao qual Paulo se refere em 1 Coríntios 15:4, quando diz: "Segundo as Escrituras". Caso afirmativo, isso valida a ideia de que os eventos deste momento em Israel prenunciam os eventos que ocorrerão no futuro com o Messias (Jesus).

A esperança do orador era a de que um avivamento pudesse ocorrer em breve e que Deus pudesse restaurá-los, para que pudéssemos viver diante Dele (v. 2). O verbo  "viver" significa continuar existindo ou permanecer vivo. Isso significa que Deus preservaria a vida de Seu povo do pacto para que eles pudessem continuar a viver em Sua presença e desfrutar de Suas bênçãos.

Além disso, tendo percebido que o povo estava sendo destruído por falta de conhecimento de Deus (Oséias 4:6), o orador os exorta, dizendo: Assim, conheçamos e prossigamos em conhecer o SENHOR (v. 3).

O verbo traduzido como “prosseguir” significa buscar, ou seja, esforçar-se para alcançar algo vigorosamente. O povo de Deus buscava apenas aos bens materiais, explorando uns aos outros. Eles buscavam a satisfação através do prazer sexual, que lhes dava justificativas morais para pecar através das práticas de adoração ao deus da fertilidade, Baal. Ao fazerem isso, eles estavam ignorando ao verdadeiro Deus (Oséias 2:6-8). Eles também estavam violando sua aliança com Deus, à qual haviam concordado a seguir em todos os Seus mandamentos (Êxodo 19:8).

Uma parte desta aliança era a de que, caso violassem o mandamento de Deus de amar e servir ao próximo, eles cairiam sob a disciplina de Deus (Deuteronômio 28:15-68). Eles haviam se recusado a arrepender-se e agora Deus os havia disciplinado, no intuito de retornarem a Ele, de acordo com os termos do acordo (Oséias 5:15).

Israel e Judá são instados a conhecer ao SENHOR, não apenas a ter um conhecimento teórico sobre Ele, mas a conhecê-Lo de uma maneira prática diária, a experimentá-Lo e a aceitá-Lo como a única autoridade soberana sobre suas vidas. O lição chave disso é crer que os mandamentos de Deus são verdadeiramente para o nosso bem (Deuteronômio 10:13).

É somente conhecendo a Deus que podemos experimentar Suas bênçãos e apreciar a vida. Na oração de Jesus João 17, o Mestre afirma que a experiência final da vida é ter um conhecimento íntimo e relacional com Deus (João 17:3). Este princípio é observado em toda a Escritura, conforme evidenciado nesta declaração no versículo 3: Conheçamos e prossigamos em conhecer ao SENHOR.

Finalmente, o orador apresenta uma imagem clara da presença restaurada do SENHOR ao dizer: Sua saída é tão certa quanto o amanhecer (v. 3). Isso significa que os israelitas podiam contar com seu Deus Susserano (Governante), assim como contavam com o nascer do sol. De maneira semelhante, o orador compara a presença de Deus com a vinda da chuva: Ele virá até nós como a chuva, como a chuva da primavera regando a terra. A intervenção de Deus aconteceria no Seu tempo, trazendo consigo a vida, assim como a chuva cai na terra nas devidas estações para fazer com que as colheitas cresçam.

A terra de Israel recebia suas chuvas duas vezes ao ano. A chuva precoce, ou chuva de outono, caía durante os meses de outubro e novembro no encerramento do verão seco, preparando o solo para ser arado e semeado. A chuva tardia, ou a chuva da primavera, caía durante os meses de março e abril, para permitir o período final de crescimento antes da colheita (Deuteronômio 11:14).

O momento dessas chuvas determinaria se Israel experimentaria ou não boas colheitas ou fome. De acordo com o orador aqui em Oséias 6, a presença restaurada de Deus viria a eles no momento apropriado, como a chuva que rega a terra. Isso infere que o tempo de Deus é sempre perfeito, muitas vezes se sobrepondo à nossa própria preferência de tempo.

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